Na fulô ou na filó! Papo de cozinha de fim de ano. Antes de mais nada, desejando a todos um natal fabuloso e inesquecível. Já para o ano de 2007 desejo muitas atribulações para todos, mas com aquela certeza de vitória.
O sal da vida é a dificuldade. Tempera o ânimo e nos extasia a sensação de superação. Como haver superação sem dificuldades? Impossível. Já diziam os sábios que, para uma pessoa absurdamente otimista, é impossível ter uma surpresa agradável. Diria até mais, é praticamente impossível sequer ter uma surpresa. Mas é verdade também que, para uma pessoa absurdamente pessimista, é impossível uma surpresa agradável, praticamente impossível ter algo agradável. Portanto, esses mesmos sábios recomendavam que, ao acordar, deve-se imaginar que o dia será mesmo difícil, um verdadeiro inferno. Deve-se sair da cama pronto para enfrentar o pior dia de toda sua vida, todos os dias de sua vida. E, assim, verá no fim do dia, ao meditar, que mais uma vez a surpresa de ter tido um dia ótimo foi mais que agradável; simplesmente perfeito.
E assim é como eu ajo, diariamente, todos os dias do ano. Preparei-me para um 2006, ao término de 2005, como se o mundo realmente fosse acabar entre enxofre e óleo fervente. Mas, para minha alegria, não acabou, pelo contrário, continuou e, especialmente para mim, foi formidável.
Sabia que seria difícil. Em 2006, “aposentei-me” de minha militância na juventude. Mas jamais da luta por um mundo melhor e, certamente, socialista. Mas, precisava mudar minha forma de combate. Sai das trincheiras acadêmicas para me organizar na trincheira do relógio ponto e contra-cheques de fim de mês. Troquei o fuzil de caneta e salas de aula pelo fuzil de mão-de-obra e contra-alienação do trabalho assalariado. Mas, minhas balas continuaram sendo para meus generais, os que nos querem, pela força, canibais. A faculdade, doce sonho, mas também sofreu mudanças significativas. Termino o curso de Filosofia, mas sem colar grau. Farei a colação em outra área, em outra universidade. Guardarei o conhecimento de nossa filosofia para ser aplicada em todos os meus sentimentos, ações e palavras. Mas opto pela formação Secretarial, na Universidade Católica. Esta, para melhor qualificar-me para o concorridíssimo mundo corporativo, e ali forjar minha trincheira, minha labuta e luta.
No amor, estou milionário. Tenho em Carol, amada companheira, toda a fortuna de minha felicidade. Tudo bem que a fortuna material que poderia nos fazer ainda mais unidos, pelo menos na convivência, ainda está por vir. Mas tenho fé que é apenas questão de tempo.
Na saúde, não está perfeita, foi um ano conturbado. Entretanto, tratamentos e consultas que há anos não tomavam conhecimento da existência médica, finalmente virá a tona. Isto me deixa bastante esperançoso, completando meu “carpe diem” com o “mens sana in corpore sano”.
Por tudo isso, e alguns mais que não quis ou não me lembrei de colocar aqui, que imagino que 2007 será bem pior que 2006. Que, por todas as coisas maravilhosas que aconteceram comigo não existirão em 2007. Que aquele inferno de enxofre e óleo fervente estará ainda mais quente no ano que virá. E, justamente por todas as coisas boas que aconteceram em 2006; estou pronto para o que der e vier para o ano que virá.
Para mim, e para todos e todas. Feliz natal. E um 2007 cheio de dificuldades para todos nós. Mas, principalmente, pela superação e vitória sobre todas elas.
Ósculos e amplexos. E até 2007.