29 fevereiro 2008

Um espectro ronda o noticiário: o espectro do socialismo!



Desde a renúncia de Fidel Castro, o noticiário brasileiro intensificou sua santa caçada aos comunistas. Ao mesmo tempo em que noticiam prazereirosamente que se trata de um defunto, morto com a queda do muro de Berlim, surpreendem-se com a tamanha vitalidade do falecido. E o açoite relembra campanhas anti-comunistas dos tempos da ditadura militar onde comer criancinhas era coisa de vermelhos.



Boa parte da pobreza em Cuba não provém de uma "ditadura", como quer nos convencer revistas e noticiários, mas de um criminoso bloqueio que os Estado Unidos impôs aos cubanos. Ao mesmo tempo em que Bush anuncia que não irá fazer o menor esforço para suspender o bloqueio, pois avalia que não pode colaborar com uma ditadura que persegue pessoas por suas opiniões, força a barra para que sejam aprovadas leis contra um terrorismo do qual ele coloca num mesmo saco tudo e qualquer coisa que se contraponha a sua doutrina, dentre elas uma sobre espionagem eletrônica. Na lista de Bush de terroristas se encontram países como a Venezuela, por sua política de "socialismo do século XXI". Quer ditadura mais cruel e perseguidora de pensamentos que a ditadura econômica do Tio Sam? Creio que não exista.



O ataque aos comunistas não se limitou ao "já vai tarde", matéria do principal semanário do Brasil, ao Fidel Castro. Atacam sistematicamente PCdoB, FARC, Venezuela, Bolívia, China, pensadores, enfim, qualquer um ou coisa que tenha alguma ligação direta ou indireta com o socialismo. Ora, se não é um espanto com a vitalidade do defunto, é o amargor de não conseguir mais esconder que o socialismo nunca morreu e que ele se renova e está voltando.



Entretanto, essa mesma imprensa estranha não comenta do embargo dos Estados Unidos à Cuba. Tratam como se fosse "a única desculpa dos defensores ao fracasso do socialismo na ilha". Nem mesmo os chamados cubanos de Miami pensam dessa forma. A maioria deles querem mais do que ninguém o fim do socialismo na ilha, mas compreendem que suas famílias deixadas na ilha sofrem mais com os efeitos do bloqueio do que com as decisões do Partido Comunista Cubano. E assim, distantes, comentam levianamente um tal de hipnotismo de Fidel sobre os esquerdistas brasileiros, quando o que se tem são companheiros do mesmo pensamento libertador e isso com inúmeras e inúmeras críticas.



O próprio camarada Fidel, como ele mesmo assina uma nota ao jornal Granma, disse "Gostei de ver a postura embaraçosa adotada por todos os candidatos à presidência norte-americana; um a um, todos se viram obrigados a realizarem exigências imediatas à Cuba para que não corressem o risco de perder um voto sequer". E realmente isso aconteceu, do lado republicano, as exigências eram todas de "democratização" da ilha, sempre com o mesmo tom de anexação aos Estados Unidos adotado por Bush ao defender a democratização do Iraque. Do lado Democrata, Obama foi mais ousado, na medida do possível para um democrata, declarou que é necessário e possível uma rápida negociação visando aliviar o bloqueio econômico. Disse que para Cuba, o caminho do socialismo de mercado adotado pela China pode ser tolerado pelos Estados Unidos, e assim devolvendo à ilha algumas liberdades econômicas e comerciais. Já Hillary, também concorda com a aliviação dos embargos econômicos, porém num sistema de trocas. Na medida em que o Partido Comunista vá abrindo mão de seu controle sobre Cuba, os Estados Unidos irá concedendo liberdades econômicas no bloqueio.



Ora, se os pré-candidatos à Casa Branca se posicionam claramente sobre os comunistas, não tratando como defuntos, mas sim enquanto elementos políticos internacionais sobre os quais as políticas americanas terão sérias dores de cabeça, por conta do que a imprensa tradicional e poderosa brasileira não para de subestimar seus leitores e passam a adotar opiniões também mais claras? Talvez por falta de compromisso com o público ou falta de seriedade mesmo?


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Aos poucos, Obama vai se firmando como o candidato da mudança por ter realmente um discurso de mudança. Se vai mudar alguma coisa isso são outros quinhentos, mas por enquanto está convencendo eleitores e virando o jogo sobre Hillary e McCain. Essa virada se deu mais por méritos da campanha do próprio senador do Ilinois do que pelos erros de campanha de Hillary. Porém, por enquanto, segue empatada a corrida no lado Democrata, mas agora com uma ligeira vantagem para Obama. Texas poderá determinar o fim da corrida para Hillary ou a continuidade do empate, prorrogando para o tapetão dos superdelegados a decisão na grande convenção do Partido Democrata.

09 fevereiro 2008

Mudar a política para mudar o Brasil: mote da UPE e da UNE para 2008


É bem sabido que o movimento estudantil é vítima de suas próprias veleidades, ora prepotente em momentos críticos, ora imobilistas diante os desafios. Mas também é sabido que, politicamente, é legítimo pensador e agente de mudança nacional, com organização que por inúmeras vezes dá aulas aos professores no que diz respeito à unidade, democracia, debate e compromisso coletivo. Porém, o estudante não é, para infelicidade dos militantes da quarta internacional de Trotsky, uma classe social por si só. Nem, para infelicidade dos reformistas sociais, um cliente especial de um crédito presente para as ações futuras. O estudante é parte de uma estrutura estratégica determinante para o desenvolvimento de qualquer nação. Suas aspirações concretizam, "in momentum" e "à priori", através de sua universidade, escola, pesquisa, extenção, pós-graduação, corpo docente, atuação profissional, rendimento e produtividade acadêmica, e em suas representações políticas. O estudante se organiza, portanto, em torno daquilo que ele vê que pode renovar socialmente, preenchendo funções numa complexa estrutura que transpassa da biritinha depois, às vezes durante é verdade, das aulas até questões de ordem internacional e nocivas para tão somente à partir das próximas cinco gerações . E a sua organização deve ser, antes de tudo, um agente conscientizador da realidade política que consiste cada relação de anseio, necessidade, contra as adversidades e dificuldades.
Nessa imensa estrutura, existem os atores-chave da organização estudantil: os militantes. Geralmente presos a uma fantasiosa e, atualmente pueril, imagem de mártires da luta guerrilheira em pleno solo acadêmico e sem trocas de tiros ou calagens de baionetas e fuzís. Ele, invariavelmente, ainda é a velha figura do sujeito estranho, de roupas e higiene corporal questionáveis, cabelo mal cuidado, que mal consegue ficar em sua sala de aula pela necessidade de ser abnegado, obstinado sacrificador de suas oportunidades até os últimos cartuchos. Como a rotuladora massificação midiática já classificou o militante enquanto membro de uma "tribo", membro de uma turma que escuta a mesma coisa, consome a mesma coisa, fala do mesmo jeito, e mora isolados da sociedade por pura necessidade de identidade, muitos fabricaram em suas mentalidades absurdos como a aversão ao dinheiro, não importando o grau de pureza de sua origem, a aversão à ascenção social, a aversão em dialogar entre todos os agentes sociais, todos os atores sociais, especialmente os eleitos pelo povo para representá-los. Mas acabam optando em impôr para as ruas passeatas sem mobilização de baixo para cima, das bases para às massas. Encastelam-se em suas paredes com pôsteres de ídolos do século passado, geralmente gringos, e bombardeiam a sociedade com o que acham que é o anseio estudantil, pois não sabem ao menos consultar as bases estudantis para saber o que realmente sentem, querem e exigem.
Agora, o corolário da dialética exige que expliquemos o que faz o movimento estudantil ser tão importante e preciso nos momentos mais críticos da sociedade. É justamente aqueles que vão na contramão daquilo descrito no parágrafo anterior. Ainda abnegados, porém críticos quanto a sua postura militante, conscientes de seu papel político, liberto dos vícios e das amarras de um conservadorismo imposto pela própria academia. E, acima de tudo críticos da realidade. Não buscam se equiparar aos homólogos militantes da visão descrita acima, pelo contrário, compreendem que do sacrifício inteligente conquistam poderes reais para sua entidades estudantis. Que do desencanto trágico que os estudantes possuem da política e da capacidade de mudar a sociedade, são capazes de trazê-los ao engajamento político, ainda que restrito à sala de aula e na eterna luta do confronto de gerações representado pela tacanha visão professor soberano e aluno "alumni". Conscientes de que além do esforço de estudar, de ler até os olhos sangrarem e escrever até calos substituírem dedos, o estudante tem a obrigação de compreender que a educação está aquém das necessidades do país, que sua qualidade é questionável, que sua formação é banalizada, e que seus pedidos e reclamações são fruto da realidade política e econômica do próprio mundo e seu excludente sistema social. Críticos da situação de impotência que o estudante se vê quando não se enquadra mais no protetorado de seus pais e o país não lhe dá o devido respeito, sabendo que essa impotência não está isolada do contexto social. E tudo isso tendo que convencer estudantes "anti-estudantes", que se somam aos "anti-estudantes" de todos os extratos sociais, e fazê-los compreender que essa é a realidade do Brasil e que são capazes de mudá-lo.
O movimento estudantil precisa, urgentemente, amadurecer. Compreender que é necessário sair da sua defensiva histórica e partir para uma ofensiva que seja capaz de implementar as antigas bandeiras de lutas e criar novas, atuais, e tão necessárias quanto. Criar mecanismos que habilitem o poder de suas entidades representativas ser válido, respeitado, e não mais isolado num canto qualquer das instituições de ensino e unicamente patrocinadores de biritinhas e jogos de integração. Reestruturar seu sistema de acompanhamento das bases, conjuntamente com o esforço de reestruturar a organização de base. Ampliar o debate representativo para todas as áreas existentes, quebrando com a nociva lógica de briga eleitoral e a fabrica de militantes "anti-estudantes". Não temer conversar com autoridades, isso por si só não irá vender seus compromissos e nem seus princípios. Bem como não temer tratar finanças, não temer o dinheiro. Ele, também por si só, não corrompe ninguém, mas a penúria faz com que muitos entreguem os pontos.
A União Paranaense dos Estudantes e a União Nacional dos Estudantes, com essa reflexão, propõe ao conjunto do movimento estudantil justamente essa reflexão. 2008 será um ano relativamente curto, de um primeiro semestre velocíssimo e um segundo tumultuado. Mudar a política para mudar o Brasil será seu mote, e fará a lição de casa, mudando seu próprio movimento estudantil. Enfim, pela primeira vez em uma década e meia, estou novamente otimista.

Em busca de um novo Brasil!

Sempre subjugado, impedido de manifestar um pensamento, uma cultura, uma identidade nacional, o Brasil entra em um novo século para sua manifestação intelectual, cultural, política e social. Para os mais pessimistas, o país começa a ser um país tão somente de 1992 para cá, quando o povo, liderado por trabalhadores e estudantes, derruba o presidente e de maneira democrática, rompendo até mesmo com a tradição de golpes para se detonar uma presidência na América Latina. É o século XXI com seus novos desafios, nova realidade, enfim, um novo século.
O movimento estudantil, ao seu modo, segue a onda. Propõe, ao mesmo tempo, uma reflexão profunda sobre sua estrutura e propõe aos intelectuais brasileiros uma verdadeira e autônoma teoria brasileira, a tão mal falada pela academia filosofica brasileira. O anúncio do tema da 6º Bienal da UNE, em 2009, será "A Formação do Povo Brasileiro". Resgatando para todas as áreas das universidades, através da cultura, a continuidade do trabalho de Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, José Carlos Ruy, e tantos outros intelectuais que buscaram, cada qual ao seu tempo, uma teoria histórica que, ao mesmo tempo que explica o Brasil, pensa o Brasil por brasileiros.
É um gesto muito pequeno diante dos desafios, é verdade. Mas é um começo. E algumas décadas, os atuais estudantes universitários estarão no comando de empresas, partidos, organizações sociais, e das próprias universidades. Podendo, desde já, romper com a tradição de importação acrítica de pensamentos sem reflexão própria, baseada numa lógica e história de pensamento própria, sem abrir mão da conectividade com o mundo e o pensamento lá de fora.
Essa transição que passamos atualmente exige que o próprio movimento estudantil se reformule. Ainda bastante presa ao século XX, especialmente na sua forma de organização, ainda bastante parecida com a do Movimento Estudantil da época da redemocratização. Com a busca por um Brasil teórico, pensado por brasileiros, o movimento estudantil deverá questionar cada ponto de sua organização. Como transpor a inevitável organização coorporativista dos centros acadêmicos e executivas de curso, fazendo com que a organização estudantil se extenda para a comunidade, indo além da comunidade acadêmica? Como elaborar e executar propostas e sair da eterna situação de reivindicações sufocadas e da necessidade de explosões de massa para ser ouvida? Como agregar todos os estudantes em sua organização, atualmente uma ínfima minoria e com sérios descréditos sobre a política, alienadíssimos pela política de aversão à política plantada por professores velhacos, saudosos das atrasadas cátedras, imprensa, e bombardeios de escândalos e fuga dos principais debates nacionais? Como construir um movimento democrático, eliminando a cultura dos aliados estratégicos dentro do próprio movimento em troca de uma nova cultura de alianças táticas baseadas tão somente em propostas, mobilização e política? Como preencher a lacuna histórica que sempre perseguiu o movimento estudantil, colocando-o em eterna situação de penúria financeira e educando uma enorme massa de militantes a terem pavor de se ter dinheiro, pavor de negociar financeiramente suas propostas, de ser monetariamente independente? Como engajar-se em outras áreas, em outras frentes, e conseguindo ampliar o limitado horizonte da mera disputa das carcomidas máquinas estudantis? Como concorrer com Associações, Fundações, e tantos outros agentes que, nos momentos de decisão em suas universidades, esquecem do estudante e o trata apenas enquanto consumidor, quando ele é a essência de toda instituição que deseje ter ensino e pesquisa científica? Como convencer a velhaca política brasileira de que a assistência estudantil não é nem política de compensação e nem mesmo um programa social assistencialista aos mais carentes, mas um investimento necessário para a melhoria da educação, a tão problemática educação brasileira? Como unificar movimentos sociais, encurtando distâncias entre as lutas do povo brasileiro, ao mesmo tempo negociando com todos os atores sociais e sem vender nem princípios e nem interesses estudantis? Enfim, tantos temas, que o debate está pelo menos vinte anos atrasado.
Agora, e o mais importante para essa nova organização: como vencer a visão tacanha de discutir o interesse estudantil nas coisas menores, como forma de eleição da direção da UNE ou, pior, a construção de UNEs paralelas, e passar a discutir transformações, tanto na esfera local, fazendo valer a nossa visão de autonomia universítária, tanto na esfera nacional, fazendo valer a nossa visão de soberania nacional, fim das mazelas sociais, e desenvolvimento brasileiro?
"Eu boto fé é na rapaziada que segue em frente e segura o rojão". A Bienal rompe com o movimento estudantil do século XX e dá o ponta-pé inicial para o Movimento Estudantil do século XXI.


A Superterça fez jus ao epíteto: foi realmente grande. Barulhenta, emocionante, mas de resultados nada muito surpreendentes.


Do lado Republicano, a batalha foi praticamente liqüidada. Do lado Democrata, segue um páreo liderado cabeça-a-cabeça entre Hillary e Barack. Pode-se considerar que a corrida presidencial toma outra fase no complexo jogo político dos EUA. Depois da Superterça, a campanha deixa de ser tão interna para se tornar uma prévia da disputa final à Casa Branca, os pré-candidatos rumam para uma plataforma, enfim, de candidato. A crítica da imprensa quanto a falta de precisão nas propostas de Obama é explicado pela regra do jogo, conhecidíssima para nós, brasileiros, amantes do futebol: quando o adversário é o favorito, a obrigação de ganhar a partida é dele, a pressão é toda nele, o que o impedirá de jogar tudo que pode. Hillary, antes mesmo de começar as prévias, já possuía discurso de empossada. Atacava Bush como se fosse um hóspede indesejádo na Sala Oval, que, por ela, já deveria ter sido trocado o quadro com o retrato dele pelo dela há tempos. Favoritíssima, foi pega de surpresa quando as prévias começaram. Os Estados de Iowa e New Hempshire, que nem de muito longe são tão estratégicos para a gigante produção ianque, teve seus dias de glória inaugurando o embate dos pré-candidatos e anunciando que o caminho de Hillary será de enormes desconfortos, percauços, e muita articulação política interna e externa. Obama, por sua vez, partiu para o jogo da mesma forma que um time pequeno faz para enfrentar com dignidade um time tradicional e favoritíssimo. Com astúcia, minando a defesa adversária aos poucos, não perdendo as chances de ataque, e fundamentalmente, fazendo gols.



Durante a emocionante Superterça, Hillary abocanhou os vultuosos Estados da Califórnia, Nova Iorque, Nova Jersey e Massachusetts, principais colégios eleitorais de ambos partidos. Entretanto, ganhou mas não levou o bolo todo. Obama conseguiu se fazer presente, e conquistou votos valiosos também nesses Estados. E ele foi mais além, deu verdadeiras surras em Estados menores, arrebatando quase a totalidade de seus delegados, e dessa forma continuou seguindo a adversária, cabeça-a-cabeça. Com o resultado da Superterça, Hillary está na frente de Obama por 171 delegados. Uma margem muito pequena, considerando que 596 delegados serão disputados só até o fim de fevereiro que se tratam de Estados onde Obama é o grande favorito. Ambos não chegaram nem na metade do número de delegados necessários para se decretar um vencedor do lado democrata.



Do lado Republicano, McCain deu uma surra em todos os seus adversários. Dos 1191 delegados necessários para ser o representante do GOP nas eleições, 695 já estão em seu bolso. O massacre se justifica pela sua vitória em todos os principais Estados da Superterça e pelo beneficiamento do sistema democrata, onde o vencedor de um Estado leva todos os delegados, ainda que a vitória tenha sido desempatada por um mísero voto. Com isso, McCain bota à lona Romney, que pediu para sair logo após a promulgação dos resultados pelo Partido Republicano. Fica na luta ainda o inexpressivo Ron Paul e o já nem mais tão azarão assim Mike Huckabee. Com o resultado da Superterça, para McCain basta administrar sua ampla vantagem, pois é quase impossível alguma grande virada de seu rival, e possível candidato em sua Vice, pastor Huckabee.



Hillary ou Obama contra McCain. A disputa eleitoral entra em sua semi-final, e os concorrentes passam a falar para o povo estado-unidense, não mais para eleitores democratas ou republicanos. As propostas deixam de ser as pessoais, em detrimento das propostas que unifiquem seus respectivos partidos e eleitorado. O jogo político passa a juntar dinheiro para o material de campanha para a Casa Branca, não mais para as prévias. O Partido Republicano passará agora à bater firme em Obama e Hillary, ao passo que esses passarão a bater mais duro em McCain; evitando maiores surpresas e antecipando a campanha presidencial. Com todo o chão que ainda tem pela frente, pior e melhor para os Democratas. Sua disputa consegue disputar preferências entre corações e mentes do povo dos Estados Unidos. O debate fica mais enérgico e presente no cotidiano da população. Os Republicanos, maculados pela presença do mais rejeitado presidente da história dos EUA, George W. Bush, sem grandes emoções, e com uma oposição democrata amadurecida por sete anos de oposição sistemática, e esmagadoras vitórias no Senado, "House of Representatives", e Suprema Côrte, vai ter muito trabalho pela frente se quiser eleger McCain Presidente dos Estados Unidos da América.
PS* Eu ia por uma ilustração sobre o nocaute do McCain, mas encontrei essa do Bill e Hillary Hippie. Não pude me conter! LOL!

08 fevereiro 2008

Feliz 9º aniversário, Rachel.



Peço licensa aos meus queridos leitores, especialmente aos ansiosos pelos meus comentários sobre a Superterça. Ela está quase pronta e em breve estará aqui publicada. Mas, gostaria hoje, aliás, quero, prestar homenagem apenas. Nove anos de vida, nove anos de jornada da mulher que mais amo, que para mim é mais que especial: Rachel Genofre.

Nasceste pequena, não do tamanho de um botão,
Mas cabia quase inteira na palma da minha mão.
Chorava, como toda criança chora,
E continua chorando, igualmente, chorona.
Mas seu sorriso, é compensador, é verdadeiro.
É um sorriso por inteiro, não apenas dentes a mostrar.
Gesticula, se agita, brinca, flutua no ar.
Mas, minha menina, és adulta quando queres ficar.
Não sou o pai que eu gostaria,
Bem como sei que, em seu crivo,
Ainda sou mais do que eu realmente poderia ser.
Assim é a alma de uma criança, assim é a sua exuberância.
A vida nos dá surpresas, e a mais bela que me destes foi ter me dado você.
Seu nome é mais que um nome, é nome, segundo nome, sobrenomes, é muito nome.
Rachel, de Queiroz, de mulher contestadora, vencedora, primeira de poucas na Academia.
Maria, de Nazaré, tradição de família, pura, imaculada, a mãe do Jesus, o Cristo e salvador.
Lobo, também de família, animal forte, temido, mas que jamais atacou o homem.
Oliveira, de duas famílias, lusitana de origem, brasileiríssima hoje em dia.
Genofre, de família paterna, de legado misterioso, de história por fazer.
Quase teve um Gomes, completando o fusuê de nomes.
Mas essa é você, a única escolha que apusemos, seu nome.
O restante, sua vida, é misto de ensinamentos e aprendizagem.
É coro feliz, mesmo em tempestade.
É choro contido, mesmo na felicidade.
É você, linda, de corpo, alma e essência.
É você, sabida, mente e inteligência.
É você, minha amada filha,
Fruto da vida que dá novos frutos à vida.

Feliz aniversário, feliz todos os dias de sua vida!

01 fevereiro 2008

Dois anos de Cozinha do NoSense

Igual ao primeiro aniversário
Passou novamente, sem presentes, sem mimos...
Mas, para dar sorte, e não o contrário
Parabéns aos amigos, leitores, e primos.

Ósculos e amplexos!
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Não podia deixar de passar essas:
Hulk Hogan (lembram das lutas livres da década de oitenta?), declara apoio ao Senador Obama. É o primeiro dos "Hollywood Heroes" que declara apoio a um democrata. Chuck Norris declarou apoio ao Huckabee, Schwarzenegger e Stalone ao McCain. O NY Times brincou: "Hillary ainda está esperando, nós (NYTimes) acreditamos que o dela seja o Steven Seagal".
Rudy Giuliani confirma sua retirada, e passa a apoiar McCain. Influência de Rambo ou do Exterminador do Futuro?
Semana passada o NY Times havia declarado apoio à Hillary Clinton e John McCain, ontem o NY Post, O St. Louis Post, e o Belleville News declararam apoio ao Obama e McCain. Interessante é que os editoriais de cada um desses jornais explicam os motivos, e ainda criticam os motivos dos demais jornais. Tudo num clima fraterno, ainda que as críticas sejam ácidas. Uma pequena dose de seriedade que falta aos veículos brasileiros, que se colocam enquanto imparciais, mas manipulam toda a sua informação disfarçadamente em prol de um ou outro partido ou candidato.