A velha e boa cozinha de Michael Genofre migrou para o Blogger! Sempre uma alquimia de coisas e mais coisas, com nexo ou não!
25 fevereiro 2012
Diário de Bordo - (014) Mercado do Porto e Rock
23 fevereiro 2012
Diário de Bordo - (013) Montevideo, como te adoro!
22 fevereiro 2012
Diário de Bordo (012) - Despedida e tragédia em Buenos Aires.
21 fevereiro 2012
Diário de Bordo (011) - Pajarhijo e Palermo!
20 fevereiro 2012
Diário de Bordo (010) - Em busca de um presente e Recoleta
19 fevereiro 2012
Diário de Bordo (009) - Murga, o carnaval de Buenos Aires
Buenos Aires é assim, caminhando você vai sendo bombardeado com uma infinidade de ideias e inspirações culturais.
O melhor do dia foi a constatação: e o Senhor inventou o talharim! Tipo, achando tudo muito caro, fiquei sem opção para comer por aqui. Decidi observar como os portenhos se viram diante desses preços. Quando vi uma fila enorme e banquei o curitibano: entrei na fila sem saber nem do que se tratava. Descobri uma casa de massas (estou em um bairro bem italiano aqui em Buenos Aires). Comprei um talharim, que se você quiser e tiver um tempinho, eles até a cozinham para você. E comprando o molho, com champignon de verdade, o preço aumenta pouco. Com menos de R$ 6,00 tive um almoço digno de chef.
Enfim... Por enquanto é isso. Depois conto mais.
Ósculos e amplexos!
18 fevereiro 2012
Diário de Bordo (008) - Casa Rosada, Plaza de Mayo, e tudo dando errado
Com o decorrer do dia, as coisas foram entrando na normalidade. Consegui comer um "helado de dulce de leche" em plena Avda. del Mayo (tenho uma listas de coisas que quero fazer, como comer um crepe na Champs Elysées, um hot dog na 5th Avenue, e agora solucionado um em Buenos Aires). No caminho, indo por San Telmo, milhões de cafés um mais charmoso que outro. Foi inevitável fazer comparações: o alfajor argentino perde e feio para o uruguaio (e ainda assim é absurdamente superior aos nossos alfajores). Quando dei por mim, estava conversando com as tristes e receptivas madres del mayo e me colocando à par da política Argentina.
Agora, o melhor mesmo do dia foi o passeio pela República Popular de la Boca. Um lugar realmente à parte na Argentina. La Boca e San Telmo foram os primeiros bairros de Buenos Aires. E, impressionantemente, até o sotaque por aqui muda. Uma paixão pelo Boca Juniors que é digno de nota. E o Caminito é uma das partes mais charmosas da decadente boêmia portenha.
Saca só a pizza do bairro (aprox. R$ 12,00). La Boca e San Telmo são bairros bem italianos. Bem diferente do centro (minicentro) de Buenos Aires que tem toda influência parisiense (por conta dos governantes que queriam este aspecto para sua parte histórica). Ah! E o Darwin iria rir muito por aqui diante de algumas construções no mínimo bizarras que ele gosta tanto de reparar.
17 fevereiro 2012
Diário de Bordo (007) - ¡Mí Buenos Aires querida!
Olá amigas e amigos! Já cheguei em Buenos Aires.
Até a saída do Paraguai, sem maiores problemas. A Aduana foi um inferno! Um monte de gente de olho em turista vacilão, um monte de burocracia besta, e um montão de filas para pegar. Para piorar, ninguém te diz o que fazer, para onde ir ou onde ficar. Se algum dos "maleteros", identificados ou não, encostar em sua bagagem esteja pronto para desembolsar uma "propina" por nada. Fiquei injuriado com tudo isso que desfiz de meus últimos oito mil guaranis para com o xarope do trigésimo maletero que veio "me ajudar". E não é que ele ficou p. da cara comigo? (Tá, eu sabia que já estava em solo argentino. Vingancinha, tá? rsrs).
Durante a viagem, a sede pegou pesado. O ar condicionado (mais uma dica da Binha que escutei atentamente) realmente é violento. E acabava acordando todo mundo toda vez que eu acionava o botão para a comissária de bordo me atender. Comecei a ficar envergonhado com aquilo. Até que uma alma valiosa teve uma brilhante ideia: emprestar-me sua garrafa de água para tereré a fim de que eu não incomodasse mais ninguém. A Comissária mais do que depressa atendeu o pedido e derramou quase dois litros de água geladinha dentro da garrafa e eu parecia uma criança em loja de brinquedo esperando presente. Abracei aquela garrafa como se disso dependesse minha vida.
Chegando em Buenos Aires acordo assustado. A querida comissária, que não deixei em paz até que a ideia da garrafa térmica surgisse, acordou-me um pouco bruscamente. Ela, sem querer ou de propósito, deixou cair a bandeija com o meu desjejum praticamente na minha cabeça. E nem se desculpou, apenas disse: ¡Buén día, tomé tu desayuno!
Descí em Retiro, terminal, e fui para o ponto de ônibus conforme estava desenhado no mapinha que tirei do sítio do hostel. O que eu não sabía era que não se paga mais ônibus em Buenos Aires com papel-moeda. Ou você paga, o dobro, em moedas ou você usa um cartão magnético (que até agora não descobrí como conseguí-lo). Resultado: vamos de táxi até o Hostel.
O hostel eu já conhecia de outros carnavais. Mas como decaiu! O atendimento continua bom, mas está um pouco abandonado. Quase todos os hóspedes são mensalistas e não tem, portanto, aquele clima bacana de hostel. Ou seja, virou parte da charmosa decadência do bairro La Boca de uma vez. Para piorar, tudo ao redor está extremamente caro. O que está me fazendo pensar se vou mesmo ficar aqui uma semana inteira conforme os planos originais ou se corro o mais rápido possível para Montevideo (última parte da viagem).
Estou estrategicamente posicionado entre La Boca e San Telmo, que ficam há poucos minutos à pé do centro (onde estou agora atualizando o blog). Já liguei para minha mãe e para Carol, o que ajudou a matar um pouquinho das saudades. Vou continuar indo para o centro ver se algo me faz mudar de ideia.
Ósculos e amplexos!
16 fevereiro 2012
Diario de Bordo (006) - iHasta luego, Paraguay querido!
Daqui a pouco, embarco para Buenos Aires. Darei início ao segundo terço de minha viagem. E fica aquele sentimento de despedida no ar. Como pode? Há cinco dias atrás, eu era um ilustre desconhecido para as pessoas que estavam por aqui. Fizemos amizade rapidamente, confidenciamos dramas e alegrias. E, à medida que cada um seguia seu caminho, uma despedida dolorosa ia marcando o nosso peito. Bem... chegou a minha vez.
Uma pequena depressão, como podem ver, abateu-me por isso. Resolvi tirar o dia para descançar para a próxima parte da viagem. Para minha alegria, choveu! Diminuiu um pouco o calor absurdo que estava por aqui. Quando fui acordado pelos colegas de quarto perguntando se eu estava bem (acabei pegando no sono e dormi quase a tarde inteira). Como retribuição e forma de não voltar para o Brasil com dinheiro paraguaio (que não me serviria de nada), decidimos gastar nossos últimos guaranis com um jantar aqui mesmo no hostel.
Foi uma confraternização maravilhosa. Eu estava cozinhando, mas a galera se empolgou na organização do jantar. Improvisaram toalha de mesa, música, até castiçais e velas. Sem falar na turma do barril que sempre tira de um portal mágico para um universo paralelo refrigerantes, cerveja e muito vinho. Outra curiosidade foi que fiz questão da recepcionista (dona) do hostel jantasse conosco. O critério de qualidade dela é ver se o seu gato se empolga com a comida. Então, minhas "corbatitas al poro" recebeu o selo "gato de hostel" de qualidade.
Boa parte do grupo que estava comigo já se foi no ônibus da meia-noite. Uns iam para o Brasil conhecer o carnaval, outros iriam para um retiro na Bolívia, e pouquíssimos ficavam. Hoje, pela manhã, o hostel já estava com outra cara. Outros sotaques invadiram o hostel. Voltei a ser um ilustre desconhecido. Segue a viagem...
Quebrando um pouco o tom de despedida. Ontem fui ao Mercado 4. Que lugar horroso! Apesar de serem extremamente barata as coisas, é um camelódromo piorado. Eu queria comprar algum artesanato para a Carol para ter alguma lembrança pequena (afinal, cada aquisição é um peso para a mochila, que já não está leve). Mas não consegui nada. As milhões de tentativas de me enganar, de me roubar, e de dizer coisas em guarani toda vez que eu parava um pouco para pensar foram degastantes. Saí correndo de lá (era quase meio-dia, e o calor estava me matando). Realmente, a única coisa do qual não gostei nessa minha passagem por Asunción foi o Mercado.
Outra coisa importante. Tomei uma senhora bronca da Carol Barbosa por conta das minhas postagens acerca do machismo paraguaio. Segundo ela, e com toda razão, nem para contra-propaganda se deve passar adiante as demonstrações sexistas. Ainda que eu tivesse cuidado para filtrar as coisas que vi por aqui, cometi o equívoco de postá-las. Portanto, não mais o farei (só não vou tirar as outras para manter os posts).
Enfim, agora parto para minha viagem rumo à Argentina.
Ósculos e amplexos!
15 fevereiro 2012
Diário de Bordo (005) - Dia dos namorados no Paraguay
Em outras palavras, estamos em uma cidade que parece sem leis e ao mesmo tempo parece ter leis demais. Eu perguntei se havia uma certa cordialidade e talvez por isso não teriam bandas simultaneamente, mas não. Há de se solicitar à polícia quando há uma atividade com barulho. E, como um fica de frente ao outro, o 904 foi mais rápido. Como não tinha o que queríamos, acabamos indo ao Bolsi engordar alguns quilinhos.
Um dos amigos, chileno, que é um gourmet aficcionado por Crème Brulée foi conferir minha dica sobre ele no Bolsi. E a conclusão que ele chegou é que é muito bom, mas os que ele provara em Santiago eram muito melhores. Por outro lado, ele pirou quando comeu um bem brasileiro brigadeiro (sim, o Bolsi se orgulha de não apenas ser o primeiro restaurante com ar condicionado do Paraguay, mas também de ter "los mejores postres del mundo en un lugar solo"). Comemos até ficarmos redondos e voltamos rolando para o hostel.
Ontem foi o terceiro dia consecutivo de muito, mas muito calor. Resolvi aceitar a sugestão da Juliana e ir ao Paseo Carmelitas. Não é muito grande, mas é bem requintado. É a continuação da Avda España que eu havia comentado em outro post, mas com muito mais atrativos. Seria como uma avenida Batel com mais variedade. Quando cheguei por lá, dei de cara com um bar muito conhecido pelos curitibanos: o John Bull. Mas, infelizmente, o bar só abre aos fins de semana. Contentei-me mesmo com uma maravilhosa helateria que havia por lá (Havanna, a mesma dos chocolates maravilhosos que tem no shopping Mueller).
No caminho, cheguei a conclusão de que é necessário estudar ou trabalhar em Asunción para ficar mais do que quatro dias. Para turismo, mesmo um mais alternativo como o que eu fiz, quatro dias são mais do que necessário. E, como estou há cinco, estou mais do que me coçando para ir logo para Buenos Aires.
Hoje é o dia para arrumar as malas e seguir viagem para Buenos Aires. Como ficarei 18 horas no ônibus, só tornarei a postar em dois dias.
Ósculos e amplexos!
14 fevereiro 2012
Diário de Bordo (004) - Estresse, pizza e muito rock'n'roll em Asunción
Ontem foi um dia de despedidas. O grupo de amigos criados se desfez com a ida de quase todos para outros destinos. Resolvemos então comemorar com estilo. Fomos no Piratas Bar. Trata-se de um bar enorme, com duas pistas de dança e a melhor visão do Palácio López que se pode ter. Havia duas alemãs, dois suíços, um espanhol, uma japonesa (namorada do suíço), um estadunidense e eu, brasileiríssimo.
Como a maioria não dominava o idioma hispânico, a noite foi inteira comentada em inglês. Sem problemas, meu inglês está muito bem, obrigado, e o espanhol está afiadíssimo. Entretanto, como diria o Frank: às vezes o estresse vem à cavalo! Eu entrei em crise idiomática. De repente tudo estava pifando, inclusive o português. Além disso, uma imensa de uma dor de cabeça estava me acompanhando a noite inteira. Não teve jeito, tive que sair de lá para não correr o risco de ser mal interpretado.
Fui então para outro bar, o 904. Eu havia esquecido que o bar ingles (Britânia PUB) não abre às segundas. Mas, em frente, havia um show de blues. O bar é charmoso e o atendimento é bom também. Mas, tem um problema: simplesmente não há opções não-alcoolicas, exceto água. Fiquei parecendo um excêntrico mudinho. Não falava com ninguem, estava sentado sozinho, e tomando água. Pelo menos a música estava maravilhosa.
Bom, isso tudo foi à noite. O estresse estava acumulado também por conta de ter sido o dia mais quente desde que cheguei por aqui. O tempo todo entre 39 e 42 graus, seco, sem vento, estava cruel. Para piorar, eu tinha que comprar minha passagem para Buenos Aires, e acabei me perdendo e demorando um tempão para encontrar o lugar certo para pegar o ônibus para o Terminal. No caminho, encontrei um shopping e uma promoção maravilhosa da Pizza Hut: dizia a placa "Coma o quanto aguentar por 22.000 guaranís (aproximadamente R$ 8,00!!!). Não precisa dizer que me acabei de tanto comer.
O dia foi curto, com o calor imenso não havia como se mexer e conhecer mais coisas da cidade. Então fiquei no Hostel quase o dia inteiro (perto da piscina). A noite também foi curta, a dor de cabeça e a crise idiomática estava acabando com a minha alegria.
Hoje é dia dos namorados por aqui... depois eu conto as impressões.
Ósculos e amplexos!
13 fevereiro 2012
Diário de Bordo (003) - Avenida España
Quando vi que o hostel estava a poucos minutos do Templo de Asunción, não me aguentei e fui lá apenas para admirar a arquitetura. Foi uma caminhada de uns trinta minutos aproximadamente onde pude sentir o quanto Asunción é a cidade dos contrastes.
Tudo começa no começo. Explico: no início da Avenida Paraguayo Independiente, onde fica a sede do poder central do Paraguai, tem todo o luxo e beleza do Palácio López. Mas, logo ao lado há uma das maiores favelas de Asunción. Esta avenida, seguindo por ela, vai se tornar a Avenida Marescal López, de onde sai a Avenida España. Entre o Palácio (e uma série de construções históricas interessantíssimas) e o começo da Avenida España se encontra um perigoso comércio de tudo quanto é ilegalidades (principalmente drogas e protituição). E um contraste interessante: ao longo de todo o caminho, senti que estava sendo seguido. Mas não era "los ilegales", mas pela polícia. Eles perceberam que eu era mais um desavisado turista e estavam cuidando de mim. Quando tentava atravessar a rua, tomava um apitasso na orelha (e muitos palavrões em guaraní).
Quando se chega no começo da Avenida España algo começa a mudar. O comércio de ilegalidades vai se tornando mais rarefeito e um grande supermercado (o España) surge como um marco divisório entre a pobreza extrema da cidade e o que irá surgir pela frente. Aos poucos, as principais embaixadas do mundo vão te saudando com suas belezas arquitetônicas. Principalmente a coloridíssima embaixada do México.
E a coisa não para de ficar mais exuberante. A Avenida vai se tornado um grande luxo. Lojas e mais lojas do que há de bom e do melhor vão surgindo, mansões e mais mansões também. Lojas de carro que só vendem carrões (vi uma Hammer de perto, estava na frente de uma fila imensa só de mercedez). A coisa vai se tornando cada vez mais impressionante. Fiquei quase duas horas andando toda a avenida, terminando no shopping "del Sol". Lá, o luxo continua. Mas, como diria o camarada Rovilson, o meu lado gordo fala mais alto diante de tanta "gulosimas". E me acabei de comer por lá. A Pizza Hut custa menos de vinte reais (no Brasil eu pago quase cinquenta!). O Whooper, com o dobro do tamanho do brasileiro, não custa vinte reais. E, em um restaurante requintado, comi um surubi (um peixe local) por menos de quarenta reais com tudo o que tem direito.
Uma parada no meio do caminho para ver o jogo do Corinthians e São Paulo. Lembrei-me da Rafinha, que para o que estiver fazendo para fazer fé no timão. Quando recebi pelo celular que o Darwin e a Helena também estavam ligados no jogo. Senti como se uma linha invisível nos unisse naquele momento. E, devido a isso, torci como um grande corintiano (que não sou, todos sabem que sou coxa).
Aliás, a imprensa futebolística por aqui é fenomenal. Tá certo que ela é inteiramente argentina, mas é impressionante como comentam a partida. Diferentemente das emissoras brasileiras, que sempre tratam o espectador como um debiloide, as transmissões argentinas exigem um público "iniciado". Muita informação sobre os jogadores, sobre o campeonato, e nenhuma explicação mais leiga como faria o Galvão Bueno, por exemplo. Partem do princípio de que todo telespectador conhece muito sobre futebol e não tem paciência para obviedades. Tanto que narram somente as melhores jogadas e o gol. No geral, é uma espécie de bate-papo com especialistas da bola.
Outra coisa que me chamou por demais minha atenção. Creio que catraca é coisa de brasileiro. Caracas, Asunción e Montevideo, pelo que vi, não a usam e todos pagam passagem. Tá certo que o transporte público de Caracas e de Asunción é questionável. Mas o de Montevideo deixa muita cidade considerada modelo de gestão pública (como Curitiba, por exemplo) em pé de igualdade. Ao contrário do Brasil, partem do princípio de que é uma minoria quem "tiraria vantagem" desonestamente.
O dia terminou com uma parrillada no hostel. Aliás, como tem gente fazendo churrasco pela cidade no domingo. Em cada esquina há uma carne assando e um tereré sendo tomado como se fosse a coisa mais correta a ser feita em um dia de domingo. Era, no hostel, uma tentativa de adaptar a cultura local em um grande encontro mundial ao lado de uma churrasqueira. Muita carne boa e papos interessantíssimos sobre tudo. Eu, brasileiro, dando aula sobre carnaval, um italiano dando curso sobre política italiana, um estadunidense ensinando espanhol para uma inglesa, dois chilenos mostrando o que há de melhor da música chilena, um romeno desesperado por comprar bebida (Asunción inteira parece guardar o domingo, portanto quase tudo está fechado).
Dormi relativamente cedo e contente com a bela caminhada.
Ósculos e amplexos!
12 fevereiro 2012
Diário de bordo (002) - Asunción
Infelizmente, ainda estou apanhando do tablet e não consegui extrair as fotos da máquina...
Cheguei ontem à noite em Asunción. Depois de seis horas aproximadamente em uma reta sem fim (eu acordava, dormia, acordava novamente, e a estrada não fazia curva). Aliás, como é cruel um ônibus ruim e que não para. Ou melhor, não há aquela paradinha que temos no Brasil a cada tres ou quatro horas para se esticar a perna (e pagar horrores se quiser consumir qualquer coisa). Não precisa dizer o quanto me arrependi de não ter pegado um ônibus melhor. E a economia foi de apenas R$ 5,00.
No terminal de CDE não havia simplesmente nada do qual me agradasse para comer. Nada mesmo. Tive que improvisar com uma espécie de CupNoodles japonês que havia por lá. Até que estava legal, mas muito avesso ao paladar brasileiro. Resultado: entrei no ônibus torcendo para que uma chipera entrasse logo para eu degustar aquelas maravilhas que ela trazia.
Tudo planejado, era apenas esperar para que aquela moça surgisse. Mas, a pessoa que vos escreve aqui dormiu. Quando acordei, a chipera havia acabado de descer. Fiquei com fome quase até o fim da viagem, quando outra chipeira (agora com uniforme azul) entrou no ônibus. Só de raiva, pedi duas Chipas e uma "gaseosa" (refrigerante) e ria sozinho com o fato da garrafa de Coca por aqui ter meio litro.
Aliás, esta é uma parte engraçada da viagem. Uma menina estava ao meu lado quebrando cabeça junto comigo sobre como encontrar uma posição menos desconfortável naquela chimbica. Quando surgiu a Chipera, perguntei para ela se havia algum significado na roupa das chiperas. E ela me respondeu: sabe que nunca percebi que elas tinham roupas diferentes? Depois perguntei se ela sabia o porquê a garrafa tinha meio litro. E ela respondeu com um espanto imenso: no Brasil não é assim??? (Obviamente, parei de perguntas).
Vou pesquisar mais sobre elas, depois eu conto mais. Mas, desde já, acho que elas merecem o título de patrimônio imaterial da humanidade (assim como nossas baianas com tabuleiro de acarajé possuem).
Por falar em Chipera, lembram-se do comentário passado quando disse que o machismo paraguaio é impressionante. Saca só o comercial que une o melhor(?) desse costume com as famosas chiperas.
Enfim, em Asunción, depois de me registrar, tomar um banho, sofrer com a mistureba de idiomas que estava por aqui (em quase todos os hostels, há uma pequena festa geralmente nas sextas-feiras. Pois bem, rolou um pré-carnaval aqui no sábado). Então as coisas estavam agitadas por aqui. Quer dizer, para sair daqui. Pois o carnaval era em um local próximo. Como demorei um pouco para me arrumar, acabei não achando o lugar.
Chateado por ter perdido a balada do hostel, fui perambular pela redondeza. Dei de cara com o Panteón de los Heroes (amanhã posto mais sobre), e com uma confeitaria onde comi, sem exagero nenhum, o melhor Crème brûlée da minha vida. Além de delicioso, era enorme! (meu lado gordo, recém descoberto, foi à loucura!). A confeitaria Bolsi é linda, charmosa, e de alto nível de atendimento. Para os padrões paraguaios, não é um lugar barato. Mas, com a taxa de câmbio favorável, tudo não custo mais do que oito reais (contando com "la propina").
Como diria minha amiga Talita, mal de gordo é fome. Saí de lá feliz da vida e tentei voltar para o hostel para enfim dormir. Foi quando, na mesma rua, escutei uma cantoria alegre, divertidíssima, coisa boa mesmo. Fui conferir. (Amanhã eu posto o nome do lugar).
Quando entrei, havia muitos universitários e uma banda bem rock'n'roll. Infelizmente, não sei o que cantavam, mas era bastante popular entre a galera (que cantava muito com a banda, além de dançar alucinadamente cada música). Todas as músicas eram, pelo que percebi, paraguaias. Mas de extremo bom gosto. Quando decidiram variar, tocaram um blues do Clapton. Mas, com um detalhe: em guarani. De arrepiar!
Por enquanto é só. Depois volto para contar mais.
Ósculos e amplexos!