23 fevereiro 2012

Diário de Bordo - (013) Montevideo, como te adoro!


Nem toda partida é necessariamente triste. Adorei Buenos Aires, mas confesso que foram dias difíceis. Uma semana bastante solitária em uma cidade imensa. Lembrou-me meus dias de São Paulo. Talvez por minhas escolhas terem sido não muito das melhores, talvez por ser mesmo Buenos Aires um pouco do que conclui o tango que escutei em San Telmo: "Buenos Aires, cual a una querida, si estás lejos mejor hay que amarte".

Agora, que alegria me deu acordar cedo hoje. Sentir pela primeira vez nessa viagem frio e mesmo assim encarar com felicidade o chuveiro que teimava em não esquentar. Arrumar com calma e com cuidado toda minha bagagem. Preparar um desjejum de primeira qualidade e acessar rapidamente a internet apenas para ver mais uma vez o endereço de meu Hostel. Saí caminhando e em dez minutos estava na estação Independencia do simpático trem que há em Puerto Madero. Na outra ponta da linha há a estação do barco que me levará para outro país: El Buquebus!

Para economizar, comprei a passagem com antecedência na Seacat, e via Colônia Sacramento. Mas o barco é o mesmo. Para quem quiser, tem uma opção direta entre as capitais que parece ser interessante. Principalmente se for de primeira classe. Tanto um quanto o outro duram três horas. Mas, via Colônia, duas horas serão em um excelente ônibus. Mas, nesse caso, não compensa gastar muito mais do que pede a classe turística (bem como não compensa comprar nada, nem mesmo no free shop, uma vez que você passará por outra aduana para voltar ao Brasil.
A viagem é bonita, mas aos quinze minutos vendo água e apenas água, a coisa fica um pouco tediosa. Então, pouco importa onde se sente - desde que seja logo, pois o barco lota rápido. A viagem é rápida, o barco é grande, e nem dá tempo para passar mal. Duas simpáticas senhoras passaram boa parte da viagem conversando comigo e elogiando meu castellano. Para não dizer que não fiz amizade com portenhos, na despedida fiz com duas sexagenárias.

Chegando em Montevideo, a alegria tomou conta. Senti-me como Dante, que após conhecer Virgílio no purgatório e com ele visitar o inferno, enfim cheguei no paraíso - mas tive de deixar o amigo para trás. Que maravilha estar em uma cidade tão charmosa e ao mesmo tempo tão agradável como esta. A primeira coisa que fiz? Ligar para a família. Primeiro para o Kalléu, que me salvou de uma fria, para minha mãe pelo hábito de ligar sempre que chego em algum lugar, e para Carol que dessa vez não pode me atender. A Segunda? Comer um alfajor!

Como já havia dito, os alfajores argentinos são deliciosos, mas os uruguaios são simplesmente divinos! E o melhor de tudo: enquanto o argentino custa um pouco mais de quatro reais, o uruguaio não chega a dois. É o dobro do tamanho e tudo de bom! Além do atendimento, que é marcante.

Como não quis pegar um táxi e caminhar um pouco para matar saudades da capital uruguaia, acabei me cansando mais do que devia. Então, cheguei no hostel, tomei um banho, e tentei dormir um pouco. Mas as dores provocadas pela viagem não me deixaram em paz. Saí e fui para a 18 de Julio, principal avenida da cidade. Estava passando na cinemateca um filme argentino e resolvi entrar para conferir. O filme se chama "Cerro Bayo", e não achei lá essas coisas.

A ideia de comprar um chivito foi poderosa, mas lembrei de seu tamanho e de que não estava com muita fome. Resolvi experimentar um refrigerante chamado "Paso de los Toros", sabor "Pomelo". Que coisa horrorosa!!! Ainda bem que é uma garrafinha pequena e que não custou um real. Mas se arrependimento matasse...

Enfim, estou no Hostel Willy Fogg. Diferentemente do La Boca, este tem muito mais cara de hostel. Mas, a maioria é de língua inglesa, então, dá-lhe gastar meu inglês nestes últimos dias de viagem.

O mais legal qe encontrei aqui no hostel foi um jogo que só tinha visto no saudoso 6. andar do DCE da UFPR: o peteleco. Obviamente que não sei o nome do jogo oficialmente, mas me acabei de jogar (bem mais sóbrio dessa vez kkk). Amanhã postarei fotos.

Ósculos e amplexos!


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