Acordo por volta das nove da manhã com um barulho infernal de ambulâncias. O Hostal fica ao lado de um hospital e ser acordado por sirenes até é relativamente normal. Mas hoje foi absurdo. Não paravam de chegar mais e mais ambulâncias. Na porta do Hostal, bastante pessoas olhavam em direção oposta ao hospital: para uma televisão que fica no restaurante ao lado. Eu estava presenciando o desenlace de uma tragédia que abalou Buenos Aires.
Um trem bateu em outro na estação Once, bem próximo de onde eu estava ontem quando fui para Palermo. 49 mortos e mais de 200 feridos. O hospital que fica no Bairro La Boca foi um dos primeiro a receber os feridos. Muita, mas muita gente chegava e era assustadora a sensação.
Fui testemunha do tenebroso sistema de transporte férreo de Buenos Aires. Realmente, quando se entra passa rapidamente na cabeça: como isso aqui não dá em tragédia? Péssimo mesmo! Seja o metrô (Subte), seja os trens para a região metropolitana, a sensação de insegurança é imensa. Conversando com outras pessoas, descubro que um outro acidente semelhante ocorrera há pouco tempo, em dezembro passado.
A despedida de Buenos Aires não poderia ser mais triste. Foram dias bastante solitários por um lado. Mas, por outro, de grande aprendizado. Estudei o triplo do que estudava em Asunción e pude conhecer bastante a cidade. Aliás, a forma mais barata e interessante de conhecer Buenos Aires é se perdendo nela. Ia em direção ao microcentro hoje para minha última visitinha e presenciava as bandeiras baixando a meio mastro.
Perdi a vontade de explorar a cidade e voltei para o Hostal. Antes passei no mercado e decidi fazer um almoço de alto nível, pagando pouco (é claro). Fiquei maluco em descobrir o preço dos queijos e doces. Simplesmente dados. E o Chandele de Tiramisú então? Saí me perguntando: por que isso não tem no Brasil? Amanhã meu desjejum será Chandele e queijo.
É isso, volto a teclar agora somente de Montevidéu, último trajeto de minha viagem.
Ósculos e amplexos!
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