07 setembro 2009

"Verás que um filho teu não foge à luta!"


Exceto nos esportes, não sou ufanista. No futebol, no basquete, até em jogo de bola de gude, defendo feitos extraordinários do Brasil. Mas, quando o assunto é Brasil em qualquer outra área, sou um patriota, mas não sou ufanista. E, ao ler a matéria de hoje da Gazeta do Povo "Defesa do bem público é exemplo de civismo", senti-me contemplado.

Já foi o tempo em que criticar as mazelas de nosso país era sinônimo de anti-patriotismo. "Ame-o ou deixe-o", frase infeliz que marcou o regime militar e que eu via quando criança principalmente nos carros blindados da polícia ou de bancos, foi substituída por "Brasil: um país de todos". Sim, um país de todos, mas ainda um país que privilegia poucos. Não há como amar sem cuidar, então, como patriota que mareja os olhos quando canto o trecho "Verás que um filho teu não foge à luta", denuncio, organizo-me, escrevo, contribuo da melhor forma que posso, e sempre.

Senti-me contemplado, pois o curitibano, segundo a pesquisa contratada pela Gazeta, 59% defende que patriotismo é "defender o interesse público e o bem-estar coletivo", contra 20% que ainda enxerga patriotismo enquanto "venerar os símbolos nacionais". E 77% dos entrevistados dizem que exercem a cidadania votando, cumprindo corretamente seus deveres, sendo solidário, e fazendo valer os seus direitos, contra apenas 11% que dizem exercer sua cidadania torcendo pelos atletas brasileiros em competições internacionais.

Concordo com o Presidente da UPE, Paulo Rosa Junior, que diz que o povo brasileiro está voltando a ter orgulho do país como fruto das melhoras e do crescimento. Outros elementos somam: as gerações atuais que fazem intercâmbio já não mais percebe que o melhor do mundo está lá fora, mas que boa parte está é aqui dentro. A segurança econômica do país faz com que inúmeros imigrantes brasileiros retornem quando esbarram no desemprego mundial, na crise financeira, e nas medidas xenofóbicas principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

E a vergonha continua com as velharias de nossa nação: a classe política, principalmente os mais tradicionais parlamentares. Filhos de períodos nada auspiciosos do país, ainda acreditam no jeitinho, nas brechas burocráticas, no enriquecimento ilícito. Novamente me contempla, pois sempre militei entre a juventude, que acredita que um novo Brasil é possível. Que teve coragem de impedir um presidente corrupto, que enfrentou os desmanche do Estado do presidente intelectual, que elegeu o presidente operário, e que pega no pé desse mesmo presidente por não ter feito as reformas que o país tanto precisa.

Ainda somos um país com miséria, com famélicos, com elevados índices de violência, e muita, mas muita impunidade. E, ser patriota é, sem dúvida, enfrentar todas essas mazelas.

Ósculos e amplexos, e ótima semana da pátria!

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