12 fevereiro 2012

Diário de bordo (002) - Asunción


Infelizmente, ainda estou apanhando do tablet e não consegui extrair as fotos da máquina...

Cheguei ontem à noite em Asunción. Depois de seis horas aproximadamente em uma reta sem fim (eu acordava, dormia, acordava novamente, e a estrada não fazia curva). Aliás, como é cruel um ônibus ruim e que não para. Ou melhor, não há aquela paradinha que temos no Brasil a cada tres ou quatro horas para se esticar a perna (e pagar horrores se quiser consumir qualquer coisa). Não precisa dizer o quanto me arrependi de não ter pegado um ônibus melhor. E a economia foi de apenas R$ 5,00.

No terminal de CDE não havia simplesmente nada do qual me agradasse para comer. Nada mesmo. Tive que improvisar com uma espécie de CupNoodles japonês que havia por lá. Até que estava legal, mas muito avesso ao paladar brasileiro. Resultado: entrei no ônibus torcendo para que uma chipera entrasse logo para eu degustar aquelas maravilhas que ela trazia.

Tudo planejado, era apenas esperar para que aquela moça surgisse. Mas, a pessoa que vos escreve aqui dormiu. Quando acordei, a chipera havia acabado de descer. Fiquei com fome quase até o fim da viagem, quando outra chipeira (agora com uniforme azul) entrou no ônibus. Só de raiva, pedi duas Chipas e uma "gaseosa" (refrigerante) e ria sozinho com o fato da garrafa de Coca por aqui ter meio litro.

Aliás, esta é uma parte engraçada da viagem. Uma menina estava ao meu lado quebrando cabeça junto comigo sobre como encontrar uma posição menos desconfortável naquela chimbica. Quando surgiu a Chipera, perguntei para ela se havia algum significado na roupa das chiperas. E ela me respondeu: sabe que nunca percebi que elas tinham roupas diferentes? Depois perguntei se ela sabia o porquê a garrafa tinha meio litro. E ela respondeu com um espanto imenso: no Brasil não é assim??? (Obviamente, parei de perguntas).

Vou pesquisar mais sobre elas, depois eu conto mais. Mas, desde já, acho que elas merecem o título de patrimônio imaterial da humanidade (assim como nossas baianas com tabuleiro de acarajé possuem).

Por falar em Chipera, lembram-se do comentário passado quando disse que o machismo paraguaio é impressionante. Saca só o comercial que une o melhor(?) desse costume com as famosas chiperas.


Enfim, em Asunción, depois de me registrar, tomar um banho, sofrer com a mistureba de idiomas que estava por aqui (em quase todos os hostels, há uma pequena festa geralmente nas sextas-feiras. Pois bem, rolou um pré-carnaval aqui no sábado). Então as coisas estavam agitadas por aqui. Quer dizer, para sair daqui. Pois o carnaval era em um local próximo. Como demorei um pouco para me arrumar, acabei não achando o lugar.

Chateado por ter perdido a balada do hostel, fui perambular pela redondeza. Dei de cara com o Panteón de los Heroes (amanhã posto mais sobre), e com uma confeitaria onde comi, sem exagero nenhum, o melhor Crème brûlée da minha vida. Além de delicioso, era enorme! (meu lado gordo, recém descoberto, foi à loucura!). A confeitaria Bolsi é linda, charmosa, e de alto nível de atendimento. Para os padrões paraguaios, não é um lugar barato. Mas, com a taxa de câmbio favorável, tudo não custo mais do que oito reais (contando com "la propina").

Como diria minha amiga Talita, mal de gordo é fome. Saí de lá feliz da vida e tentei voltar para o hostel para enfim dormir. Foi quando, na mesma rua, escutei uma cantoria alegre, divertidíssima, coisa boa mesmo. Fui conferir. (Amanhã eu posto o nome do lugar).

Quando entrei, havia muitos universitários e uma banda bem rock'n'roll. Infelizmente, não sei o que cantavam, mas era bastante popular entre a galera (que cantava muito com a banda, além de dançar alucinadamente cada música). Todas as músicas eram, pelo que percebi, paraguaias. Mas de extremo bom gosto. Quando decidiram variar, tocaram um blues do Clapton. Mas, com um detalhe: em guarani. De arrepiar!

Por enquanto é só. Depois volto para contar mais.

Ósculos e amplexos!

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