

A velha e boa cozinha de Michael Genofre migrou para o Blogger! Sempre uma alquimia de coisas e mais coisas, com nexo ou não!





Buenos Aires é assim, caminhando você vai sendo bombardeado com uma infinidade de ideias e inspirações culturais.
O melhor do dia foi a constatação: e o Senhor inventou o talharim! Tipo, achando tudo muito caro, fiquei sem opção para comer por aqui. Decidi observar como os portenhos se viram diante desses preços. Quando vi uma fila enorme e banquei o curitibano: entrei na fila sem saber nem do que se tratava. Descobri uma casa de massas (estou em um bairro bem italiano aqui em Buenos Aires). Comprei um talharim, que se você quiser e tiver um tempinho, eles até a cozinham para você. E comprando o molho, com champignon de verdade, o preço aumenta pouco. Com menos de R$ 6,00 tive um almoço digno de chef.
Enfim... Por enquanto é isso. Depois conto mais.
Ósculos e amplexos!
Com o decorrer do dia, as coisas foram entrando na normalidade. Consegui comer um "helado de dulce de leche" em plena Avda. del Mayo (tenho uma listas de coisas que quero fazer, como comer um crepe na Champs Elysées, um hot dog na 5th Avenue, e agora solucionado um em Buenos Aires). No caminho, indo por San Telmo, milhões de cafés um mais charmoso que outro. Foi inevitável fazer comparações: o alfajor argentino perde e feio para o uruguaio (e ainda assim é absurdamente superior aos nossos alfajores). Quando dei por mim, estava conversando com as tristes e receptivas madres del mayo e me colocando à par da política Argentina.
Agora, o melhor mesmo do dia foi o passeio pela República Popular de la Boca. Um lugar realmente à parte na Argentina. La Boca e San Telmo foram os primeiros bairros de Buenos Aires. E, impressionantemente, até o sotaque por aqui muda. Uma paixão pelo Boca Juniors que é digno de nota. E o Caminito é uma das partes mais charmosas da decadente boêmia portenha.
Saca só a pizza do bairro (aprox. R$ 12,00). La Boca e San Telmo são bairros bem italianos. Bem diferente do centro (minicentro) de Buenos Aires que tem toda influência parisiense (por conta dos governantes que queriam este aspecto para sua parte histórica). Ah! E o Darwin iria rir muito por aqui diante de algumas construções no mínimo bizarras que ele gosta tanto de reparar.

Se eu escrevesse para a televisão, recomendaria uma série baseada em vida de albergue. Todos os episódios teriam um elenco diferente que seriam apresentados para o público quando a recepcionista estivesse apresentando as acomodações e regras para o desjejum. A cada semana, um novo grupo se formaria e se desfaria da mesma maneira. Porém, é claro, cada história fantástica que seria contada garantiria o sucesso da série. Terminaria o episódio quando, na hora do check out, os participantes se despediriam do hostel e apresentariam suas conclusões.
Quebrando um pouco o tom de despedida. Ontem fui ao Mercado 4. Que lugar horroso! Apesar de serem extremamente barata as coisas, é um camelódromo piorado. Eu queria comprar algum artesanato para a Carol para ter alguma lembrança pequena (afinal, cada aquisição é um peso para a mochila, que já não está leve). Mas não consegui nada. As milhões de tentativas de me enganar, de me roubar, e de dizer coisas em guarani toda vez que eu parava um pouco para pensar foram degastantes. Saí correndo de lá (era quase meio-dia, e o calor estava me matando). Realmente, a única coisa do qual não gostei nessa minha passagem por Asunción foi o Mercado.



Finalmente, compras feitas, tudo indo muito bem. Até encontrei um shopping que nos dá aquele alívio em todos os sentidos. É o Shopping Bariloche, onde tem as principais marcas, e cada loja há um brasileiro para atender em português, com toda gentileza que o brasileiro gosta e merece. Lá, tem, inclusive, o único banheiro praticável acho que de todo o centro de CDE.
Chegando no Terminal, lembrei-me de que não havia seguido a dica da Binha: deixe para comprar a passagem em cima da hora, tem ônibus saindo a cada 20 minutos. Pois é, não fiz isso e me dei mal. Quando olhei para o relógio do Terminal, nem meio dia era. Eu havia me esquecido do FUSO HORÁRIO!!! Para piorar, a Crucero del Este, empresa que comprei a passagem, me pregou um susto enorme. Quando chegou o horário, veio uma chimbica muito parecida com a que eu peguei para ir até o terminal. Imaginem só, ir nesse treco sacolejante por cinco horas!!!