25 fevereiro 2012

Diário de Bordo - (014) Mercado do Porto e Rock

Fiz várias amizades neste hostel, a maioria com canadenses e estadunidenses. Mas foi com um grupo de brasileiros que realmente a coisa fluiu. Logo de manhã, inventamos de fazer uma peregrinação para encontrar a melhor taxa de câmbio de Montevideo. E justamente na parte mais turística da cidade foi onde encontramos a imbatível taxa de R$10,50 (em todos os lugares não variavam muito entre 10,10 e 10,15). Feito o câmbio, resolvemos "turistar" um pouco. Destino: Mercado del Puerto.

Ao contrário do que muitos podem pensar, não é como os nossos mercados municipais. Tudo muito bem organizado e as carnes todas sendo assadas na sua frente. Tentamos ficar no balcão, mas o calor estava insuportável. Escolhemos uma mesa e fomos exercitar o lado bom da gordisse. Escolhemos uma porção para três pessoas e fomos advertidos garçom: - "todos comem muito?", disse o garçom. Dizia ele que se comer bem, uma porção para duas pessoas é o suficiente para três. Então, foi o que fizemos: pedimos uma porção para duas pessoas. Quando chegou a comida, ao olharmos pensamos que fomos enganados. Mas, à medida que íamos comendo percebemos que o rapaz estava mais do que certo.

Como pedimos a parrillada completa, veio duas coisas estranhas com a alcatra e outras carnes: rim e intestino. Provei e definitivamente detestei. O rim, bem quente, até que é suportável. Porém, basta esfriar um pouquinho para que a coisa passeie pela sua boca e se recuse a descer goela abaixo. O intestino então, só o cheiro embrulhava o estômago (buchada é buchada em qualquer parte do mundo). Agora, as carnes estavam deliciosas.

Aliás, as comparações com Buenos Aires são inevitáveis. E Montevideo ganha em quase todos os aspectos quando o assunto é comida. O alfajor é divino, as carnes são maravilhosas, o doce de leite então te faz flutuar em gozo. Mas, se tem uma coisa que argentino ganha e disparado é no sorvete. Para começar, o uruguaio não faz bola. É meio que esfregado, sobrando boa parte para fora da casquinha. Uma coisa um pouco medonha e que, em dias de calor, faz uma lambança digna de infância. Segundo, o sabor. Definitivamente, o portenho tem a arte da "helatería" mais desenvolvida.

À noite, resolvi cozinhar para o grupo de brasileiros que estavam por aqui e novamente dá-lhe eu na cozinha. O prato: um cozido uruguaio que aprendi com o dono do Hostel. Aliás, ele é chef de cuisine e todo sábado ele promove um encontro de gastronomia. Fizemos amizade mais do que depressa. E o cozido ficou ótimo, um pouco forte, mas ótimo.
Um soninho para digerir o bendito cozido e todos do Hostel agitadíssimos. Havia uma promoção muito bacana no PUB irlandês que há na Ciudad Vieja. Muito rock e o melhor: sem entrada. Ainda, de quebra, dava para perambular em outros barzinhos que ficam na mesma rua. Um jeito bastante barato de curtir uma noitada. De uma hora para outra, o The Shannon se transformou em um universo paralelo onde todos falavam apenas em inglês. O dono do PUB, que é escocês, de tão feliz presenteava os gringos com jarras de coca ou de chopp stout. Houve quem voltou engatinhando para o hostel.

Quatro da manhã, todos exaustos, chegamos no Hostel caindo pelas tabelas. Quando nos deparamos com um casal de argentinos ensaiando para um show de tango que iriam fazer em Buceo. E não é que ganharam plateia! Ficamos encantadíssimos com a dança deles. Um disse: vocês devem prender tango, é fácil. Eu respondi: tudo bem, aprendam a sambar facilmente que eu aprendo tango com a mesma facilidade. Todos riram e fomos dormir.

Gosta de aventura? Durma em um beliche onde o teu "vizinho de cima" está completamente bêbado e não consegue subir! Divertidíssimo...

Ósculos e amplexos!

Um comentário:

Sara disse...

Tudo parece tão lindo aqui, eu espero que em algum momento têm a capacidade de ir a lugares como este, eu acho que é importante que façamos as coisas como você, eu também espero fazer em uma viagem, neste verão eu vou encontrar um Apartamentos em buenos aires