Moro em uma cidade onde a política é elaborada sob a perspectiva burguesa, porém debatida de forma pequena-burguesa. Uma capital que navegou na contra-mão do país ao votar em massa em Geraldo Alckmin (mais de 53% dos votos válidos), hoje acordou com uma ressaca daquelas. O motivo: o debate entre Lula e Alckmin no domingo. Aparentemente, caiu a ficha: Alckmin é um adversário mediano frente ao Lula.
Obviamente que os tucanos de plantão saíram com um comportamento “fachada” de que foram os grandes vencedores do debate. Por outro lado, os petistas fizeram a mesma coisa. Mas como debate não é jogo de futebol, não há vencedores nem derrotados. O que houve foi o lançamento do debate mais importante da vida dos brasileiros: quem será o comandante de nosso país e qual a política que ele irá representar. Caiu a ficha, portanto, que temos agora uma eleição radicalmente bipolar. De um lado, Alckmin, representante do continuísmo neoliberal, das grandes fortunas dos bancos e empresas gringas, dos latifundiários e daquela parcela média da população, mais conhecidos como “profissionais-liberais”; de outro, Lula, representante do trabalhador assalariado, do produtor rural, dos industriais brasileiros, do movimento social organizado.
O que aconteceu naquele debate foi o conhecimento de quem são os candidatos à Presidência da República. Não nomes ou história, mas seu pano de fundo, sua base política e sua representatividade social. À partir de agora, a campanha presidencial toma outro rumo. Continuará sem propostas objetivas ou sequer soluções para problemas pontuais. Será uma guerra pelo pensamento do qual cada candidato representa em nossa sociedade.
Portanto, por esse e por tantos outros motivos, vou de Lula. Não me representa o pensamento de meu patrão, logo não irei de Alckmin. E, ser derrotado o pensamento trabalhador, será o trabalhador o grande derrotado, e não Lula. O debate foi o começo. Aguardemos, com bandeiras em punho, o desenlace dessa campanha.
Ósculos e amplexos.
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