tag:blogger.com,1999:blog-209511222024-03-13T00:08:44.920-03:00Cozinha do NoSenseA velha e boa cozinha de Michael Genofre migrou para o Blogger! Sempre uma alquimia de coisas e mais coisas, com nexo ou não!Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.comBlogger269125tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-21426988846490961112015-06-29T12:45:00.001-03:002015-06-29T12:45:29.993-03:00Zeca Camargo não atacou ou sequer desrespeitou Cristiano Araújo. Pior, desrespeitou a todos!<br />
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/7mE0JEh3dvw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/7mE0JEh3dvw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Como é difícil escrever sobre a crônica de Zeca Camargo! Ao mesmo tempo em que não vi desrespeito com o falecido Cristiano Araujo e nem com os fãs desse cantor, vi um baita desrespeito com o povo brasileiro. Mas, para isso, preciso desconstruir o desrespeito que eu não vi para demonstrar o desrespeito que vi.<br />
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Lutamos tanto por uma televisão mais crítica, com conteúdos mais edificantes. E quando surge uma crítica, que bem ou mal elaborada sempre é um convite à reflexão, logo ela é absurdamente atacada e mal interpretada. Ainda que Zeca tenha pesado a mão, sobretudo quando compara os livros de colorir enquanto reflexo de ausência de cultura, a crítica nos convida a refletir o próprio fenômeno da indústria de entretenimento. Trocando em miúdos: de tantas coisas que podemos debater sobre essa crônica, definitivamente não é sobre Cristiano Araujo que ele estava falando. Cristiano Araujo serve de ilustração para a reflexão que Zeca propôs. Houve escolhas muito mais desrespeitosas e infelizes do que se utilizar de um recém-falecido para se dizer o que pensa.<br />
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O primeiro vídeo que encontrei no Youtube com a crônica em sua íntegra já decreta: "Zeca Camargo fala mal de Cristiano Araujo - Falta com respeito aos familiares e fãs" (sic). Mas não foi o que eu vi. Pelo contrário, logo no começo do vídeo/crônica, Zeca Camargo reconhece a importância de Cristiano Araujo e que o fato dele não ser, ao mesmo tempo, capaz de comover multidões ainda que desconhecido pelos grandes centros é um fenômeno de um país repleto de cantores talentosos e com dimensões continentais. Ou seja, ele trata com respeito Cristiano Araujo, reconhece seu talento, lamenta a tragédia, mas se impressiona com a comoção nacional. O que impressionou Zeca Camargo é a necessidade das massas pela busca de sua catarse - definida aqui por Zeca Camargo como algo que une um povo pela emoção.<br />
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Aristóteles, em sua Poética, defende a catarse, definindo-a enquanto uma ocasião em que os sentimentos de um conjunto de pessoas são liberados, dizendo que tais ocasiões são fundamentais para que os sentimentos reprimidos não se tornem perniciosos. Como exemplo de ocasião de liberação de sentimentos, temos os momentos emocionantes do teatro ou do cinema, bem como temos os funerais. Zeca Camargo escolheu o que ele chamou de grandes funerais como um momento necessário de catarse - enquanto uma "forma de purificação" (sic). Nesse momento, cita ele que cada geração teve sua catarse com funerais como o de Kurt Cobain, Cazuza, princesa Diana, e Michael Jackson. Mas, Cristiano Araujo, relativamente desconhecido arrastar uma multidão em seu funeral de igual maneira que um grande conhecido como Airton Senna ou Eduardo Campos? - é com essa interrogação que a crítica começa a desandar.<br />
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A coisa geralmente desanda quando a crítica opta por uma escolha infeliz. No caso, escolher para ilustrar sua crônica os livros de colorir. A coqueluche que está sendo tais livros em todo o mundo e igualmente no Brasil é constatada com estranheza na crítica de Zeca. Segundo ele, dentre uma série de problemas, tais livros "destacam a pobreza da alma cultural brasileira". E que, duvidando que tenha algo de valor cultural em tais livros, a coqueluche desses livros revelam a ausência de referências culturais para o povo brasileiro.<br />
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É equivocado dizer que não temos referências culturais em tempos atuais. Aliás, sendo Zeca Camargo alguém que está fazendo uma crônica crítica em uma televisão, quando faz essa afirmação acaba por desconsiderar inclusive a si próprio. Não há um brasileiro sequer que não tenha uma opinião formada de que temos como grandes ícones culturais e vivos como Fernanda Montenegro, Chico Buarque, Caetano, Gil, e tantos outros. Então, temos referências culturais e de sobra reconhecidas e consagradas pelas massas. E olha que estou falando por enquanto somente da limitada cultura elitizada. A cultura de massas e a cultura popular é imensa e bastante referenciada pelo povo brasileiro. Colocar tudo isso em um pacote e comparar enquanto pobreza cultural por se tornar um fenômeno livros de colorir - e que não é exclusividade brasileira, trata-se de um fenômeno mundial - é um grande exagero e soa como desrespeito.<br />
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Por fim, Zeca elabora uma provocação interessante, porém recorrente: os ídolos de um produto só. Por mais que se possa concordar com seu posicionamento - ou discordar, o que daria um outro post imenso como esse - a questão é que não se trata de uma escolha adorarmos falsos herois. Dizer que precisamos sim de herois de verdade é clamar para a indústria de entretenimento justamente que fabrique mais e mais pobreza cultural. Não ataca o maior inimigo da verdadeira cultura que é justamente a indústria do entretenimento. Quando faz uma imensa crônica como essa e não se posiciona contra quem elabora o conteúdo alienante e joga para a geral a responsabilidade de estar alienado, desrespeita quem é vítima e não quem é o autor do crime.<br />
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Portanto, há uma série de desrespeitos na crônica de Zeca Camargo. Mas acredito que nenhum especificamente pelo o que ele está sendo acusado, ou seja, o único que não foi desrespeitado foi Cristiano Araujo. Porém, a velha e estúpida indústria do entretenimento decidiu explorar ao máximo a polêmica mais fraca, mas a mais chamativa. E assim continuamos alienados.<br />
<h1 class="yt watch-title-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; color: #222222; display: table-cell; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 24px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 13px; padding: 0px; vertical-align: top; width: 824px; word-wrap: break-word;">
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Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-55191694529227590442015-03-03T01:55:00.000-03:002015-03-03T01:55:04.417-03:00Novela e crianças.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/_eeZLp5gv2GQ/TBVip5SVEUI/AAAAAAAAAIY/akzP5TpFxw0/s400/CRIANA~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_eeZLp5gv2GQ/TBVip5SVEUI/AAAAAAAAAIY/akzP5TpFxw0/s400/CRIANA~1.JPG" height="274" width="320" /></a></div>
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Esse texto surgiu à partir de um exercício de teatro que consistia em apresentar argumentos sobre temas variados de maneira compatível. Explico: diante de uma pergunta, o ator ou a atriz deveria responder de maneira tal que conseguisse manter a atenção de uma turma inteira, expor sua opinião rapidamente, de maneira objetiva e com bom desenvolvimento dos argumentos. Dentre várias perguntas, a que provocava uma reflexão envolvendo novela e criança foi a que mais rendeu polêmica. A pergunta: "você acha que a novela pode prejudicar a formação de uma criança?"</div>
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Em respeito às minhas e aos meus colegas, não apresentarei aqui no meu texto quais foram as opiniões contrárias às minhas. Tampouco minha avaliação quanto aos argumentos dados. Apenas apresentarei minha opinião com mais tempo e um pouquinho mais de referências e fontes. </div>
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Que a televisão é capaz de influenciar uma criança é fato tamanho que simplesmente não encontrei nenhuma pesquisa que sequer mencione a possibilidade do contrário. Diante da constatação de que a televisão é capaz de influenciar muito uma criança, destaca-se o riquíssimo debate que há sobre a consideração de que toda propaganda para criança deve ser considerada <a href="http://migre.me/oQA7a" target="_blank">abusiva</a>. Aliás, já reparou que o intermediário responsável deixou de existir nas propagandas de produtos infantis? Antigamente, dizia-se "papai, mamãe, não se esqueça da minha Caloi" ou "peça para o papai e para a mamãe as bonecas da Estrela". Hoje, a própria criança é tratada como consumidor final. Nenhuma empresa investiria milhões de reais em propaganda na televisão se não influenciasse todo um público. </div>
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Se as novelas são tão influentes, bem como os esportes, os programas de auditório, e os programas de humor, podem elas influenciar na formação psicológica e no desenvolvimento psicossocial da criança. No caso das novelas, destacam-se mais aquelas que atingem grande impacto na sociedade seja por sua trama ou seja por uma determinada atitude polêmica explorada pelo argumento da novela. Uma trama que conquista todo um país, repercutindo por vezes internacionalmente, ainda que visivelmente voltado para um público adulto, estimula inúmeros comportamentos que acabam sendo reproduzidos pelos mais jovens - especialmente aqueles que não possuem capacidade de filtrar ou criticar os conteúdos do que assistem. E o que falar das chamadas novelas infanto-juvenis como "Carrossel", "Chiquititas", e "Malhação"? Ainda que suavizem ou mesmo não abordem conteúdos de cunho mais adulto, acabam inevitavelmente influenciando comportamentos que são incompatíveis com um desenvolvimento normal de uma criança em ambientes como a escola, o clube ou o parquinho. </div>
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Sim, as novelas podem ser prejudiciais na formação de uma criança. Elas tem por hábito repetir comportamento e situações, principalmente aquelas em que há consentimento ou que receba boa atenção de seus pais. E como a própria televisão não fornece contrapontos para afirmar que determinadas atitudes são inadequadas - até porque não é papel da TV - a reprodução de comportamentos inadequados com a etapa de desenvolvimento da criança certamente prejudicará a formação da criança. </div>
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É claro que uma criança que só assiste a programas educativos terá sérios problemas de socialização com outras crianças. Se adulto (como eu) que não assiste novela já possui dificuldades em socialização com outras pessoas, imagine uma criança que não possui assimiladas outras fontes que sejam capazes de estimular uma conversa ou mesmo proporcionar inclusão a um grupo social. A saída é uma formação que estimule a crítica, ou seja, que valorize na criança sua capacidade de discernir o certo do errado, o que ela deve considerar bom ou ruim para ela. Mas isso é assunto para outra postagem. Para essa, fica somente o argumento de que sim, as novelas podem prejudicar uma criança. </div>
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Ósculos e amplexos!</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-62621290455927222702015-02-23T14:27:00.001-03:002015-02-23T14:27:07.673-03:00O que mais querem que o ator faça? Oscar 2015.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-p-nFqBljQM0/UPhDo2FSMwI/AAAAAAAAKO0/YEZqUVLL2wY/s1600/8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-p-nFqBljQM0/UPhDo2FSMwI/AAAAAAAAKO0/YEZqUVLL2wY/s1600/8.jpg" height="190" width="320" /></a></div>
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No mundo do futebol, na década de 1990, havia uma imensa crise de público em praticamente todo o Brasil. Coincidentemente, explodiam índices e mais índices de audiência para os jogos da liga americana de basquete, NBA. Era época do fenomenal Chicago Bulls de Jordan, Pippen, Grant, Armstrong, e outras feras do búfalo da cidade dos ventos. No vôlei, outro fenômeno: mudanças significativas nas regras transformaram o jogo para uma velocidade de videoclipe. Fim da necessidade da bola estar em "vantagem" para se confirmar um ponto, fim da zona restrita de saque, foram mudanças consideradas drásticas e que fizeram com que o público voltasse para as quadras. Logo, os intelectuais da bola chegaram em uma conclusão: o futebol tem crise de público porque são poucos os gols. A violência e a precaridade dos estádios nem sequer foi cogitada nessa época. Somente uma década depois que veio a surgir o Estatuto do Torcedor e as alvissareiras transformações dos estádios. </div>
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O que se viu depois foi um festival de horrores no futebol: a bola se tornou mais rápida, goleiro não podia pegar com as mãos a bola mais do que uma vez (que ainda bem foi abolida essa regra ridícula e substituída por outra um pouco menos ilógica que proíbe o goleiro de pegar com as mãos as bolas recuadas por jogador do próprio time), aumento da distância entre as traves, e outras ideias tenebrosas. Institucionalizou-se, até, o erro do árbitro como parte do jogo. Pois, somente na Copa do Mundo do Brasil, 2014, é que medidas tecnológicas para diminuir o erro humano na decisão do árbitro foi introduzido no futebol, sendo que, por exemplo, no futebol americano já são introduzidas tais medidas desde a década de 1980. Zetti, goleiro ídolo do São Paulo na época brincou sério em uma entrevista para a Rede Globo dizendo: - "o quê mais querem que o goleiro faça? Daqui a pouco vão tirar o goleiro do futebol". </div>
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Enfim, esse festival de horrores que foi fruto da genialidade toda dos intelectuais da bola de que o problema era a escassez de gol foi a primeira coisa que me veio à lembrança quando vi pela segunda vez, dois anos consecutivos, na premiação do Oscar o prêmio de melhor ator ir para aquele que mais transformou o seu próprio corpo. Em 2014, ficou nítido que o critério que a Academia de Hollywood adotou para sua escolha para o prêmio de Melhor Ator foi quem mais maltratou o próprio corpo em busca da verdade cênica. Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas, 2014) concorreu com Christian Bale (Trapaça, 2014), ambos com transformações físicas extremas. Venceu McConaughey, que foi o que emagreceu assustadoramente para fazer seu personagem em fim de sua vida por causa da AIDS. 2015, o critério se repetiu e o prêmio foi para Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo, 2015), interpretando o físico Stephen Hawking.</div>
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É claro que McConaughey teve um trabalho fenomenal em 2014. Tudo que ele fez foi muito bom. Veja a participação dele no filme "O Lobo de Wallstreet" e logo se vê que mereceu todas as premiações que teve. O problema não está no ator, mas na academia que valoriza o pior aspecto dessa forma de construção do personagem. Este ano, as interpretações estavam mais equilibradas. Michael Keaton (Birdman, 2015), Benedict Cumberbath (Jogo da Imitação, 2015), Steve Carrell (Foxcatcher, 2015) tiveram atuações formidáveis do começo ao fim de seus filmes. Correndo atrás, mas com não tão boa desenvoltura, foi a boa atuação de Bradley Cooper (Sniper Americano, 2015). Redmayne, porém, não tem uma atuação tão destacada até que seu personagem atinge a total deformação de seu corpo por causa de sua doença motora degenerativa. Somente quando há tamanha deformação é que Redmayne brilha e comove o espectador. Aliás, o filme é muito mais um romance água com açúcar que enrola até que seu ápice seja justamente a total degeneração muscular de Hawkings. As ideias que Hawkings teve que o fizeram mundialmente reconhecido são muito superficialmente pinceladas e um enfoque sobre o ateísmo do físico foi abordado de maneira bastante boba. O diferencial, portanto, para a Academia foi a transformação do próprio corpo do ator. </div>
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Em Birdman, Iñarritu brinca e provoca essa busca insana por uma verdade que vá além da verdade cênica. (ATENÇÃO: SPOILER) Tanto que transforma o ato do ator que atira de verdade em seu próprio nariz em um sequência de cenas patéticas logo na sequência do gesto imbecil. Aliás, todas as tentativas de ir além da verdade cênica é tratada como patetice, por exemplo, em todos os momentos da atuação do personagem de Edward Northon (FIM DO SPOILER). Concordo com Iñarritu. O que mais querem que o ator faça? Se mate de verdade para construir um personagem que morre em cena? </div>
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A crítica deve valorizar o processo criativo do ator em sua construção do personagem. Nada de valorizar esquisitices como a do ator que não sai de seu personagem até que seu trabalho termine. Aliás, que desagradável que é a pessoa que não deixa seu personagem no palco ou no set de gravação. O ator sofre e muito quando tem que mudar seu corpo para dar mais verdade ao seu personagem. Mas tudo tem técnica e tecnologia para poupar o ator de situações que são análogas à auto-mutilação.</div>
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Valorizo muito mais o ator gordo que consegue se expressar e interpretar um magro com tamanha verdade que o público sequer nota que se trata de uma pessoa obesa. Um dos maiores desafios do teatro brasileiro, apenas para exemplificar, justamente se encontra em dar verdade para Sônia em "Valsa n. 6" de Nelson Rodrigues. Afinal, uma garota de 15 anos não tem o peso da experiência para ser capaz de boa interpretação de uma alma aflita e uma mulher de 30 anos ou mais dificilmente consegue convencer que tem apenas 15 anos de idade e que é Sônia nos palcos. Quase todos os diretores falham miseravelmente. Mas quando uma atriz consegue atingir a verdade cênica, torna-se um monólogo dos mais brilhantes que o público já tenha assistido. Creio que o cinema tem muito mais condições de atingir esse resultado que o teatro. Portanto, preocupa-me esse gosto da academia de valorizar a mutilação do ator em busca de sua verdade cênica.</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-64427297847761202612014-04-22T14:11:00.000-03:002014-04-22T14:11:02.049-03:00Pobre Inglês da Canção da Chuva.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://storage.delhinewsrecord.com/v1/dynamic_resize/sws_path/suns-prod-images/1297539541848_ORIGINAL.jpg?quality=80&size=650x&stmp=1395321797667" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://storage.delhinewsrecord.com/v1/dynamic_resize/sws_path/suns-prod-images/1297539541848_ORIGINAL.jpg?quality=80&size=650x&stmp=1395321797667" height="240" width="320" /></a></div>
"É a primavera do meu amor"...
"a segunda estação que estou conhecendo",
Diz a canção do Led Zeppelin.<br />
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Fico cá refletindo, em primor português:<br />
Mesmo no hemisfério de lá, primavera vem depois do inverno.<br />
Que inferno, deletério, deve ter sido o amor desse inglês.<br />
Exceto se de cá saiu um dia antes do verão acabar<br />
E por lá chegando imediatamente após a primavera começar.<br />
<br />
Ainda assim, que melancólico esse olhar!<br />
Como se encaixa as águas desse março nessa pintura?<br />
As cinzas de uma quarta sem ternura?<br />
O adeus do sobe-morro de um amor que sobrevive só à beira-mar?<br />
No prazer de se perder no corpo de quem só quer te achar?<br />
<br />
Pior ainda é por lá chegar,<br />
Sem ela, ainda vendo o branco da neve.<br />
Com um sol que aparece, mas teima em esquentar.<br />
Com aquele vento cortante, à orelha lembrar,<br />
Que um dia foi feliz, mas só voltará a sê-lo se cá voltar. <a href="http://storage.delhinewsrecord.com/v1/dynamic_resize/sws_path/suns-prod-images/1297539541848_ORIGINAL.jpg?quality=80&size=650x&stmp=1395321797667" imageanchor="1"></a>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-19356570117205385192013-11-27T01:52:00.000-02:002013-11-27T01:52:29.759-02:00Um Bilac curitibano... (sobre a demolição das vias na zona portuária do Rio)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://p2.trrsf.com/image/fget/cf/619/464/images.terra.com/2013/11/24/implosao-1-div-beth-santos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="http://p2.trrsf.com/image/fget/cf/619/464/images.terra.com/2013/11/24/implosao-1-div-beth-santos.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O jornal da manhã dava imagens em todas as velocidades, principalmente
em lentíssimas. Em questão de segundos as vias da zona portuária do Rio
de Janeiro tornavam-se escombros. Enquanto eu vagava por memórias de um
certo tempo em que eu percorria tal trecho que não existe agora, ao meu
lado, um sujeito comendo uma coxinha dava gritos de felicidade.<br /> <br />
Alvíssaras emanadas de um novo Bilac, porém assistindo cá em terras
curitibanas. “Vibrai, feri, exterminai, demoli, trabalhai e cantai sem
descanso, (dinamites) sagradas! cada golpe dos vossos é uma benção e uma
redenção"... teria certamente exclamado o entusiasmado parnasso!</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-39473785296232440882013-05-04T13:30:00.001-03:002013-05-04T13:33:52.695-03:00O contraponto de uma tendência: comunistas e religiosos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/_k9K19erL4PM/TPUXuvN2ITI/AAAAAAAAA54/-x0yc03kbGg/religioecomunismoqueverdadeeessa.com%5B2%5D.jpg?imgmax=800" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_k9K19erL4PM/TPUXuvN2ITI/AAAAAAAAA54/-x0yc03kbGg/religioecomunismoqueverdadeeessa.com%5B2%5D.jpg?imgmax=800" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><br /></i></span>
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<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><i>Para os comunistas, o que deve preceder quando o assunto é religião é a análise da questão pela lógica da luta de classes. Fugir do modelo anticlerical da Ilustração é o primeiro passo para uma construção qualificada da ação dos comunistas entre o povo religioso.</i></span></div>
<br />
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<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Estamos em tempos de grande visibilidade religiosa na política do Brasil graças à presença de um fundamentalista religioso à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Em questão de dias, o velho tema sobre a relação entre religião e Estado se renova e uma enxurrada de discursos são utilizados em massa principalmente pelas redes sociais. E, por mais que seja centenário tal debate, impressiono-me com o imenso mau-trato dado ao tema principalmente por boa parte dos mais esclarecidos e honestos progressistas do país. A visão de muitos marxistas sobre a posição de Marx acerca da religião é extremamente simplificada e identificada tipicamente com o bordão já desgastado de que ela é simplesmente “o ópio do povo” e fim de papo.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A trincheira reacionária e conservadora cavada no seio das massas revolucionárias pelas religiões ao longo da, denominada por Hobsbawn, “Era das Revoluções” ao longo do século XIX é uma verdade ainda em tempos atuais. Em larga medida, quando não vemos inúmeras instituições religiosas cumprindo esse papel, vemos tantas outras envolvidas em imensas engenharias sociais, financeiras, e anti-comunistas. Todavia, vira-e-mexe surgem movimentos ou expressões revolucionárias em meio justamente às religiões. A história de independência da América do Norte e da América Latina é composta de inúmeros revolucionários sacerdotes e a questão religiosa foi por vezes a voz libertária desses povos. A existência de organizações como a Juventude Universitária Católica, a Ação Popular, e a Teologia da Libertação – bem como a inserção relevante de clérigos católicos na luta operária como o caso do paraguaio Fernando Lugo e dos padres envolvidos com a revolução sandinista e com as Farc-EP, por exemplo, provoca-nos a necessidade de uma releitura tanto da análise marxista da religião quanto da tática revolucionária acerca do trato ao tema. A “quintessência”, portanto, da concepção de “religião é o ópio do povo” é simplificadora por demais e mais atrapalha do que ajuda na hora de se estabelecer as bases do argumento sobre o fenômeno religioso na política e na luta de classes.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Para não incorrer na “heresia” de se desconsiderar os textos clássicos do marxismo, primeiramente é importante explorarmos melhor esse papel narcótico apontado no célebre “a religião é o ópio do povo”. É do espírito da época, em seu sentido romântico alemão, com inúmeras tonalidades distintas, a identificação do papel da religião na sociedade pelo seu efeito narcótico. Kant, Feuerbach, e Hegel, muito antes de Marx, todos identificavam tal efeito e de maneira positiva. De uma forma ou outra, notavam que, em meio à amargura de uma vida em meio a um mundo insensível, a religião promove, por meio da espiritualidade, certos alívios como amor, fé e esperança. Mesmo os mais críticos, e por vezes os mais irônicos, como Feuerbach e Hess, identificavam que a droga religiosa era necessária, ainda que tenha por efeito colateral o vício da servidão social.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Marx, em seu texto “Crítica à Filosofia do Direito de Hegel” (1844) concorda com a ambivalência do fenômeno religioso. Entretanto, ao darmos melhor atenção ao parágrafo onde se encontra a máxima de que a religião “é o ópio do povo”, de imediato nota-se que se trata de um pensamento muito mais complexo do que as pessoas costumam utilizar ao desenvolver suas críticas. Ainda que nesse texto Marx rejeita totalmente a religião, não descarta, porém, o caráter dialético que ela possui: “<i>A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo</i>” (MARX, 1843-4, p. 1).</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Se levarmos em consideração o conjunto da obra de 1844, Marx está muito mais próximo ao movimento hegeliano de esquerda, que denunciava a alienação provocada pela religião e a busca em considerá-la um fenômeno humano, que ao entendimento da Ilustração, que denunciava a conspiração clerical – e como tem, em dias atuais, aqueles que confudem e misturam essas duas formas em seus argumentos quando o assunto é religião! – Porém, ainda que, sem dúvida, dialética, não se tratava de uma análise classista e nem tampouco histórica. Tal análise começa a ocorrer na literatura marxista, de fato, na “Ideologia Alemã”, de 1846. Eis que nessa obra é que a observação da religião enquanto coisa social e histórica se inicia de fato. E o que mais chama a atenção: Marx, como método, coloca a religião como uma das inúmeras formas da ideologia de um povo e necessariamente condicionada pela produção material e pelas relações sociais. Aponta, portanto, o caminho da análise: o que é a religião, ou no que ela acredita ou se é verdade o que ela promete pouco importa à luz das relações sociais. Mas, por ser coisa social, o que importa é compreender que qualquer perturbação histórica das condições sociais provoca, ao mesmo tempo, a perturbação das concepções e das representações dos homens e, como corolário, também das representações religiosas. Isso explica, por exemplo, porque os sacerdotes tiveram papéis tão distintos no século XIX na Europa e nas Américas - o papel obscurantista e reacionário ao longo da Primavera dos Povos e o papel libertador e revolucionário nas lutas por Independência na América Latina.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Tudo leva a crer que Marx dá o assunto por encerrado em “Ideologia Alemã”, já que depois não apresenta nenhum outro estudo mais desenvolvido sobre a religião – apenas algumas ideias sem maior cuidado n'O Capital e nos </span><i style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Grundrisse</i><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">. Pelos textos de Karl Marx, unicamente, notamos que a conclusão acerca das religiões vai muito mais além do que a identificação de seu papel narcótico. Em outras palavras, Marx se preocupou mais com o “vale de lágrimas” que com os “consoladores”. E, no tocante à teologia, ela deve ser observada quanto ao seu uso político, possível criador tanto de “ murmuro e ranger de dentes” quanto de saciar os “sedentos e famintos por justiça”.</span></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Tendo esclarecido esse ponto, devemos somar nossas observações com a contribuição ímpar de Engels para se abordar a religião de maneira materialista-histórica-<wbr></wbr>dialética: a visão da luta de classes. Diferentemente de seus contemporâneos – e de muitos outros que vieram depois até os dias atuais – Engels não olha para a religião enquanto quintessência a-histórica, mas como uma forma cultural e de massas. Observa que a religião não se trata necessariamente de um representante conservador no duelo iluminista entre revolução e reação, como foi o caso dos protestantes que usaram de sua religião para combater de maneira revolucionária os materialistas que estava com os Stuarts na Inglaterra no século XVII. E vai mais além, Engels longe de conceber a Igreja enquanto uma entidade homogênea, identifica sua característica de massas e sua divisão de acordo com seus componentes de classe. Demonstra Engels que, historicamente, a Reforma Protestante, por exemplo, foi fruto da luta de classes. Um alto clero reacionário em conflito com um baixo clero e um movimento campesino revolucionário, culminando em um rompimento. Aponta, inclusive, que as teses de Lutero tem mais importância econômica que teológica – uma vez que foram usadas para enfrentar os pesados impostos clericais da Igreja Católica sobre a população germânica essencialmente campesina.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Engels, ainda que ateu e anti-clerical ferrenho, também reconhecia positivamente o papel narcótico da religião. Porém, identificou que ao mesmo tempo em que a religião pode cumprir um papel de legitimação da ordem estabelecida, ela pode, em determinadas circunstâncias sociais, exercer um papel crítico, contestador e até mesmo revolucionário. Chegou, inclusive, a estabelecer um surpreendente paralelo – que, contemporaneamente, Hugo Chávez insistiu em resgatar – entre o cristianismo primitivo e o socialismo moderno. Segundo o alemão, os primeiros cristãos eram membros das mais baixas classes sociais na pirâmide social em suas sociedades: escravos, homens livres privados de direitos, camponeses endividados, e assim por diante. A diferença entre os cristãos primitivos e os socialistas modernos é o <i>momentum </i>da libertação: enquanto que para os primeiros seria para além dessa vida, para os segundos o momento é o agora.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Friedrisch Engels analisou o fenômeno religioso dando uma abordagem mais utilitarista na luta de classes, identificando o potencial de protesto da religião. Distinguiu-se em sua abordagem ao da Ilustração e ao da abordagem hegeliana – essa última adotada por Marx em quase toda sua literatura – apresentando a necessidade dos revolucionários sempre identificar o uso que as classes sociais fazem de suas religiões.</span></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Karl Kautsky, antes de renegar o marxismo segundo Lênin, teceu inúmeros ensaios sobre o que considerava os precursores do socialismo moderno. Seriam esses precursores justamente algumas correntes religiosas que propunham uma sociedade distributiva – portanto, comunista, ainda que utópica e muito distinta do comunismo científico e operário moderno. Na visão kautskysta, os fundamentos religiosos são utilizados pelas classes sociais para justificar um posicionamento político e não necessariamente, portanto, tendo a ver com sentido teológico que a religião dá a eles. Por exemplo, a Santa Inquisição, baseada nos fundamentos apocalípticos, seriam na verdade expressões de desespero de uma classe dominante na manutenção de seu <i>status quo </i>diante de uma classe oprimida aspirando ideais comunistas que aprenderam com a própria vida religiosa. Em seu livro sobre Thomas More, ilustra a transformação que as próprias igrejas foram submetidas à medida que o mercantilismo ia ganhando força no mundo europeu. Segundo Kautsky, o autor de “Utopia” seria um legítimo e último representante de um catolicismo popular, velho e feudal – completamente diferente do mercantilista, elitista e novo catolicismo jesuítico moderno. More denunciava a brutal proletarização dos camponeses com a destruição da Igreja Católica Feudal, bem como denunciava a expropriação de terras comunitárias pela Reforma Protestante. Ao mesmo tempo, combatia as correntes autoritárias que haviam na Igreja propondo o fim do celibato clerical, a ordenação de mulheres, e um processo eleitoral onde as comunidades escolheriam seus padres.Kautsky, portanto, confirma a validade dos argumentos de Marx e Engels para o século XX afirmando que, além de ser fruto das relações sociais, a religião sofre transformações com a luta de classes identificando nessa contradição a necessidade de se evitar o ateísmo na elaboração do pensamento marxista contemporâneo.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Em “Socialismo e Religião”, de 1905, Lênin inicia seu texto com um duro discurso sobre o papel da religião na sociedade. Identifica e reforça todos os argumentos da Ilustração sobre a religião, acrescentando que há uma névoa obscura que faz com que a religião oprima também o espírito do trabalhador. Identifica o papel narcótico da religião, re-afirmando a velha máxima da religião enquanto ópio do povo, mas não a vê positivamente - a vê como uma cachaça ruim onde os escravos do capital afogam sua humanidade e suas reivindicações por uma vida minimamente digna. Seria então um dos papéis dos socialistas provocar o rompimento que o trabalhador tem com a névoa religiosa a fim de partir para a construção de um paraíso na terra, no agora. Entretanto, há uma forma para se fazer isso: jamais de "</span><i style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">modo abstrato e idealista de colocar a questão religiosa 'a partir da razão', fora da luta de classes</i><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">". Para Lênin, é um absurdo querer dissipar os preconceitos religiosos por meio unicamente de propaganda - uma estreiteza burguesa esquecer que o jugo religioso é fruto do jugo econômico. Como palavra de ordem, Lênin define que a posição dos comunistas em relação à religião é a defesa de que ela seja um assunto privado. Uma luta onde se defenda o direito de crença e de não-crença dos trabalhadores, porém rompendo qualquer relação entre a religião e o Estado (inclusive qualquer benefício econômico, fiscal, ou simbólico). E, para o partido comunista, onde esse assunto não pode ser privado, jamais se declarar um partido ateu - o que teria como consequência o impedimento de filiação de religiosos. Pelo contrário, permitir que a "incoerência cristã" e os "vestígios de velhos preconceitos" ingressem nas fileiras partidárias onde a questão religiosa não ocupa o primeiro lugar e há uma concepção científica na ordem da interpretação do mundo. E, por fim, alerta que sempre que a questão religiosa não é tratada pela lógica da luta de classes, a burguesia reacionária trata de atiçar a hostilidade religiosa. Em outras palavras, sempre que se perde o referencial classista, a burguesia manipula as massas de trabalhadores para defenderem suas posições em nome do combate à ameaça de destruição de suas crenças.</span></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O antídoto seria justamente aproximar o fiel a unirem forças contra a escravidão proporcionada por um mundo onde ele mesmo identifica como iníquo, convidando a construir o paraíso que ele acredita hoje, aqui na terra. Identificar a luta de classes que há na própria religião e provocar a organização proletária. Evitar a "estreiteza burguesa" de considerar o jugo religioso como algo à parte do jugo econômico - coisa que acontece sempre que se combate a religião por meio unicamente da propaganda. Deve-se semear o combate ao fundamentalismo religioso dentro das próprias religiões, coisa que fará com que o próprio religioso entenda a opressão que esse fundamentalismo provoca e se manifeste no sentido de, reforçando suas crenças, derrube o opressor fundamentalista. Expropriar do burguês a sua capacidade de mobilizar as massas em nome da fé - conscientizando as massas que a melhor defesa de suas religiões se dá por meio de uma sociedade livre, de respeito à todas as crenças, e socialista. </div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">ENGELS, F. "</span><em style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Anti</em><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">-</span><em style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Dühring"</em><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">. São Paulo:Paz e Terra, 1977.</span></div>
<br />
<br />
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; line-height: 19px; margin-left: 21.3pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">ENGELS, F. "</span><span lang="EN-US" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Contribution to the History of Primitive Christianity” In. </span><span lang="EN-US" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">K. Marx e F. Engels <i>"On Religion" </i>Londres: Lawrence&Wishart, 1960.</span></div>
</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
KAUTSKY, K. "Thomas More and His Utopia". Disponível em: <<a href="https://www.marxists.org/archive/kautsky/1888/more/index.htm" style="color: #1155cc;" target="_blank">https://www.marxists.org/<wbr></wbr>archive/kautsky/1888/more/<wbr></wbr>index.htm</a>>, acessado em 18 de abril de 2013; Inglaterra, 1927; Alemanha, 1888.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
LÊNIN, V. "Socialismo e Religião". Trad. FISHUK. Disponível em: <<a href="http://www.marxists.org/portugues/lenin/1905/12/03.htm" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://www.marxists.org/<wbr></wbr>portugues/lenin/1905/12/03.htm</a><wbr></wbr>>, acessado em 20 de abril de 2013; Rússia:1905</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
MARX, Karl "Crítica da Filosofia do Direito de Hegel". Transc. Eduardo Velhinho. Disponível em: <<a href="http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ma000054.pdf" style="color: #1155cc;" target="_blank">http://www.dominiopublico.<wbr></wbr>gov.br/download/texto/<wbr></wbr>ma000054.pdf</a>>, acessado em 20 de abril de 2013; Alemanha: 1843-4<br />
MARX, K., ENGELS, F. "<i><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=20951122" name="13e3773d3a1a7b3d_tn2" style="color: #1155cc;"></a>A Ideologia Alemã: Crítica da Novíssima Filosofia Alemã na Pessoa dos seus Representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner e do Socialismo Alemão na Pessoa dos seus Diversos Profetas". </i>In. "Marx, Obras Escolhidas", Vol. I. Lisboa: Edições Avante, 1982.</div>
</div>
</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-61843012211131769452013-04-03T13:09:00.001-03:002013-04-03T13:09:34.705-03:00Concurso: A melhor entidade estudantil do Paraná!
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://lucianevasconcelos.com.br/wp/wp-content/uploads/2012/02/07.carteirinha_ubes08-02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="http://lucianevasconcelos.com.br/wp/wp-content/uploads/2012/02/07.carteirinha_ubes08-02.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ao ler a
nota de repúdio lançada pelo movimento estudantil Kizomba
(<a href="http://kizombapr.blogspot.com.br/2013/04/nota-de-repudio-direcao-da-upes.html">http://kizombapr.blogspot.com.br/2013/04/nota-de-repudio-direcao-da-upes.html</a>),
minha primeira reação foi a de desejar lançar um concurso. Sim, e
esse concurso se chamaria: “a melhor entidade estudantil do
Paraná”. Não seria um concurso nacional, pois ainda tenho um
certo otimismo e acredito que essa realidade pode ser diferente em
pelo menos uma entidade estudantil em todo o território nacional. As
regras terão como critério: apurar qual é a entidade que promove
lutas nacionais, estaduais e municipais dentro de suas instituições
de ensino; que convoca os estudantes de sua instituição a se unir a
outros estudantes nas lutas gerais dos estudantes; que cria
mecanismos para a defesa dos estudantes que representa diretamente;
e, por fim, que tenha excelência na aquisição, ampliação e
administração de seu patrimônio.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Acompanho
o movimento estudantil há uns vinte anos e desde sempre a situação
já bradava contra a oposição – usando o neologismo usado na nota
de repúdio – de “des-gestão”. Curiosamente também, a
oposição bradava o mesmo para a situação. E juntos, situação e
oposição, bradam a realidade de “des-gestão” do movimento
estudantil como um todo para com os jovens e os estudantes.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não são
poucos os movimentos independentes das grandes forças políticas que
surgem única e exclusivamente para apontar a má administração das
entidades estudan</div>
tis. Elas duram pouco, mas é impressionante seus
resultados. Transformam qualquer sede de entidade estudantil, em
poucos dias de gestão, no mínimo, num confortável centro de
convivência para os estudantes. Ajeitam sua documentação e caixa
da entidade com uma competência incrível. Promovem uma série de
eventos que agradam a maioria dos estudantes – quem não gosta de
uma boa festa? Entretanto, no primeiro sinal de necessidade política,
como defender uma sala de aula inteira contra um abuso cometido por
um professor despreparado, por exemplo, a entidade demonstra sua
imensa fragilidade. E, em pouco tempo, os estudantes refletem que é
melhor uma entidade estudantil capenga, mas que lute a uma entidade
que brilha aos olhos, mas que se acovarda.
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Então,
as grandes forças políticas do movimento estudantil se instalam
naquela entidade estudantil. Eles são ótimos em matéria de
representação. Resolvem com diplomacia as querelas internas da
instituição de ensino, mas não se acovardam quando uma luta de
trincheira tem que ser promovida se necessária. Trazem para a
instituição de ensino a consciência de que há uma luta muito
maior sendo travada no mundo inteiro. Trazem ainda a noção de
solidariedade, mostrando para os estudantes que o sofrimento que eles
passam em sua instituição de ensino não é muito diferente daquele
que o estudante de outra instituição sofre. Promovem imensos,
importantes e divertidos congressos estudantis. Articulam-se com os
grandes atores políticos e conquistam verdadeiras transformações
sociais de vez em quando. Entretanto, a administração das entidades
é horrorosa. Impera-se a desorganização. E a administração do
patrimônio da entidade, em pouco tempo, começa a atrapalhar a
condução das lutas estudantis. E logo os estudantes novamente
começam a refletir se compensa uma entidade que lute, mas que não
valoriza e não amplia o patrimônio que possui.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Eis a
roda-viva que o movimento estudantil vive desde que venceu a ditadura
militar e deixou de ser clandestino. Por isso a minha vontade de
criar um prêmio para àquela entidade que consegue romper com esse
ciclo vicioso.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Agora,
soa como uma desonestidade ímpar uma força do movimento estudantil
atacar a desorganização das entidades estudantis. Pior: atacar a
carteirinha estudantil como o Kizomba atacou. Se meu prêmio fosse
criado, tenho certeza: nenhuma, absolutamente nenhuma, força
estudantil sequer pontuaria nos critérios de gestão do patrimônio
das entidades que dirigem ou que exerçam influência majoritária. É
um problema histórico, que independe da concepção ideológica ou
política das forças estudantis. É também um problema econômico e
sistêmico: os jovens são sistematicamente oprimidos e muito
dificilmente atingem a multidisciplinaridade e a complexidade que uma
gestão de entidade do terceiro setor necessita. Olhemos para todo o
movimento social brasileiro e veremos que são exceções as
organizações sem fins lucrativos que conseguem aliar com qualidade
a luta com a administração. Por fim, não nos esqueçamos da luta
de classes. A maioria esmagadora de estudantes que necessitam de uma
representação política pertencem às classes sociais menos
favorecidas da sociedade. Estudantes e mais estudantes que tomam para
si a responsabilidade de dirigir o movimento estudantil, mas que
desde as mais tenras idades são preparados pela sociedade a
oferecerem única e exclusivamente sua força de trabalho. Não
possuem educação administrativa e nem tampouco noção de
acumulação de patrimônio.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Além de
desonesto, é preocupante quando uma força política como o Kizomba
ocupa-se deste tema unicamente para forçar um ataque contra as
forças políticas a que se opõe. Quando age dessa forma, isenta-se
de responsabilidade, atribuindo toda a culpa pelo ciclo vicioso à
força política que deseja atacar. E o problema real não se
discute. Não se apontam soluções. Nem sequer o vício é
identificado para ser combatido. Ainda mais preocupante devido a
força ser progressista e defender uma preocupação tipicamente
opressora: a de que a luta se mede pela capacidade administrativa –
quando sabem que são coisas distintas e que uma não se mede pela
outra, ainda que ambas sejam importantes.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ainda
mais na contramão, essa força após fazer uma ode à burocracia,
ainda ataca o principal elemento de autonomia política de uma
entidade estudantil: a carteirinha. De uma só tacada, o movimento
Kizomba se iguala a Paulo Renato, Veja, Folha de São Paulo e
Fernando Henrique Cardoso no esforço em dissolver os mecanismos de
luta das entidades estudantis. Identificam um ponto nevráugico da
autonomia das entidades estudantis e a ataca com o argumento de que o
movimento estudantil deve procurar outras formas de captar seus
recursos. Essas mesmas forças já condenaram as parcerias com a
iniciativa privada para se captar recursos para as entidades
estudantis. Essas mesmas forças que condenam os convênios com o
poder público. E o argumento não poderia ser ainda mais cretino:
por ser um direito, o estudante não deve pagar nada.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O
direito de ser representado pelas entidades estudantis não é pago.
Bem como o usufruto do direito de meia entrada também não o é.
Mas, identificar-se como estudante tem um custo e tal identificação
não é dever do Estado. Indo mais além, ao se “comprar” uma
carteirinha estudantil o estudante, consciente disso ou não, escolhe
sua entidade representativa para ser reconhecido como estudante. Se
não o próprio estudante a proporcionar tal identificação, somente
uma instituição opressora e que concentra renda é capaz de fazê-lo
– como os bancos vem fazendo. É extremamente comum ver
instituições de ensino superior distribuindo suas carteirinhas
estudantis gratuitamente, pois foram pagas pelo banco que apôs sua
logomarca no verso. Já o mesmo não se aplica nas escolas
secundaristas justamente por ser a Upes ainda uma das melhores
alternativas para o estudante em matéria de identificação.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Após a
famosa MP do Paulo Renato, na década de 1990, o estudante tem vários
meios de ser identificado a fim de usufruir de seu direito à meia
entrada e somente uma é por meio de entidade estudantil. O cinismo é
reforçado na ausência de qualquer nota de uma força estudantil
como a Kizomba a criticar esses outros meios a fim de fortalecer a
carteirinha das entidades históricas dos estudantes.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que me
deixa preocupado é que o tal do ciclo vicioso não acaba. E todo
esforço para que esse ciclo se rompa é facilmente trocado pela
lógica da disputa interna do movimento.</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-32767358734241274432013-03-01T04:57:00.000-03:002013-03-01T04:57:06.222-03:00Afinal, o que foi Yoani Sánchez no Brasil?<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://espacoescolar.com.br/wp-content/uploads/2013/02/Yoani-S%C3%A1nchez.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="http://espacoescolar.com.br/wp-content/uploads/2013/02/Yoani-S%C3%A1nchez.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há um mês antes da vinda de Yoani Sánchez para o Brasil, Lula, em Cuba, aponta uma valiosa pista para que compreendamos o motivo de tanto faniquito causado pela imprensa brasileira e adversários do governo Dilma. Para o ex-presidente, Cuba tem um significado para todos nós, latino-americanos, até mesmo para aqueles que são contrários à revolução cubana: a força moral construída pelo povo cubano em defesa de sua dignidade e soberania tem que ser respeitada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não são poucos os cubanos detratores da socialista Cuba, porém quase todos moram em Miami. Yoani é a primeira, com destaque, que fala de dentro da ilha que trocou uma ditadura burguesa por uma operária. E é esperta a senhora Sánchez, pois diz que fala em nome de toda uma geração - a geração Y, ou a dos jovens que tem Y em seus nomes e que são nascidos nas décadas de 1970 e 1980. Portanto, mais que uma simples blogueira em meio a tantos milhares, o mundo conservador encontrou em "generación Y" uma pequena brecha na tão sólida e respeitada dignidade do povo cubano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, há algo em Yoani que não se sustenta. E o elemento insustentável é a própria Yoani. Basta relembrarmos dos incríveis jogos panamericanos de Havana, ou dos 'caliente' jogos de vôlei entre Brasil e Cuba para não conseguir ver Yoani como uma cubana. Todas as cubanas que conheci são extremamente vaidosas, mas diante de uma série de desleixos, é estranho olhar para a cubana Yoani e dizer: é cubana. O estranhamento não para por aí. Uma blogueira ser tratada como chefe de estado justamente pelos veículos de comunicação mais arrogantes da América Latina é algo que provoca por demais a inteligência. Ver o senador Suplicy se lembrar que é membro de uma das mais tradicionais famílias de São Paulo e afagar a blogueira como se ela fosse uma pobre exilada - sendo que não é exilada, muito menos pobre. Falar de democracia e liberdade de expressão ao lado de Caiado e Jair Bolsonaro, então, transborda o bom senso. E vai mais além: é aplaudida com lágrimas nos olhos por Alckmin, o mesmo que se tornou famoso pela sua higienização social e duros procedimentos policiais contra ativistas e estudantes quando ela falava em por fim ao medo de se manifestar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, ao analisarmos os discursos de Yoani publicados em seu blog e nas entrevistas dadas na recepção de O Estado de São Paulo e do Roda Viva, encontramos então mais e mais incoerências. O discurso vai se quebrando com uma facilidade imensa, mesmo em debates armados onde as perguntas eram elaboradas para ela desfilar com respostas contundentes. Se compararmos o que ela dizia com o que a imprensa brasileira falava sobre o que ela dizia, então, a coisa se tornava ainda mais insustentável. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ciência política explica com uma facilidade imensa o que aconteceu. Yoani é a representante de uma classe social oprimida em Cuba. Porém, a classe social de Yoani é justamente aquela que oprime a maioria do povo brasileiro. Quando a blogueira se manifesta a favor de maiores poderes para sua classe social em um regime operário, as classes sociais que estão no poder aqui no Brasil, no regime burguês, logo se identificam e justificam em seu discurso a manutenção da opressão do povo trabalhador brasileiro. Como o ensino da cultura e da ciência política no Brasil é sistematicamente combatida para que a opressão da classe burguesa continue sem maiores problemas, a explicação científica fica ainda mais confusa para o público em geral.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No fim das contas, Yoani foi embora e ficou no ar a pergunta: afinal, o que ela queria? Um amigo, sagaz e com uma capacidade enorme para brincar com coisa séria, achou uma boa resposta: ora, ela queria abrir uma lan house em Havana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ósculos e amplexos!</div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-67953973659793872162012-11-14T22:49:00.000-02:002012-11-14T22:49:17.522-02:00Movimentos Sociais e a Ciberpolítica.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img2.imagesbn.com/images/111570000/111571194.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://img2.imagesbn.com/images/111570000/111571194.jpg" width="207" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há tempos venho buscando resposta
para o debate sobre a comunicação nos movimentos sociais. Desde quando houve
uma série de debates e congressos que eu participei enquanto militante do
movimento estudantil sobre a crise do movimento secundarista. Esse debate já
passou mais de uma década e eu continuava sem uma resposta. E olha que muito
procurei. Eis que, completamente descompromissado, fuçando as prateleiras de
uma livraria encontro um livro que não me deu as respostas, mas o caminho para
a conclusão (Kevin A. Hill, John E. Hughes. <span lang="EN-US">“<b>Cyberpolitics: citizen activism
in the age of the Internet</b>” Rowman & Littlefield, 1998). </span>Curiosamente,
o livro foi publicado em 1998, muito antes da chamada internet 2.0. E, bastante
visionário, trouxe-me o caminho para as reflexões que tentarei descrever aqui
(quem sabe, mais tarde, não vire um artigo). Utilizarei como exemplo o
movimento estudantil, mas creio que as situações podem ser aplicadas em
qualquer organização política. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em uma conversa com amigos que
ainda atuam no meio estudantil surgiu uma dúvida: qual a importância atualmente
do jornalzinho do grêmio ou do centro acadêmico? Praticamente não se vê mais
nas mãos de ninguém um papel sequer dizendo o que o diretor, o professor, o
coordenador ou mesmo o que os estudantes fazem. Mas, por outro lado, muito mais
do que se poderia imaginar, há mais de uma década, já se encontra de tudo com
uma riqueza imensa de detalhes disponível na internet para que souber procurar.
Inclusive, sobre todos os elementos de uma vida escolar ou acadêmica. São os
efeitos da chamada ciberpolítica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ciberpolítica, resumidamente, é
o uso das novas tecnologias na política. Parte-se do princípio que cada nova
tecnologia que se massifica tem um grande potencial político, sendo capaz de
promover mudanças na sociedade. Porém, acreditar que uma ação na internet, por
si só, pode ser capaz de mudar o mundo soa como um exagero imenso. Afinal, por
melhor que seja uma determinada ação política no meio virtual, ela é incapaz de
mudar a forma pela qual as tomadas de decisões são realizadas. Ainda que
influencie, e muito, ela não transforma. A ciberpolítica é capaz de acelerar ou
desacelerar, por algo em evidência ou até mesmo inverter prioridades, porém ela
não altera o processo político em si. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquele que acredita que a
política pode ser inteiramente feita pela internet se engana e se ilude
igualmente aquele que acredita que é uma grande bobagem a chamada
ciberpolítica. Muito mais que uma técnica de comunicação, o uso da internet é
uma estratégia política complexa. O domínio dessa ferramenta consiste em, mais
ou menos, na predeterminação de um resultado. Em outras palavras, ao selecionar
quais as entradas no meio virtual se espera uma determinada saída – deixando que
a surpresa seja no sentido da intensidade, jamais na propriedade. A retroalimentação
é base da ciberpolítica. Todos os elementos devem se comunicar entre si, de
maneira coerente e constante. Eis o núcleo do processo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enquanto o jornalzinho da escola
agia como uma espécie de vitrine – onde as informações estão expostas para quem
quiser ver – a chamada web 2.0 é inteiramente interativa. E aquele ator
político que se pretende atuar na rede mundial de computadores deve pensar de
maneira a correlacionar todos os entes comunicativos e fazer com que interajam
entre si. Portanto, o jornalzinho da escola estará obsoleto assim como obsoleto
é o blog do grêmio. Há a necessidade, portanto, de um verdadeiro ativismo
comunicativo. Todas as ferramentas de comunicação devem interagir com todos os
que se deseja comunicar. O secretário de comunicação de um grêmio estudantil,
que no máximo cuidava da periodicidade do jornalzinho, hoje tem que ser
responsável por uma imensa estratégia de comunicação que envolva o jornalzinho,
o blog, os blogues de todos os estudantes e apoiadores do grêmio, o facebook, o
Orkut, o Twitter, o tumblr, o foursquare, SMS, e tudo o mais que for surgindo e
se massificando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Jamais subestimar a capacidade
comunicativa de um meio de comunicação é a primeira regra. Jamais saia
utilizando os meios de comunicação sem uma estratégia de comunicação bem
definida é a segunda. Ter um discurso de comunicação é a terceira – e que tem
que ser o discurso de muitos, não o de um (empowering people).Quarta regra:
desenvolva as ferramentas comunicativas e coloque à disposição de todos e
todas, livremente e sem medo de críticas (aliás, há sempre uma forte tendência
em se querer limitar ou mesmo aplicar uma espécie de censura interna aos membros
de uma determinada organização em nome de uma suposta unidade de ação. Ledo
engano, é justamente na diversidade de ideias é que surge a unidade – as coisas
mudaram muito com a chegada da internet). E, por fim, visibilidade – online e off-line!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por fim, há um processo que deve
ser considerado em matéria política. Todas as ações sociais, em geral, seguem
três passos: debate, convocatória e mobilização. No primeiro, define-se
problema e estratégia. No segundo, angaria apoios. No terceiro, massifica. Mas,
engana-se quem acredita que a ciberpolítica tem maior peso somente no terceiro
passo. Tem peso em todos eles, principalmente no primeiro. O debate, com a
interatividade online e off-line exigida pelos tempos atuais, exige um número
significativamente maior de pessoas para que a estratégia definida ganhe corpo
e mais tarde às ruas. Então, respondendo, não é o jornalzinho que se está em
crise, mas toda a estratégia de comunicação – que infelizmente, não há uma
cultura instituída nos movimentos sociais ainda.<o:p></o:p></div>
Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-90514184857148723772012-05-29T16:21:00.000-03:002012-05-29T16:21:12.922-03:00Posso desrespeitar, estou “de figas”!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
frente à minha morada há um semáforo, mas não há um cruzamento. E a explicação
é muito simples: há dois imensos condomínios em uma avenida bastante
movimentada que, sem um semáforo, seus moradores não teriam condição nenhuma de
atravessá-la. Havia sobre a faixa de pedestre uma lombada eletrônica, porém os
motoristas apenas reduziam a velocidade e jamais paravam para os pedestres. A
solução urbana foi colocar um semáforo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dizer
que ninguém respeita é um exagero. Mas, infelizmente, há uma minoria
irresponsável. Sempre que o sinal fecha pelo menos um carro ou uma moto avança
o sinal. Os moradores de meu e do condomínio ao lado ainda recebem
gesticulações ou mesmo palavrões bastante indecorosos desta minoria sem
educação. Curiosamente, o próximo semáforo é respeitado por todos: há um radar
para flagrar tanto excesso de velocidade quanto avanço de sinal. E o bairro
inteiro conclui: mal educado só respeita o bolso. Como contestar essa sabedoria
popular? Questiono a indústria da multa, mas a cada dia defendo mais que
deveria ter esses “pardais” em todos os semáforos da cidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Agora,
o mais irritante é o famoso sinal luminoso de alerta, vulgo pisca-alerta. Uma
espécie de sinal capaz de dar superpoderes a qualquer um que a utilizar. Em
minha infância, havia um sinal que permitia descansar sem maiores prejuízos para
a brincadeira: dedos cruzados ou, como dizíamos na época “estar de figas”. O
pisca-alerta, para muitos motoristas, transformou-se em uma espécie de “figas” para
qualquer lei de trânsito. Batas ligar o pisca-alerta e o motorista se considera
no direito de parar em fila dupla, subir na calçada, furar o sinal e, pasmem,
brigar com pedestre que teima em atravessar na faixa de pedestre e com o sinal
fechado para os carros – como o que existe em frente à minha morada, por
exemplo. Certo dia, pude presenciar essa cena ridícula. Motorista saindo do
carro, gesticulando furiosamente, e dizendo: - “não viu que eu estava com o
pisca-alerta ligado?” – falou para o pobre senhor com seus mais de 70 anos que
por pouco não fora atropelado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficou
indignado ou indignada? Eu também fiquei. Comecei então a observar quantas “figas”
da lei ou do respeito ao próximo estamos sujeitos. E fiquei assustado com o
resultado: pior que no trânsito, há uma insistência imensa pelos meios de
comunicação de que o humor é “figas” para o respeito. Ou seja, temos que
aceitar com naturalidade qualquer coisa desde que ela seja uma brincadeira.
Caso contrário, escutaremos um sermão sobre o chamado politicamente correto.
Tudo o que machuca, assusta, suja, incita violência, ou ofende não é uma
brincadeira, é assédio. É uma lógica estúpida justificar que o humor permite provocar
dor, destruir reputações, e até mesmo causar traumas e fraturas irreversíveis.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficamos
refém do mal educado motorista, pois não há como denunciá-lo. Ficamos refém dos
superpoderes do pisca-alerta, pois podemos ser frontalmente atacados por um
motorista perigoso e que se acha cheio de razão. Ficamos refém da baixaria, dos
péssimos humoristas, que sem uma regulação dos meios de comunicação não temos
como nos defender.</div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-29310574985227639912012-05-03T01:41:00.001-03:002012-05-03T01:41:40.831-03:00Anunciada a data da Rededicação do Templo SUD de Buenos Aires<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.deseretnews.com/images/article/midres/856652/856652.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://www.deseretnews.com/images/article/midres/856652/856652.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Após extensas remodelagens e
expansões, o Templo Buenos Aires Argentina de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias estará aberto para visitação pública e para sua
cerimônia de rededicação durante três sessões especiais no domingo, 9 de setembro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Templo terá portas abertas,
quando qualquer pessoa está convidada a conhecer o templo por dentro, entre os
dias, exceto aos domingos, 25 de agosto e 8 de setembro. A rededidação do
Templo será celebrada durante uma especial celebração com música e dança.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma vez que o Templo é
rededicado, ele deixa de ser aberto para visitação pública. Como acontece em
todos os Templos SUD, somente membros da Igreja SUD que possuam sua Recomendação
para o Templo emitida pelas lideranças eclesiásticas locais podem adentrar após
o prédio ser dedicado. Por outro lado, as capelas SUD onde semanalmente são
realizados atividades entre os membros estão sempre abertas para o público.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Localizado no subúrbio oeste da
Cidade Evita, o Templo de Buenos Aires entrou em operação em 1986 quando foi
dedicado pelo Presidente Thomas S. Monson – que havia apenas dois meses que
recebera o chamado de Conselheiro da Primeira Presidência. Naquela época,
haviam 39 Templos em operação ao redor do mundo e aquele foi o quarto Templo na
América do Sul e o primeiro da Argentina. Desde então, outro Templo SUD está em
construção em Córdoba, na Argentina. Há hoje um total de 20 Templos na América
do Sul.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A renovação e a expansão do
Templo de Buenos Aires está em marcha desde novembro de 2009. Com os
acréscimos, o Templo receberá três novas asas estendidas do pavilhão central. No
mesmo terreno do Templo ainda haverá um Centro de Treinamento Missionário e um
Centro de Visitantes nos quase três acres de terreno.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Fonte: Deseret News)</div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-13688638383237086482012-02-25T11:09:00.003-02:002012-02-25T12:04:52.420-02:00Diário de Bordo - (014) Mercado do Porto e Rock<a href="http://www.blogviajesyturismo.com/wp-content/uploads/2011/12/El-Mercado-del-Puerto-Montevideo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 360px; height: 240px;" src="http://www.blogviajesyturismo.com/wp-content/uploads/2011/12/El-Mercado-del-Puerto-Montevideo.jpg" border="0" alt="" /></a><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Fiz várias amizades neste hostel, a maioria com canadenses e estadunidenses. Mas foi com um grupo de brasileiros que realmente a coisa fluiu. Logo de manhã, inventamos de fazer uma peregrinação para encontrar a melhor taxa de câmbio de Montevideo. E justamente na parte mais turística da cidade foi onde encontramos a imbatível taxa de R$10,50 (em todos os lugares não variavam muito entre 10,10 e 10,15). Feito o câmbio, resolvemos "turistar" um pouco. Destino: Mercado del Puerto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Ao contrário do que muitos podem pensar, não é como os nossos mercados municipais. Tudo muito bem organizado e as carnes todas sendo assadas na sua frente. Tentamos ficar no balcão, mas o calor estava insuportável. Escolhemos uma mesa e fomos exercitar o lado bom da gordisse. Escolhemos uma porção para três pessoas e fomos advertidos garçom: - "todos comem muito?", disse o garçom. Dizia ele que se comer bem, uma porção para duas pessoas é o suficiente para três. Então, foi o que fizemos: pedimos uma porção para duas pessoas. Quando chegou a comida, ao olharmos pensamos que fomos enganados. Mas, à medida que íamos comendo percebemos que o rapaz estava mais do que certo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;">Como pedimos a parrillada completa, veio duas coisas estranhas com a alcatra e outras carnes: rim e intestino. Provei e definitivamente detestei. O rim, bem quente, até que é suportável. Porém, basta esfriar um pouquinho para que a coisa passeie pela sua boca e se recuse a descer goela abaixo. O intestino então, só o cheiro embrulhava o estômago (buchada é buchada em qualquer parte do mundo). Agora, as carnes estavam deliciosas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Aliás, as comparações com Buenos Aires são inevitáveis. E Montevideo ganha em quase todos os aspectos quando o assunto é comida. O alfajor é divino, as carnes são maravilhosas, o doce de leite então te faz flutuar em gozo. Mas, se tem uma coisa que argentino ganha e disparado é no sorvete. Para começar, o uruguaio não faz bola. É meio que esfregado, sobrando boa parte para fora da casquinha. Uma coisa um pouco medonha e que, em dias de calor, faz uma lambança digna de infância. Segundo, o sabor. Definitivamente, o portenho tem a arte da "helatería" mais desenvolvida.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">À noite, resolvi cozinhar para o grupo de brasileiros que estavam por aqui e novamente dá-lhe eu na cozinha. O prato: um cozido uruguaio que aprendi com o dono do Hostel. Aliás, ele é chef de cuisine e todo sábado ele promove um encontro de gastronomia. Fizemos amizade mais do que depressa. E o cozido ficou ótimo, um pouco forte, mas ótimo. </span></div><a href="http://www.lanochedemontevideo.com/images/shannon.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 115px;" src="http://www.lanochedemontevideo.com/images/shannon.jpg" border="0" alt="" /></a><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Um soninho para digerir o bendito cozido e todos do Hostel agitadíssimos. Havia uma promoção muito bacana no PUB irlandês que há na Ciudad Vieja. Muito rock e o melhor: sem entrada. Ainda, de quebra, dava para perambular em outros barzinhos que ficam na mesma rua. Um jeito bastante barato de curtir uma noitada. De uma hora para outra, o The Shannon se transformou em um universo paralelo onde todos falavam apenas em inglês. O dono do PUB, que é escocês, de tão feliz presenteava os gringos com jarras de coca ou de chopp stout. Houve quem voltou engatinhando para o hostel.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Quatro da manhã, todos exaustos, chegamos no Hostel caindo pelas tabelas. Quando nos deparamos com um casal de argentinos ensaiando para um show de tango que iriam fazer em Buceo. E não é que ganharam plateia! Ficamos encantadíssimos com a dança deles. Um disse: vocês devem prender tango, é fácil. Eu respondi: tudo bem, aprendam a sambar facilmente que eu aprendo tango com a mesma facilidade. Todos riram e fomos dormir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Gosta de aventura? Durma em um beliche onde o teu "vizinho de cima" está completamente bêbado e não consegue subir! Divertidíssimo...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Ósculos e amplexos!</span></div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-72449061618360700342012-02-23T23:06:00.003-02:002012-02-23T23:53:45.184-02:00Diário de Bordo - (013) Montevideo, como te adoro!<div style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span><u><br /></u></span></div><div style="text-align: justify; "><span style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; ">Nem toda partida é necessariamente triste. Adorei Buenos Aires, mas confesso que foram dias difíceis. Uma semana bastante solitária em uma cidade imensa. Lembrou-me meus dias de São Paulo. Talvez por minhas escolhas terem sido não muito das melhores, talvez por ser mesmo Buenos Aires um pouco do que conclui o tango que escutei em San Telmo: </span>"<span style="background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: -webkit-auto; ">Buenos Aires, cual a una querida, </span><span style="background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: -webkit-auto; ">si estás lejos mejor hay que amarte".</span></div><div style="text-align: justify; "><span style="background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: -webkit-auto; "><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span style="background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: -webkit-auto; ">Agora, que alegria me deu acordar cedo hoje. Sentir pela primeira vez nessa viagem frio e mesmo assim encarar com felicidade o chuveiro que teimava em não esquentar. Arrumar com calma e com cuidado toda minha bagagem. Preparar um desjejum de primeira qualidade e acessar rapidamente a internet apenas para ver mais uma vez o endereço de meu Hostel. Saí caminhando e em dez minutos estava na estação Independencia do simpático trem que há em Puerto Madero. Na outra ponta da linha há a estação do barco que me levará para outro país: El Buquebus!</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; text-align: justify; "><span style="background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: -webkit-auto; "><br /></span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; "><a href="http://noticiasdecruceros.com.ar/wp-content/uploads/2010/02/dsc_0133-510x341.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 510px; height: 341px;" src="http://noticiasdecruceros.com.ar/wp-content/uploads/2010/02/dsc_0133-510x341.jpg" border="0" alt="" /></a><div style="text-align: justify;">Para economizar, comprei a passagem com antecedência na Seacat, e via Colônia Sacramento. Mas o barco é o mesmo. Para quem quiser, tem uma opção direta entre as capitais que parece ser interessante. Principalmente se for de primeira classe. Tanto um quanto o outro duram três horas. Mas, via Colônia, duas horas serão em um excelente ônibus. Mas, nesse caso, não compensa gastar muito mais do que pede a classe turística (bem como não compensa comprar nada, nem mesmo no free shop, uma vez que você passará por outra aduana para voltar ao Brasil.</div></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; "><a href="http://www.elacontecer.com.uy/imagenes_noticia/10196_buquebus.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 440px; height: 318px;" src="http://www.elacontecer.com.uy/imagenes_noticia/10196_buquebus.jpg" border="0" alt="" /></a><div style="text-align: justify;">A viagem é bonita, mas aos quinze minutos vendo água e apenas água, a coisa fica um pouco tediosa. Então, pouco importa onde se sente - desde que seja logo, pois o barco lota rápido. A viagem é rápida, o barco é grande, e nem dá tempo para passar mal. Duas simpáticas senhoras passaram boa parte da viagem conversando comigo e elogiando meu castellano. Para não dizer que não fiz amizade com portenhos, na despedida fiz com duas sexagenárias. </div><div><a href="http://sobreuruguay.com/wp-content/uploads/Cinemateca-Uruguaya.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img src="http://sobreuruguay.com/wp-content/uploads/Cinemateca-Uruguaya.jpg" border="0" alt="" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 500px; height: 375px; " /></a><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Chegando em Montevideo, a alegria tomou conta. Senti-me como Dante, que após conhecer Virgílio no purgatório e com ele visitar o inferno, enfim cheguei no paraíso - mas tive de deixar o amigo para trás. Que maravilha estar em uma cidade tão charmosa e ao mesmo tempo tão agradável como esta. A primeira coisa que fiz? Ligar para a família. Primeiro para o Kalléu, que me salvou de uma fria, para minha mãe pelo hábito de ligar sempre que chego em algum lugar, e para Carol que dessa vez não pode me atender. A Segunda? Comer um alfajor!</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Como já havia dito, os alfajores argentinos são deliciosos, mas os uruguaios são simplesmente divinos! E o melhor de tudo: enquanto o argentino custa um pouco mais de quatro reais, o uruguaio não chega a dois. É o dobro do tamanho e tudo de bom! Além do atendimento, que é marcante.</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Como não quis pegar um táxi e caminhar um pouco para matar saudades da capital uruguaia, acabei me cansando mais do que devia. Então, cheguei no hostel, tomei um banho, e tentei dormir um pouco. Mas as dores provocadas pela viagem não me deixaram em paz. Saí e fui para a 18 de Julio, principal avenida da cidade. Estava passando na cinemateca um filme argentino e resolvi entrar para conferir. O filme se chama "Cerro Bayo", e não achei lá essas coisas.</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">A ideia de comprar um chivito foi poderosa, mas lembrei de seu tamanho e de que não estava com muita fome. Resolvi experimentar um refrigerante chamado "Paso de los Toros", sabor "Pomelo". Que coisa horrorosa!!! Ainda bem que é uma garrafinha pequena e que não custou um real. Mas se arrependimento matasse...</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Enfim, estou no Hostel Willy Fogg. Diferentemente do La Boca, este tem muito mais cara de hostel. Mas, a maioria é de língua inglesa, então, dá-lhe gastar meu inglês nestes últimos dias de viagem.</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">O mais legal qe encontrei aqui no hostel foi um jogo que só tinha visto no saudoso 6. andar do DCE da UFPR: o peteleco. Obviamente que não sei o nome do jogo oficialmente, mas me acabei de jogar (bem mais sóbrio dessa vez kkk). Amanhã postarei fotos.</div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="text-align: justify;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Ósculos e amplexos!</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div></div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-89365888354711061392012-02-22T19:29:00.002-02:002012-02-22T19:42:56.645-02:00Diário de Bordo (012) - Despedida e tragédia em Buenos Aires.<a href="http://static1.lavozdelinterior.com.ar/files/imagecache/lvi_nota_652_366/nota_periodistica/accidente2_31.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 652px; height: 366px;" src="http://static1.lavozdelinterior.com.ar/files/imagecache/lvi_nota_652_366/nota_periodistica/accidente2_31.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Acordo por volta das nove da manhã com um barulho infernal de ambulâncias. O Hostal fica ao lado de um hospital e ser acordado por sirenes até é relativamente normal. Mas hoje foi absurdo. Não paravam de chegar mais e mais ambulâncias. Na porta do Hostal, bastante pessoas olhavam em direção oposta ao hospital: para uma televisão que fica no restaurante ao lado. Eu estava presenciando o desenlace de uma tragédia que abalou Buenos Aires.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Um trem bateu em outro na estação Once, bem próximo de onde eu estava ontem quando fui para Palermo. 49 mortos e mais de 200 feridos. O hospital que fica no Bairro La Boca foi um dos primeiro a receber os feridos. Muita, mas muita gente chegava e era assustadora a sensação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Fui testemunha do tenebroso sistema de transporte férreo de Buenos Aires. Realmente, quando se entra passa rapidamente na cabeça: como isso aqui não dá em tragédia? Péssimo mesmo! Seja o metrô (Subte), seja os trens para a região metropolitana, a sensação de insegurança é imensa. Conversando com outras pessoas, descubro que um outro acidente semelhante ocorrera há pouco tempo, em dezembro passado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">A despedida de Buenos Aires não poderia ser mais triste. Foram dias bastante solitários por um lado. Mas, por outro, de grande aprendizado. Estudei o triplo do que estudava em Asunción e pude conhecer bastante a cidade. Aliás, a forma mais barata e interessante de conhecer Buenos Aires é se perdendo nela. Ia em direção ao microcentro hoje para minha última visitinha e presenciava as bandeiras baixando a meio mastro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; ">Perdi a vontade de explorar a cidade e voltei para o Hostal. Antes passei no mercado e decidi fazer um almoço de alto nível, pagando pouco (é claro). Fiquei maluco em descobrir o preço dos queijos e doces. Simplesmente dados. E o Chandele de Tiramisú então? Saí me perguntando: por que isso não tem no Brasil? Amanhã meu desjejum será Chandele e queijo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;">É isso, volto a teclar agora somente de Montevidéu, último trajeto de minha viagem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ósculos e amplexos!</div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-86605176846204442522012-02-21T16:13:00.001-02:002012-02-21T16:13:41.680-02:00Diário de Bordo (011) - Pajarhijo e Palermo!<p class="mobile-photo"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Jchgp8adtrk/T0Pe1i65I4I/AAAAAAAAAoA/Yqu5-cMfpcc/s1600/DSCF0050-721680.JPG"><img src="http://1.bp.blogspot.com/-Jchgp8adtrk/T0Pe1i65I4I/AAAAAAAAAoA/Yqu5-cMfpcc/s320/DSCF0050-721680.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5711653763924173698" /></a></p><p class="mobile-photo"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-QblJOyxnb0I/T0Pe4MMpMQI/AAAAAAAAAoM/68tf73OIBtw/s1600/DSCF0068-731710.JPG"><img src="http://3.bp.blogspot.com/-QblJOyxnb0I/T0Pe4MMpMQI/AAAAAAAAAoM/68tf73OIBtw/s320/DSCF0068-731710.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5711653809364218114" /></a></p><div>Aprendi uma palavra nova: ¡Pajarhijo! É que estava eu andando pelas inúmeras praças e parques de Palermo quando um passarinho filho da P... com diarreia resolveu encontrar alívio em minhas costas. Até o momento desse incidente, tudo estava terrível neste passeio. Ônibus lotado, tive que pedir moedas emprestada por ter errado na conta (sem moeda, sem ônibus). E, nao que eu estivesse procurando, mas encontrei a chamada mala atención porteña em Palermo.</div> <div> </div><div>Isso tudo nao iria acabar com o meu dia, em clima de despedida de Buenos Aires. Quando o pajarhijo resolveu se aliviar, automaticamente o porteño se revelou solidário. Quando menos esperava, surgiu acho que umas oito pessoas com panos, lenços de papel, e água para me ajudar a me limpar. E olha que o passarinho fez um estrago e tanto! Lembrei da Talita, quando dizia: dê comida para o gordinho que seus problemas acabam e fui para um restaurante na Avenida Santa Fé.</div> <div> </div><div>Paguei um pouco caro pelo desjejum, mas valeu muito a pena. Um suco de laranja maravilhoso, acompanhado de "facturas" divinas. Come-se muito bem, apesar do péssimo atendimento. Comi, nao dei gorjeta, e fui explorar os bosques de Palermo.</div> <div> </div><div>Dei de cara com o Jardim Japonês, ou melhor, um encontro de mangá e cosplayers me encontraram. Um lugar maravilhoso para sentar, recuperar as forças e meditar. Pena que havia muito brasileiro, ou seja, todo mundo falando em português. Fui me refugiar no encontro de mangá. A nerdolândia por aqui é imensa! (Joni, você tem que conhecer Buenos Aires).</div> <div> </div><div>Depois, encontrei o lugar dos sonhos para quem deseja ter um álbum de casamento. El Rodedal é simplesmente magnìfico! E o melhor, grátis (o Jardim Japonês se paga cerca de R$ 7.00).</div><div> </div><div> Passei no mercado, comprei algumas coisinhas para que o dinheiro dure o último dia de Buenos Aires sem maiores apertos. Amanha será em clima de despedida. Mas nao como foi em Asunción. Como o Hostel está decadente, foram dias solitários por Buenos Aires. O lado bom é que consegui estudar muito melhor que em Asunción. Montevideo que me aguarde!</div> <div> </div><div>Ósculos e amplexos!</div> Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-29060248711412494082012-02-20T13:34:00.004-02:002012-02-20T14:07:03.614-02:00Diário de Bordo (010) - Em busca de um presente e Recoleta<a href="http://2.bp.blogspot.com/-OBhitQ_Iwjg/T0Jt7foYcLI/AAAAAAAAAn0/d668MSO_IyU/s1600/DSCF0019.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-OBhitQ_Iwjg/T0Jt7foYcLI/AAAAAAAAAn0/d668MSO_IyU/s320/DSCF0019.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5711248146329792690" /></a><br /><div style="text-align: center;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Realmente quero comprar "un regalo" para a Carol. Mas, com os preços e com o pouco dinheiro, realmente as coisas ficam um pouco impossíveis. Ainda mais que em uma feira basta eu abrir a boca e os preços triplicam. Caso eu não queira ser enganad</span><span style="font-size: 100%; ">o, tenho que ir a uma loja e lá serei estorquido. De qualquer maneira, pelo menos estou andando um montão graças a essa busca e conhecendo mais um pouco dessa apaixonante cidade de Buenos Aires.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Domingo foi um dia de descanço. Não avançou muito no que diz respeito ao conhecimento da cidade. Apenas à noite que resolvi andar um pouco, falar com Carol e tentar ligar para minha mãe (que só obtive sucesso em falar com a Carol). Devido eu ter dormido a tarde inteira, à noite eu estava elétrico. Degustei uma bela parrillada (afinal, domingo é dia de churrasco de Asunción até a Terra do Fogo, passando por Montevideo) pela pechincha de R$ 8,00. Nisso, conheci a Calle Defensa. Como estava de noite, decidi voltar pela manhã.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">De manhã cedo, dá-lhe Michael caminhando pela cidade. Resolvi andar toda a Calle La Defensa e ver onde dava. A rua é uma espécie de shopping a céu aberto. Algumas figuras ilustres declararam amor a esta rua, dentre eles, os moradores Quino e Che Guevara. Em frente onde Quino morou, há uma estátua da Mafalda.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">A rua acaba em plena Plaza del Mayo. Cheguei a conclusão de que você descobre fácil se está aproximando de um lugar muito turístico: a língua portuguesa vai se tornando dominante! A frase que mais escutei dos brasileiros que estavam por aqui era: brasileiro é igual mato, está em todo lugar. Mas o mais impressionante é que os que eu vi não faziam a qualquer questão de se esforçar em falar o espanhol (diferentemente de outros gringos, que era visível a sua dificuldade e mesmo assim se esforçavam). Quando uma brasileira, toda cheia dos badulaques, pediu-me em bom português se eu poderia tirar uma foto dela em frente a Casa Rosada, fiz questão de o tempo todo falar em espanhol com ela. No final, ela ainda me disse que eu tinha sido o portenho mais simpático que ela havia conhecido até agora. Escutei o barulhinho da auréolazinha surgindo sobre a minha cabeça.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Resolvi ceder e ir até o Obelisco. De lá, caminhei até Palermo e achei apenas bonita (com suas lindas vitrines). De Palermo, resolvi caminhar até Recoleta. Em Recoleta, o passeio funesto: o cemitério. Pude ver os túmulos de ícones da luta por uma América Latina livre, unida e poderosa: Mitre, Sarmiento, Brown, enfim, uma viagem pela história.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Ainda não achei um presente para Carol, mas pelo menos estou conhecendo bastante dessa cidade encantadora.</span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: justify; "><span style="font-size: 100%; ">Ósculos e Amplexos!</span></div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-13610945056592906262012-02-19T20:20:00.002-02:002012-02-19T21:30:12.850-02:00Diário de Bordo (009) - Murga, o carnaval de Buenos Aires<div align="justify"><a href="http://www.lacomuna12.com.ar/antes09/imagenes/murga"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 350px; DISPLAY: block; HEIGHT: 436px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.lacomuna12.com.ar/antes09/imagenes/murga" /></a> Para quem vê a foto, parece uma foliã igual a nossa. Mas há algumas diferenças importantes. A primeira é que o bloco, ou melhor, a murga é na verdade uma sátira das fanfarras militares. Todos utilizam como fantasia uma espécie de uniforme onde nelese estão apostos símbolos e desenhos que o personalizam. Então, é comum ver nos uniformes escudos de futebol, Homer Simpson (argentino tem verdadeira fixação pelos Simpsons), e até a famosa boca dos Rolling Stones. A bateria, vamos denominá-la assim, é basicamente um surdo com um prato acoplado. De vez em quando há uma caixa e só vi em uma única murga instrumentos de sopro - no geral, não tem. O melhor é ver: </div><iframe height="315" src="http://www.youtube.com/embed/peI2UMLTEfw" frameborder="0" width="420"></iframe><br /><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Antes de brincar com a murga, algumas coisas são importantes de se frisar. O carnaval foi manifestação cultural reprimida até começo de dois mil. Era uma troça popular do regime militar e foi duramente acusada de ser subversiva (além de um argumento funesto de que os comunistas poderiam se infiltrar em Buenos Aires mascarados). De qualquer maneira, a murga é uma conquista dos trabalhadores e eles levam muito à sério. A fanfarra vai abrindo a avenida até que o povo o encurra-la. Para não ser destruído pelo povão, eles terão que cantar uma "crítica". Que nada mais é do que uma canção em que se critica a realidade social. E aí, tem de tudo. Desde condenação da visão de entretenimento que a televisão argentina possui, até algumas provocações com o nosso carnaval (que eles chamam de murga em português). Entre uma murga e outra, as crianças (de todas as idades) se acabam brincando de guerra de espuma (aqueles sprays de espuma são sucesso absoluto). </div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Ontem e hoje eu tenho tirado para excursões culturais. Fui assistir a um filme de comédia portenha. Peter Capusotto faz um verdadeiro tratado sobre o entretenimento. Como é uma comédia bem portenha, boiei boa parte do filme. Mas o pouco que vi me rachei de rir. E pretendo adaptar o filme para uma peça de teatro. Quem sabe um dia a ideia não vinga? </div><br /><p>Buenos Aires é assim, caminhando você vai sendo bombardeado com uma infinidade de ideias e inspirações culturais. </p><br /><p>O melhor do dia foi a constatação: e o Senhor inventou o talharim! Tipo, achando tudo muito caro, fiquei sem opção para comer por aqui. Decidi observar como os portenhos se viram diante desses preços. Quando vi uma fila enorme e banquei o curitibano: entrei na fila sem saber nem do que se tratava. Descobri uma casa de massas (estou em um bairro bem italiano aqui em Buenos Aires). Comprei um talharim, que se você quiser e tiver um tempinho, eles até a cozinham para você. E comprando o molho, com champignon de verdade, o preço aumenta pouco. Com menos de R$ 6,00 tive um almoço digno de chef. </p><br /><p>Enfim... Por enquanto é isso. Depois conto mais.</p><br /><p>Ósculos e amplexos!</p><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><br /><div align="justify"></div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-66740110802728211082012-02-18T10:26:00.002-02:002012-02-18T10:52:03.891-02:00Diário de Bordo (008) - Casa Rosada, Plaza de Mayo, e tudo dando errado<div style="text-align: justify;">Olá! Mais um dia em Buenos Aires. Quando cheguei, não vi a tão famosa (e odiosa) recepção portenha. Pelo contrário. Toda vez que eu precisei de alguma coisa fui prontamente atendido e com um grande sorriso. As coisas deram erradas simplesmente por vacilo meu. O Hostel está decadente, mas não é ruim (mas também não volto mais); esqueci de fazer câmbio, mas descobri como fazer isso no sábado (com preços ruins, mas também não trocarei muito) e assim por diante. Mas, o que mais me incomodou foi não ter conseguido tirar fotos do Caminito e da Bombonera (Rafinha, I'm sorry!). </div><br /><a href="http://www.mundocity.com/photos/albums/userpics/10001/baires-casa-rosada.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 800px; height: 573px;" src="http://www.mundocity.com/photos/albums/userpics/10001/baires-casa-rosada.jpg" border="0" alt="" /></a>Com o decorrer do dia, as coisas foram entrando na normalidade. Consegui comer um "helado de dulce de leche" em plena Avda. del Mayo (tenho uma listas de coisas que quero fazer, como comer um crepe na Champs Elysées, um hot dog na 5th Avenue, e agora solucionado um em Buenos Aires). No caminho, indo por San Telmo, milhões de cafés um mais charmoso que outro. Foi inevitável fazer comparações: o alfajor argentino perde e feio para o uruguaio (e ainda assim é absurdamente superior aos nossos alfajores). Quando dei por mim, estava conversando com as tristes e receptivas madres del mayo e me colocando à par da política Argentina.<br /><a href="http://www.labombonera.com.ar/media/galeria/121/5/4/1/0/n_boca_juniors_casas_y_muros_xeneizes-1210145.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 202px;" src="http://www.labombonera.com.ar/media/galeria/121/5/4/1/0/n_boca_juniors_casas_y_muros_xeneizes-1210145.jpg" border="0" alt="" /></a>Agora, o melhor mesmo do dia foi o passeio pela República Popular de la Boca. Um lugar realmente à parte na Argentina. La Boca e San Telmo foram os primeiros bairros de Buenos Aires. E, impressionantemente, até o sotaque por aqui muda. Uma paixão pelo Boca Juniors que é digno de nota. E o Caminito é uma das partes mais charmosas da decadente boêmia portenha.<br /><a href="http://www.picamatic.com/show/2008/10/10/10/10/1159621_604x453.jpg" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 604px; height: 453px;" src="http://www.picamatic.com/show/2008/10/10/10/10/1159621_604x453.jpg" border="0" alt="" /></a>Saca só a pizza do bairro (aprox. R$ 12,00). La Boca e San Telmo são bairros bem italianos. Bem diferente do centro (minicentro) de Buenos Aires que tem toda influência parisiense (por conta dos governantes que queriam este aspecto para sua parte histórica). Ah! E o Darwin iria rir muito por aqui diante de algumas construções no mínimo bizarras que ele gosta tanto de reparar.<div><br /></div><div>Como estava bem cansado e estressado com o dia, resolvi dormir mais cedo. Conversei com minha mãe e com Carol por telefone, com a Rafinha pelo Facebook e declarei meu dia encerrado. O problema maior foi conseguir dormir com o cheirão de churrasco que estava todo o hostel (tem uma parillada bem aqui embaixo). Não há com não dormir sem querer comer até o teto!</div><div><br /></div><div>Ósculos e amplexos!</div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-75390654115073337472012-02-17T10:38:00.003-02:002012-02-17T16:50:54.954-02:00Diário de Bordo (007) - ¡Mí Buenos Aires querida!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://farm4.staticflickr.com/3539/3348230746_51c75b6848_z.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 312px; height: 234px;" src="http://farm4.staticflickr.com/3539/3348230746_51c75b6848_z.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Olá amigas e amigos! Já cheguei em Buenos Aires.<br /><br /><div style="text-align: justify;">Nunca agradeci tanto por ter parado de fumar. Simplesmente são dezoito horas de viagem em que o ônibus não para. Isso mesmo, como diria os estudantes secundaristas de Curitiba: só vai!. Eu via as pessoas se contorcendo de vontade de fumar e beirando à paranoia antes mesmo do dia acabar e o ônibus romper a noite. Para economizar uns trocados, decidi ir com uma companhia paraguaia. Po outro lado, escolhi a melhor delas: a Nuestra Señora de Asunción - NSA. Não tem internet e nem bancos de couro como as companhias argentinas, mas tem serviço de bordo que só faltou a comissária de bordo dar beijinho de boa noite (a Carol já se manifestou em relação a esse comentário, mas não me aguentei e tive que postá-lo aqui).<br /><br />Até a saída do Paraguai, sem maiores problemas. A Aduana foi um inferno! Um monte de gente de olho em turista vacilão, um monte de burocracia besta, e um montão de filas para pegar. Para piorar, ninguém te diz o que fazer, para onde ir ou onde ficar. Se algum dos "maleteros", identificados ou não, encostar em sua bagagem esteja pronto para desembolsar uma "propina" por nada. Fiquei injuriado com tudo isso que desfiz de meus últimos oito mil guaranis para com o xarope do trigésimo maletero que veio "me ajudar". E não é que ele ficou p. da cara comigo? (Tá, eu sabia que já estava em solo argentino. Vingancinha, tá? rsrs).<br /><br />Durante a viagem, a sede pegou pesado. O ar condicionado (mais uma dica da Binha que escutei atentamente) realmente é violento. E acabava acordando todo mundo toda vez que eu acionava o botão para a comissária de bordo me atender. Comecei a ficar envergonhado com aquilo. Até que uma alma valiosa teve uma brilhante ideia: emprestar-me sua garrafa de água para tereré a fim de que eu não incomodasse mais ninguém. A Comissária mais do que depressa atendeu o pedido e derramou quase dois litros de água geladinha dentro da garrafa e eu parecia uma criança em loja de brinquedo esperando presente. Abracei aquela garrafa como se disso dependesse minha vida.<br /><br />Chegando em Buenos Aires acordo assustado. A querida comissária, que não deixei em paz até que a ideia da garrafa térmica surgisse, acordou-me um pouco bruscamente. Ela, sem querer ou de propósito, deixou cair a bandeija com o meu desjejum praticamente na minha cabeça. E nem se desculpou, apenas disse: ¡Buén día, tomé tu desayuno!<br /><br />Descí em Retiro, terminal, e fui para o ponto de ônibus conforme estava desenhado no mapinha que tirei do sítio do hostel. O que eu não sabía era que não se paga mais ônibus em Buenos Aires com papel-moeda. Ou você paga, o dobro, em moedas ou você usa um cartão magnético (que até agora não descobrí como conseguí-lo). Resultado: vamos de táxi até o Hostel.<br /></div><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://cdn.wego.com/gazo/168/55215a65b7a2c407eb839ee4431e4eab85b8cdf2/5202456_J.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 350px; height: 300px;" src="http://cdn.wego.com/gazo/168/55215a65b7a2c407eb839ee4431e4eab85b8cdf2/5202456_J.jpg" alt="" border="0" /></a><br />O hostel eu já conhecia de outros carnavais. Mas como decaiu! O atendimento continua bom, mas está um pouco abandonado. Quase todos os hóspedes são mensalistas e não tem, portanto, aquele clima bacana de hostel. Ou seja, virou parte da charmosa decadência do bairro La Boca de uma vez. Para piorar, tudo ao redor está extremamente caro. O que está me fazendo pensar se vou mesmo ficar aqui uma semana inteira conforme os planos originais ou se corro o mais rápido possível para Montevideo (última parte da viagem).<br /><br />Estou estrategicamente posicionado entre La Boca e San Telmo, que ficam há poucos minutos à pé do centro (onde estou agora atualizando o blog). Já liguei para minha mãe e para Carol, o que ajudou a matar um pouquinho das saudades. Vou continuar indo para o centro ver se algo me faz mudar de ideia.<br /><br />Ósculos e amplexos!Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-33343875941613301622012-02-16T10:12:00.002-02:002012-02-16T10:51:43.929-02:00Diario de Bordo (006) - iHasta luego, Paraguay querido!<div style="text-align: justify;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_MnpU4mbRE4k/TEIqe8kN7eI/AAAAAAAAAGc/ugTU8bK3FNs/s1600/Copia+de+Corel.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 600px; height: 378px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_MnpU4mbRE4k/TEIqe8kN7eI/AAAAAAAAAGc/ugTU8bK3FNs/s1600/Copia+de+Corel.jpg" alt="" border="0" /></a>Se eu escrevesse para a televisão, recomendaria uma série baseada em vida de albergue. Todos os episódios teriam um elenco diferente que seriam apresentados para o público quando a recepcionista estivesse apresentando as acomodações e regras para o desjejum. A cada semana, um novo grupo se formaria e se desfaria da mesma maneira. Porém, é claro, cada história fantástica que seria contada garantiria o sucesso da série. Terminaria o episódio quando, na hora do check out, os participantes se despediriam do hostel e apresentariam suas conclusões.<br /><br />Daqui a pouco, embarco para Buenos Aires. Darei início ao segundo terço de minha viagem. E fica aquele sentimento de despedida no ar. Como pode? Há cinco dias atrás, eu era um ilustre desconhecido para as pessoas que estavam por aqui. Fizemos amizade rapidamente, confidenciamos dramas e alegrias. E, à medida que cada um seguia seu caminho, uma despedida dolorosa ia marcando o nosso peito. Bem... chegou a minha vez.<br /><br />Uma pequena depressão, como podem ver, abateu-me por isso. Resolvi tirar o dia para descançar para a próxima parte da viagem. Para minha alegria, choveu! Diminuiu um pouco o calor absurdo que estava por aqui. Quando fui acordado pelos colegas de quarto perguntando se eu estava bem (acabei pegando no sono e dormi quase a tarde inteira). Como retribuição e forma de não voltar para o Brasil com dinheiro paraguaio (que não me serviria de nada), decidimos gastar nossos últimos guaranis com um jantar aqui mesmo no hostel.<br /><br />Foi uma confraternização maravilhosa. Eu estava cozinhando, mas a galera se empolgou na organização do jantar. Improvisaram toalha de mesa, música, até castiçais e velas. Sem falar na turma do barril que sempre tira de um portal mágico para um universo paralelo refrigerantes, cerveja e muito vinho. Outra curiosidade foi que fiz questão da recepcionista (dona) do hostel jantasse conosco. O critério de qualidade dela é ver se o seu gato se empolga com a comida. Então, minhas "corbatitas al poro" recebeu o selo "gato de hostel" de qualidade.<br /><br />Boa parte do grupo que estava comigo já se foi no ônibus da meia-noite. Uns iam para o Brasil conhecer o carnaval, outros iriam para um retiro na Bolívia, e pouquíssimos ficavam. Hoje, pela manhã, o hostel já estava com outra cara. Outros sotaques invadiram o hostel. Voltei a ser um ilustre desconhecido. Segue a viagem...<br /><br /><a href="http://quedivague.com/wp-content/uploads/2010/09/mercado-4.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 450px; height: 300px;" src="http://quedivague.com/wp-content/uploads/2010/09/mercado-4.jpg" alt="" border="0" /></a>Quebrando um pouco o tom de despedida. Ontem fui ao Mercado 4. Que lugar horroso! Apesar de serem extremamente barata as coisas, é um camelódromo piorado. Eu queria comprar algum artesanato para a Carol para ter alguma lembrança pequena (afinal, cada aquisição é um peso para a mochila, que já não está leve). Mas não consegui nada. As milhões de tentativas de me enganar, de me roubar, e de dizer coisas em guarani toda vez que eu parava um pouco para pensar foram degastantes. Saí correndo de lá (era quase meio-dia, e o calor estava me matando). Realmente, a única coisa do qual não gostei nessa minha passagem por Asunción foi o Mercado.<br /><br />Outra coisa importante. Tomei uma senhora bronca da Carol Barbosa por conta das minhas postagens acerca do machismo paraguaio. Segundo ela, e com toda razão, nem para contra-propaganda se deve passar adiante as demonstrações sexistas. Ainda que eu tivesse cuidado para filtrar as coisas que vi por aqui, cometi o equívoco de postá-las. Portanto, não mais o farei (só não vou tirar as outras para manter os posts).<br /><br />Enfim, agora parto para minha viagem rumo à Argentina.<br /><br />Ósculos e amplexos!<br /><br /><br /></div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-79156866465098125752012-02-15T13:15:00.002-02:002012-02-15T13:39:46.574-02:00Diário de Bordo (005) - Dia dos namorados no Paraguay<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/-hypoqBN4unY/TgL0L82u4qI/AAAAAAAAMfE/oT3-OFunKpA/s1600/IMGP1021.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 387px; height: 289px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-hypoqBN4unY/TgL0L82u4qI/AAAAAAAAMfE/oT3-OFunKpA/s1600/IMGP1021.JPG" alt="" border="0" /></a>Na verdade, poderia chamar de dia dos solteiros. Não tem a mesma força a comemoração do dia dos namorados como no Brasil (muito menos o mesmo apelo comercial). Por outro lado, praticamente todos os estabelecimentos da cidade provocam os solteiros em suas propagandas. Eu e o pessoal do Hostel decidimos passar a noite escutando uma boa música no Britannia Pub. Mas, ao chegar lá, tivemos uma senhora decepção: não haveria música ao vivo porque o bar da frente havia combinado primeiro.<br /><br />Em outras palavras, estamos em uma cidade que parece sem leis e ao mesmo tempo parece ter leis demais. Eu perguntei se havia uma certa cordialidade e talvez por isso não teriam bandas simultaneamente, mas não. Há de se solicitar à polícia quando há uma atividade com barulho. E, como um fica de frente ao outro, o 904 foi mais rápido. Como não tinha o que queríamos, acabamos indo ao Bolsi engordar alguns quilinhos.<br /><br />Um dos amigos, chileno, que é um gourmet aficcionado por Crème Brulée foi conferir minha dica sobre ele no Bolsi. E a conclusão que ele chegou é que é muito bom, mas os que ele provara em Santiago eram muito melhores. Por outro lado, ele pirou quando comeu um bem brasileiro brigadeiro (sim, o Bolsi se orgulha de não apenas ser o primeiro restaurante com ar condicionado do Paraguay, mas também de ter "los mejores postres del mundo en un lugar solo"). Comemos até ficarmos redondos e voltamos rolando para o hostel.<br /><br />Ontem foi o terceiro dia consecutivo de muito, mas muito calor. Resolvi aceitar a sugestão da Juliana e ir ao Paseo Carmelitas. Não é muito grande, mas é bem requintado. É a continuação da Avda España que eu havia comentado em outro post, mas com muito mais atrativos. Seria como uma avenida Batel com mais variedade. Quando cheguei por lá, dei de cara com um bar muito conhecido pelos curitibanos: o John Bull. Mas, infelizmente, o bar só abre aos fins de semana. Contentei-me mesmo com uma maravilhosa helateria que havia por lá (Havanna, a mesma dos chocolates maravilhosos que tem no shopping Mueller).<br /><br />No caminho, cheguei a conclusão de que é necessário estudar ou trabalhar em Asunción para ficar mais do que quatro dias. Para turismo, mesmo um mais alternativo como o que eu fiz, quatro dias são mais do que necessário. E, como estou há cinco, estou mais do que me coçando para ir logo para Buenos Aires.<br /><br />Hoje é o dia para arrumar as malas e seguir viagem para Buenos Aires. Como ficarei 18 horas no ônibus, só tornarei a postar em dois dias.<br /><br />Ósculos e amplexos!Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-36269809470909725982012-02-14T12:44:00.003-02:002012-02-14T13:22:49.743-02:00Diário de Bordo (004) - Estresse, pizza e muito rock'n'roll em Asunción<a href="http://www.hacetureserva.com/paraguay/set_imagen.php?img=../images/pirata/album/fachada_pirata_bar.jpg&an=440&al=320"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 440px; height: 320px;" src="http://www.hacetureserva.com/paraguay/set_imagen.php?img=../images/pirata/album/fachada_pirata_bar.jpg&an=440&al=320" alt="" border="0" /></a><br />Ontem foi um dia de despedidas. O grupo de amigos criados se desfez com a ida de quase todos para outros destinos. Resolvemos então comemorar com estilo. Fomos no <a href="http://www.piratabar.com.py/index.php">Piratas Bar</a>. Trata-se de um bar enorme, com duas pistas de dança e a melhor visão do Palácio López que se pode ter. Havia duas alemãs, dois suíços, um espanhol, uma japonesa (namorada do suíço), um estadunidense e eu, brasileiríssimo.<br /><br />Como a maioria não dominava o idioma hispânico, a noite foi inteira comentada em inglês. Sem problemas, meu inglês está muito bem, obrigado, e o espanhol está afiadíssimo. Entretanto, como diria o Frank: às vezes o estresse vem à cavalo! Eu entrei em crise idiomática. De repente tudo estava pifando, inclusive o português. Além disso, uma imensa de uma dor de cabeça estava me acompanhando a noite inteira. Não teve jeito, tive que sair de lá para não correr o risco de ser mal interpretado.<br /><br />Fui então para outro bar, o 904. Eu havia esquecido que o bar ingles (Britânia PUB) não abre às segundas. Mas, em frente, havia um show de blues. O bar é charmoso e o atendimento é bom também. Mas, tem um problema: simplesmente não há opções não-alcoolicas, exceto água. Fiquei parecendo um excêntrico mudinho. Não falava com ninguem, estava sentado sozinho, e tomando água. Pelo menos a música estava maravilhosa.<br /><br />Bom, isso tudo foi à noite. O estresse estava acumulado também por conta de ter sido o dia mais quente desde que cheguei por aqui. O tempo todo entre 39 e 42 graus, seco, sem vento, estava cruel. Para piorar, eu tinha que comprar minha passagem para Buenos Aires, e acabei me perdendo e demorando um tempão para encontrar o lugar certo para pegar o ônibus para o Terminal. No caminho, encontrei um shopping e uma promoção maravilhosa da Pizza Hut: dizia a placa "Coma o quanto aguentar por 22.000 guaranís (aproximadamente R$ 8,00!!!). Não precisa dizer que me acabei de tanto comer.<br /><br />O dia foi curto, com o calor imenso não havia como se mexer e conhecer mais coisas da cidade. Então fiquei no Hostel quase o dia inteiro (perto da piscina). A noite também foi curta, a dor de cabeça e a crise idiomática estava acabando com a minha alegria.<br /><br />Hoje é dia dos namorados por aqui... depois eu conto as impressões.<br /><br />Ósculos e amplexos!Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-49814058325011877912012-02-13T12:02:00.002-02:002012-02-13T12:42:38.132-02:00Diário de Bordo (003) - Avenida España<a href="http://www.ldschurchtemples.com/asuncion/images/asuncion-mormon-temple.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 480px; height: 360px;" src="http://www.ldschurchtemples.com/asuncion/images/asuncion-mormon-temple.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Quando vi que o hostel estava a poucos minutos do Templo de Asunción, não me aguentei e fui lá apenas para admirar a arquitetura. Foi uma caminhada de uns trinta minutos aproximadamente onde pude sentir o quanto Asunción é a cidade dos contrastes.<br /><br />Tudo começa no começo. Explico: no início da Avenida Paraguayo Independiente, onde fica a sede do poder central do Paraguai, tem todo o luxo e beleza do Palácio López. Mas, logo ao lado há uma das maiores favelas de Asunción. Esta avenida, seguindo por ela, vai se tornar a Avenida Marescal López, de onde sai a Avenida España. Entre o Palácio (e uma série de construções históricas interessantíssimas) e o começo da Avenida España se encontra um perigoso comércio de tudo quanto é ilegalidades (principalmente drogas e protituição). E um contraste interessante: ao longo de todo o caminho, senti que estava sendo seguido. Mas não era "los ilegales", mas pela polícia. Eles perceberam que eu era mais um desavisado turista e estavam cuidando de mim. Quando tentava atravessar a rua, tomava um apitasso na orelha (e muitos palavrões em guaraní).<br /><br />Quando se chega no começo da Avenida España algo começa a mudar. O comércio de ilegalidades vai se tornando mais rarefeito e um grande supermercado (o España) surge como um marco divisório entre a pobreza extrema da cidade e o que irá surgir pela frente. Aos poucos, as principais embaixadas do mundo vão te saudando com suas belezas arquitetônicas. Principalmente a coloridíssima embaixada do México.<br /><br /><a href="http://v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/58771171.jpg?redirect_counter=1"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 342px; height: 254px;" src="http://v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/58771171.jpg?redirect_counter=1" alt="" border="0" /></a><br />E a coisa não para de ficar mais exuberante. A Avenida vai se tornado um grande luxo. Lojas e mais lojas do que há de bom e do melhor vão surgindo, mansões e mais mansões também. Lojas de carro que só vendem carrões (vi uma Hammer de perto, estava na frente de uma fila imensa só de mercedez). A coisa vai se tornando cada vez mais impressionante. Fiquei quase duas horas andando toda a avenida, terminando no shopping "del Sol". Lá, o luxo continua. Mas, como diria o camarada Rovilson, o meu lado gordo fala mais alto diante de tanta "gulosimas". E me acabei de comer por lá. A Pizza Hut custa menos de vinte reais (no Brasil eu pago quase cinquenta!). O Whooper, com o dobro do tamanho do brasileiro, não custa vinte reais. E, em um restaurante requintado, comi um surubi (um peixe local) por menos de quarenta reais com tudo o que tem direito.<br /><br />Uma parada no meio do caminho para ver o jogo do Corinthians e São Paulo. Lembrei-me da Rafinha, que para o que estiver fazendo para fazer fé no timão. Quando recebi pelo celular que o Darwin e a Helena também estavam ligados no jogo. Senti como se uma linha invisível nos unisse naquele momento. E, devido a isso, torci como um grande corintiano (que não sou, todos sabem que sou coxa).<br /><br />Aliás, a imprensa futebolística por aqui é fenomenal. Tá certo que ela é inteiramente argentina, mas é impressionante como comentam a partida. Diferentemente das emissoras brasileiras, que sempre tratam o espectador como um debiloide, as transmissões argentinas exigem um público "iniciado". Muita informação sobre os jogadores, sobre o campeonato, e nenhuma explicação mais leiga como faria o Galvão Bueno, por exemplo. Partem do princípio de que todo telespectador conhece muito sobre futebol e não tem paciência para obviedades. Tanto que narram somente as melhores jogadas e o gol. No geral, é uma espécie de bate-papo com especialistas da bola.<br /><br />Outra coisa que me chamou por demais minha atenção. Creio que catraca é coisa de brasileiro. Caracas, Asunción e Montevideo, pelo que vi, não a usam e todos pagam passagem. Tá certo que o transporte público de Caracas e de Asunción é questionável. Mas o de Montevideo deixa muita cidade considerada modelo de gestão pública (como Curitiba, por exemplo) em pé de igualdade. Ao contrário do Brasil, partem do princípio de que é uma minoria quem "tiraria vantagem" desonestamente.<br /><br />O dia terminou com uma parrillada no hostel. Aliás, como tem gente fazendo churrasco pela cidade no domingo. Em cada esquina há uma carne assando e um tereré sendo tomado como se fosse a coisa mais correta a ser feita em um dia de domingo. Era, no hostel, uma tentativa de adaptar a cultura local em um grande encontro mundial ao lado de uma churrasqueira. Muita carne boa e papos interessantíssimos sobre tudo. Eu, brasileiro, dando aula sobre carnaval, um italiano dando curso sobre política italiana, um estadunidense ensinando espanhol para uma inglesa, dois chilenos mostrando o que há de melhor da música chilena, um romeno desesperado por comprar bebida (Asunción inteira parece guardar o domingo, portanto quase tudo está fechado).<br /><br />Dormi relativamente cedo e contente com a bela caminhada.<br /><br />Ósculos e amplexos!<span style="text-decoration: underline;"><br /></span>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-68456849557018597762012-02-12T08:52:00.002-02:002012-02-12T09:25:10.276-02:00Diário de bordo (002) - Asunción<a href="http://www.guidetoparaguay.com/uploaded_images/chiperas-782232.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="http://www.guidetoparaguay.com/uploaded_images/chiperas-782232.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Infelizmente, ainda estou apanhando do tablet e não consegui extrair as fotos da máquina...<br /><br />Cheguei ontem à noite em Asunción. Depois de seis horas aproximadamente em uma reta sem fim (eu acordava, dormia, acordava novamente, e a estrada não fazia curva). Aliás, como é cruel um ônibus ruim e que não para. Ou melhor, não há aquela paradinha que temos no Brasil a cada tres ou quatro horas para se esticar a perna (e pagar horrores se quiser consumir qualquer coisa). Não precisa dizer o quanto me arrependi de não ter pegado um ônibus melhor. E a economia foi de apenas R$ 5,00.<br /><br />No terminal de CDE não havia simplesmente nada do qual me agradasse para comer. Nada mesmo. Tive que improvisar com uma espécie de CupNoodles japonês que havia por lá. Até que estava legal, mas muito avesso ao paladar brasileiro. Resultado: entrei no ônibus torcendo para que uma chipera entrasse logo para eu degustar aquelas maravilhas que ela trazia.<br /><br />Tudo planejado, era apenas esperar para que aquela moça surgisse. Mas, a pessoa que vos escreve aqui dormiu. Quando acordei, a chipera havia acabado de descer. Fiquei com fome quase até o fim da viagem, quando outra chipeira (agora com uniforme azul) entrou no ônibus. Só de raiva, pedi duas Chipas e uma "gaseosa" (refrigerante) e ria sozinho com o fato da garrafa de Coca por aqui ter meio litro.<br /><br />Aliás, esta é uma parte engraçada da viagem. Uma menina estava ao meu lado quebrando cabeça junto comigo sobre como encontrar uma posição menos desconfortável naquela chimbica. Quando surgiu a Chipera, perguntei para ela se havia algum significado na roupa das chiperas. E ela me respondeu: sabe que nunca percebi que elas tinham roupas diferentes? Depois perguntei se ela sabia o porquê a garrafa tinha meio litro. E ela respondeu com um espanto imenso: no Brasil não é assim??? (Obviamente, parei de perguntas).<br /><br />Vou pesquisar mais sobre elas, depois eu conto mais. Mas, desde já, acho que elas merecem o título de patrimônio imaterial da humanidade (assim como nossas baianas com tabuleiro de acarajé possuem).<br /><br />Por falar em Chipera, lembram-se do comentário passado quando disse que o machismo paraguaio é impressionante. Saca só o comercial que une o melhor(?) desse costume com as famosas chiperas.<br /><object height="360" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vZIM-664ulU&hl=es_ES&feature=player_embedded&version=3"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowScriptAccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/vZIM-664ulU&hl=es_ES&feature=player_embedded&version=3" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="360" width="640"></embed></object><br /><br />Enfim, em Asunción, depois de me registrar, tomar um banho, sofrer com a mistureba de idiomas que estava por aqui (em quase todos os hostels, há uma pequena festa geralmente nas sextas-feiras. Pois bem, rolou um pré-carnaval aqui no sábado). Então as coisas estavam agitadas por aqui. Quer dizer, para sair daqui. Pois o carnaval era em um local próximo. Como demorei um pouco para me arrumar, acabei não achando o lugar.<br /><br />Chateado por ter perdido a balada do hostel, fui perambular pela redondeza. Dei de cara com o Panteón de los Heroes (amanhã posto mais sobre), e com uma confeitaria onde comi, sem exagero nenhum, o melhor <span class="st"> <em>Crème brûlée</em></span> da minha vida. Além de delicioso, era enorme! (meu lado gordo, recém descoberto, foi à loucura!). A <a href="http://www.bolsi.com.py/">confeitaria Bolsi</a> é linda, charmosa, e de alto nível de atendimento. Para os padrões paraguaios, não é um lugar barato. Mas, com a taxa de câmbio favorável, tudo não custo mais do que oito reais (contando com "la propina").<br /><br />Como diria minha amiga Talita, mal de gordo é fome. Saí de lá feliz da vida e tentei voltar para o hostel para enfim dormir. Foi quando, na mesma rua, escutei uma cantoria alegre, divertidíssima, coisa boa mesmo. Fui conferir. (Amanhã eu posto o nome do lugar).<br /><br />Quando entrei, havia muitos universitários e uma banda bem rock'n'roll. Infelizmente, não sei o que cantavam, mas era bastante popular entre a galera (que cantava muito com a banda, além de dançar alucinadamente cada música). Todas as músicas eram, pelo que percebi, paraguaias. Mas de extremo bom gosto. Quando decidiram variar, tocaram um blues do Clapton. Mas, com um detalhe: em guarani. De arrepiar!<br /><br />Por enquanto é só. Depois volto para contar mais.<br /><br />Ósculos e amplexos!Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20951122.post-32709061182745779532012-02-12T00:10:00.002-02:002012-02-12T01:02:25.404-02:00Diário de viagem (001) - Curitiba, Ciudad del Este, Asunción<div style="text-align: center;"><span ><u><br /></u></span></div><span ><span style="font-size: 100%;">Nossa, faz tempo que não escrevo neste humilde bloguinho. Ainda estou apanhando com o tablet, e as fotos ainda não conseguí tirar da máquina por falta de um cabo específico. Mas, escrevo agora do </span></span><a href="http://www.hostelblackcat.com/" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">hostel (black cat)</a><span ><span style="font-size: 100%;"> já de banho tomado, e começando a descançar da longa jornada.</span></span><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">O Black Cat é um hostel formidável. Bem no centro de Asunción, precinho camarada, e muita gente legal (e gringa). Só tem um problema (que para mim não foi problema nenhum): ou você gosta de cães e gatos ou você vai odiar o hostel (que a dona possui um de cada espécime). Para se ter uma ideia, a porta, quando abre, mia!</div><div style="text-align: center;font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Aliás, como Asunción me surpreendeu. Mas, estou contando a história de trás para frente. Então, vamos ao começo.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Tudo começou muito bem. Cheguei embaixo de muita chuva em Curitiba, saí dela com mais chuva ainda. Um pouco de apreensão por um ônibus que não chegava nunca, um taxi salvador de última hora, e tudo certo para o embarque às 21:30 em Curitiba com destino à Ciudad del Este. Com direito a um telefonema desejando sorte do meu camarada-irmão-compadre Darwin.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Eu costumava contar vantagem quanto aos ônibus que eu ia para Sampa na década de 90, o Cometa de tanto que ele corria. Mas a Pluma se superou. Haja emoção! Além de algumas curvas que, juro, eu sentia algumas rodas saindo do chão, ao meu lado uma simpática senhorinha não parava de comentar sobre a viagem. Aliás, a simpática senhorinha conhecia cada curva daquela estrada e fazia questão de me informar quem ela já viu partindo para o beleléu em cada uma delas. Era assim, eu quase pegando no sono e ela: aqui nessa curva morreu Fulano. Naquela alí, morreram Declano e Ciclano!</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Chegando em Foz, eu e a simpática velhinha quase nos pegamos no tapa. O motivo: quem estava com a razão, se ela, que teimava que o ônibus parava no terminal, ou eu, que dizia que não. Na verdade, eu estava confiando cegamente nas sábias palavras da Binha, embaixadora oficial de Foz do Iguaçu em plagas curitibanas. Simplesmente todas as dicas que ela deu foram certeiras e, por vezes, salvadoras. Resultado? Binha 1 x 0 velhinha (mala) simpática.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Quando na parada da Pluma, chegou a vez da empresa nos pregar uma peça. Tivemos que trocar de carro e entramos em uma lata-velha e que estava com o banheiro impraticável.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><a href="http://www.alojamientosenviaje.com/avisos_promocionales/argentina/aaaaaamicros/pluma_f.jpg" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><img src="http://www.alojamientosenviaje.com/avisos_promocionales/argentina/aaaaaamicros/pluma_f.jpg" border="0" alt="" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 246px; height: 134px; " /><img src="http://files.plataforma10.com/images/empresas/empresas-pluma-internacional_imagen_1.png" border="0" alt="" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 120px; " /></a>E demorou à beça para passar pelo ritual da aduana!</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Cheguei em CDE e fui fazer compras. Fui à pé do Terminal até o Centro. De boa, estava um clima agradável e eu tinha tempo. Deu até para passar pela Casa China e ver se a mulherada continua usando aquela micro-saia! (Mas não me deixaram bater foto). Aliás, se alguém souber me responder, por favor, ajude-me: por que as saias são tão curtas apenas para os produtos mais lixeira? Por exemplo, a perfumaria e os artigos de luxo elas estão de calça e camisa (Vivarina).</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; ">Quando saí da Casa China, reparei o quanto o Paraguai é machista ao extremo. Tem mulher pelada até em propaganda de coca-cola (não estou exagerando não).</div><a href="http://4.bp.blogspot.com/_ui7M7jGGITw/SnU0hHnYb_I/AAAAAAAAHB0/QQ7xKIgVZsc/s400/promotora-cocacola.jpg"><img src="http://4.bp.blogspot.com/_ui7M7jGGITw/SnU0hHnYb_I/AAAAAAAAHB0/QQ7xKIgVZsc/s400/promotora-cocacola.jpg" border="0" alt="" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 267px; height: 400px; " /></a>Finalmente, compras feitas, tudo indo muito bem. Até encontrei um shopping que nos dá aquele alívio em todos os sentidos. É o Shopping Bariloche, onde tem as principais marcas, e cada loja há um brasileiro para atender em português, com toda gentileza que o brasileiro gosta e merece. Lá, tem, inclusive, o único banheiro praticável acho que de todo o centro de CDE.<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "> </div><div><br /></div><div>Na volta, no único momento em que não ouvi as dicas da Binha, me dei mal. Assim que eu cheguei, comprei minha passagem para Asunción para às 13:20. Olhei para o relógio, era meio-dia. Peguei um ônibus perto da Plaza Verde (um lugar lindo e que tem wi-fi de graça ao lado de uma fonte que faz com que esqueçamos que o calor, quando menos se espera, pega forte). Aliás, ônibus mais trash da minha vida! Custava apenas 1.500 Guaranis (quase cinquenta centavos de real). E olha que eu achei caro! Pense na chimbica véia!!!</div><a href="http://www.abc.com.py/files/image/248/248524/4ddc5e015b476_400_!.jpg?s=be953ac2e01a77381215c70edee40d44"><img src="http://www.abc.com.py/files/image/248/248524/4ddc5e015b476_400_!.jpg?s=be953ac2e01a77381215c70edee40d44" border="0" alt="" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 257px; " /></a>Chegando no Terminal, lembrei-me de que não havia seguido a dica da Binha: deixe para comprar a passagem em cima da hora, tem ônibus saindo a cada 20 minutos. Pois é, não fiz isso e me dei mal. Quando olhei para o relógio do Terminal, nem meio dia era. Eu havia me esquecido do FUSO HORÁRIO!!! Para piorar, a Crucero del Este, empresa que comprei a passagem, me pregou um susto enorme. Quando chegou o horário, veio uma chimbica muito parecida com a que eu peguei para ir até o terminal. Imaginem só, ir nesse treco sacolejante por cinco horas!!!<div><br /></div><div>Bom, amanhã eu continuo contando a história (que o post já está enorme!!!)</div><div><br /></div><div>Ósculos e amplexos!</div>Michael Genofrehttp://www.blogger.com/profile/16017213658399310705noreply@blogger.com2