Se analisarmos bem a questão da nacionalização do gás boliviano, concluiremos que o grande problema foi, sem embargo, o processo eleitoral brasileiro.
O brasileiro, ao ver que um determinado diretor acaba de assumir o comando de uma empresa, “não bota fé” em um primeiro momento e espera para ver “que bicho vai dar”, para depois embasar seus comentários. Infelizmente é uma cultura bastante estranha, verdade. Mas, não deixa, de certo modo, de ter ocorrido o mesmo com o nosso país vizinho. Evo Morales, de origem ainda mais humilde a de nosso presidente “pindoramaense”, e de formação política ainda mais radical que a do Partido dos Trabalhadores, e num país de magnitude econômica deveras inferior à brasileira, não teria outra atitude senão buscar a reestruturação estatal, obviamente, em detrimento dos trabalhadores. Ao invés de, imediatamente após a confirmação do resultado eleitoral boliviano, Petrobrás e governo do Brasil renegociar na sua totalidade os acordos comerciais e produtivos naquele país, ocupou-se da lógica cultural estranha descrita acima.
E, não podendo ser diferente devido a sua postura política, Evo Morales parte com sede ao pote da reestatização das estruturas bolivianas. Começou logo com uma “lapada”, aumentando de 18% para 35% as taxas para as indústrias de hidrocarbonetos estrangeiras. Sinal de que alguma coisa muito maior ainda estaria por vir. E, como se trata de hidrocarboneto, não haveria motivos para que a Petrobrás não fosse tratada igualmente à Texas Co.; ou seja, como “gringa”. Igualmente tratado como “gringa”, num primeiro momento, a estatal venezuelana PDVSA, não perdeu tempo e, antes mesmo que Morales assumisse o comando do Palácio Quemado, Hugo Chávez já estava no encalço para estabelecer novas parcerias e negociar todos os acordos. O resultado foi um comum acordo que aproximou mais Morales da proposta bolivariana de Chávez a proposta “globalizante” do mundo petrolífero.
Por sua vez, o Brasil esperou. Continuou esperando. E tardou por sua espera. Enquanto os militares bolivianos ocupavam as instalações da Petrobrás na Bolívia, o Brasil mergulhava numa eleição presidencial onde todos possuíam opiniões sobre o problema, mas não apresentavam nada de concreto. Havia, naquele momento, três alternativas apenas: 1) dizer um não para a Bolívia, cair fora e chorar as mágoas na vã esperança de uma corte internacional condenar a Bolívia a pagar indenizações ao Brasil (Petrobrás); 2) não só dizer um não, mas “botar” o sucateado exército brasileiro, ainda assim mais poderoso que o boliviano, para defender os “interesses” brasileiros; ou 3) buscar uma alternativa diplomática, ainda que isso signifique perdas enormes para a empresa brasileira.
Ora, venceu, e ainda bem, a postura de número 3; de esquerda, que além de resguardar a autonomia dos povos, principalmente a dos povos vizinhos; manteve sua prioridade dada á América do Sul e na visão dos benefícios futuros dessa posição. Se dependêssemos da postura “tucana”, estaríamos em pé de guerra com o vizinho boliviano, matando e saqueando o pouco que eles possuem, em prol de um interesse que, no fundo, não é genuíno, mas internacional. Além, é claro, chamar de vez a atenção do mundo para nosso país de maneira mais negativa do que nossos próprios problemas (fome, miséria etc) já o fazem. Ou ainda pior, nem uma nem outra, continuaríamos esperando, esperando, esperando (...).
Ósculos e amplexos
O brasileiro, ao ver que um determinado diretor acaba de assumir o comando de uma empresa, “não bota fé” em um primeiro momento e espera para ver “que bicho vai dar”, para depois embasar seus comentários. Infelizmente é uma cultura bastante estranha, verdade. Mas, não deixa, de certo modo, de ter ocorrido o mesmo com o nosso país vizinho. Evo Morales, de origem ainda mais humilde a de nosso presidente “pindoramaense”, e de formação política ainda mais radical que a do Partido dos Trabalhadores, e num país de magnitude econômica deveras inferior à brasileira, não teria outra atitude senão buscar a reestruturação estatal, obviamente, em detrimento dos trabalhadores. Ao invés de, imediatamente após a confirmação do resultado eleitoral boliviano, Petrobrás e governo do Brasil renegociar na sua totalidade os acordos comerciais e produtivos naquele país, ocupou-se da lógica cultural estranha descrita acima.
E, não podendo ser diferente devido a sua postura política, Evo Morales parte com sede ao pote da reestatização das estruturas bolivianas. Começou logo com uma “lapada”, aumentando de 18% para 35% as taxas para as indústrias de hidrocarbonetos estrangeiras. Sinal de que alguma coisa muito maior ainda estaria por vir. E, como se trata de hidrocarboneto, não haveria motivos para que a Petrobrás não fosse tratada igualmente à Texas Co.; ou seja, como “gringa”. Igualmente tratado como “gringa”, num primeiro momento, a estatal venezuelana PDVSA, não perdeu tempo e, antes mesmo que Morales assumisse o comando do Palácio Quemado, Hugo Chávez já estava no encalço para estabelecer novas parcerias e negociar todos os acordos. O resultado foi um comum acordo que aproximou mais Morales da proposta bolivariana de Chávez a proposta “globalizante” do mundo petrolífero.
Por sua vez, o Brasil esperou. Continuou esperando. E tardou por sua espera. Enquanto os militares bolivianos ocupavam as instalações da Petrobrás na Bolívia, o Brasil mergulhava numa eleição presidencial onde todos possuíam opiniões sobre o problema, mas não apresentavam nada de concreto. Havia, naquele momento, três alternativas apenas: 1) dizer um não para a Bolívia, cair fora e chorar as mágoas na vã esperança de uma corte internacional condenar a Bolívia a pagar indenizações ao Brasil (Petrobrás); 2) não só dizer um não, mas “botar” o sucateado exército brasileiro, ainda assim mais poderoso que o boliviano, para defender os “interesses” brasileiros; ou 3) buscar uma alternativa diplomática, ainda que isso signifique perdas enormes para a empresa brasileira.
Ora, venceu, e ainda bem, a postura de número 3; de esquerda, que além de resguardar a autonomia dos povos, principalmente a dos povos vizinhos; manteve sua prioridade dada á América do Sul e na visão dos benefícios futuros dessa posição. Se dependêssemos da postura “tucana”, estaríamos em pé de guerra com o vizinho boliviano, matando e saqueando o pouco que eles possuem, em prol de um interesse que, no fundo, não é genuíno, mas internacional. Além, é claro, chamar de vez a atenção do mundo para nosso país de maneira mais negativa do que nossos próprios problemas (fome, miséria etc) já o fazem. Ou ainda pior, nem uma nem outra, continuaríamos esperando, esperando, esperando (...).
Ósculos e amplexos
Um comentário:
Sinceramente falando, sou uma fã de Evo e de sua atitude frente às empresas internacionais exploradoras de seu maior e mais valioso recurso natural: o Gás.
Não consigo conceber alguma crítica para com o nosso vizinho com a reestatização de suas principais fontes de renda.
O "prejuízo" brasileiro não foi tão alarmante quanto poderia ter sido se tivéssemos seguido o coro do tucanato, exigindo uma retaliação e uma "resposta a altura" para a atitude do presidente boliviano, uma crise diplomatica poderia dividir a América Latina e perderíamos aliados importantes da esquerda mundial, além de sermos aplaudidos pelo presidente ianque.
A Bolívia é um país extremamente pobre, porém seus recursos naturais são abundantes. Temos uma grande parcela de culpa pela crescente miserabilidade instaurada neste país.
Os maiores proprietários de terras cultiváveis bolivianas são brasileiros, que produzem a um preço reduzido, trazem a produção para o Brasil e a vendem por aqui, sem haver um real ganho para a Bolívia, sem falar que não há retorno de capital em forma de investimentos para possibilitar o desenvolvimento boliviano.
Ou seja, a Bolívia foi tratada, e ainda é, como um quintal da agricultura brasileria.
Agora eu penso, que tipo de argumentação iremos tomar contra o imperialismo norte americano, quando temos uma postura de exploração frente a um vizinho mais pobre que nós?? Graças que o nosso presidente seja de esquerda, que o tucano não tenha levado a melhor, se não estaríamos à beira de uma crise econômica e diplomática com o nosso querido vizinho, a Bolívia.
Que a reestatização das empresas bolivianas possa trazer desenvolvimento e riqueza para o povo boliviano, e que sejamos aliados desta diminuição da miséria existente na América Latina. Avante com o projeto bolivariano!!!
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