Talvez por eu não ter o talento para escrever auto-ajuda, tenho uma aversão enorme para com este "estilo" literário. É sempre um formato de aproximadamente duzentas páginas, uma capa bastante atraente, acabamento perfeito, e uma chamada que promete resolver seus problemas. Minha aversão já começa com o fato de que, quem realmente está precisando de ajuda é, invariavelmente, a pior pessoa do mundo para ajuda-la nesse momento. Depois, ser autossuficiente não é coisa fácil, tampouco que dependa unicamente de uma forma diferente de pensar ou ver a vida. Autossuficiência depende de disciplina, toda uma educação, além de uma boa dose de paciência.
Não se julga um livro pela capa, correto? Mas, no caso de auto-ajuda mede-se sim, e bastante. O segredo para se mexer no queijo é ter paciência de monge e ambição de executivo. É ter o carinho essencial para se fazer amigos e influenciar pessoas. Os homens são de Marte e as mulheres de Vênus, mas apesar de um ser cobra e a outra polvo, inteligentemente juntos enriquecem mais. De cem, mil, cem mil maneiras diferentes de se fazer algo impossível. Enfim, capa vende, e é o principal termômetro para esse tipo de literatura. Os livros de filosofia, que geralmente ficam na prateleira ao lado ao da auto-ajuda, tem capas feias, acabamento grosseiro, e raramente tem imagens ou belas fontes sobre um fundo mais gostoso para ler. O resultado: para cada uma prateleira de filosofia, há dez de auto-ajuda. Isso quando um de auto-ajuda não se intromete na prateleira de filosofia (algumas livrarias, muito espertas, percebem que seus consumidores de auto-ajuda procuram novas "filosofias" de vida, então procuram onde não deveriam encontrar auto-ajuda; então as livrarias colocam alguns deles na prateleira de filosofia para que o cliente saia mais satisfeito por ter encontrado o livro que promete mudar a sua vida).
Um policial ganhou de presente da namorada um desses livros. Ele relutou um pouco, mas acabou cedendo aos olhos de sua amada, que brilhavam por acreditar que estava dando o presente dos presentes. No caminho de volta para casa, começou a ler no ônibus o tal presente. E não conseguia parar mais de ler. Foi tragado pela história em que o narrador demonstrava que uma simples atitude violenta pode moldar todo o caráter de uma pessoa. E, como antídoto ao mal, conta o narrador, deveria substituir toda forma de violência, repressão, ou agressividade por gestos e manifestações de carinho.
No dia seguinte, já fardado e patrulhando pela cidade, encontra um conhecido delinquente novamente rondando a vizinhança. Diversas vezes esse rapaz promoveu assaltos na região, e quase toda a companhia de polícia já o prendeu. Entretanto, nunca havia provas que o fizessem ficar na prisão, pois o resultado dos assaltos viravam drogas e essas eram imediatamente consumidas. O policial que estava com todo o livro de auto-ajuda fresquinho na memória, resolveu abordar o delinquente. Ao ver que toda a sua nova postura de abordagem deveria ser mudada por influência do livro, resolveu experimentar a "nova filosofia de vida".
Ao ver a viatura policial, o rapaz se jogou ao chão na esperança de que o policial não o tenha visto. Ao ver que a viatura parou e a sua porta se abrira, tratou de se livrar de todo e qualquer conteúdo que pudesse lhe complicar. O policial então exclamou: - Por favor, necessito revistar suas roupas, então coloque-se em posição para que o trabalho possa ser feito sem prejuízos ao seu caráter.
O rapaz olhou de um lado para outro rapidamente procurando alguma câmera para ver se não estava em uma daquelas "pegadinhas". Como não encontrou, desconsiderou o pedido do policial e simulou que estava dormindo. Novamente, o policial o adverte: - Caro cidadão, peço mais uma vez que levante-se e se coloque em posição para que meu serviço seja feito sem maiores prejuízos ao seu caráter.
Ao ver que não estava surtindo efeito nenhum a sua nova filosofia de vida, o policial então resolveu improvisar. Unir conhecimentos. Enfiou uma senhora botinada no "cóccix" do rapaz. Rapidamente o rapaz se levantou, colocou-se defronte à parede, pernas abertas e mãos atrás da nuca. E então, o policial concluiu: - realmente, um gesto de carinho faz toda a diferença!
Não se julga um livro pela capa, correto? Mas, no caso de auto-ajuda mede-se sim, e bastante. O segredo para se mexer no queijo é ter paciência de monge e ambição de executivo. É ter o carinho essencial para se fazer amigos e influenciar pessoas. Os homens são de Marte e as mulheres de Vênus, mas apesar de um ser cobra e a outra polvo, inteligentemente juntos enriquecem mais. De cem, mil, cem mil maneiras diferentes de se fazer algo impossível. Enfim, capa vende, e é o principal termômetro para esse tipo de literatura. Os livros de filosofia, que geralmente ficam na prateleira ao lado ao da auto-ajuda, tem capas feias, acabamento grosseiro, e raramente tem imagens ou belas fontes sobre um fundo mais gostoso para ler. O resultado: para cada uma prateleira de filosofia, há dez de auto-ajuda. Isso quando um de auto-ajuda não se intromete na prateleira de filosofia (algumas livrarias, muito espertas, percebem que seus consumidores de auto-ajuda procuram novas "filosofias" de vida, então procuram onde não deveriam encontrar auto-ajuda; então as livrarias colocam alguns deles na prateleira de filosofia para que o cliente saia mais satisfeito por ter encontrado o livro que promete mudar a sua vida).
Um policial ganhou de presente da namorada um desses livros. Ele relutou um pouco, mas acabou cedendo aos olhos de sua amada, que brilhavam por acreditar que estava dando o presente dos presentes. No caminho de volta para casa, começou a ler no ônibus o tal presente. E não conseguia parar mais de ler. Foi tragado pela história em que o narrador demonstrava que uma simples atitude violenta pode moldar todo o caráter de uma pessoa. E, como antídoto ao mal, conta o narrador, deveria substituir toda forma de violência, repressão, ou agressividade por gestos e manifestações de carinho.
No dia seguinte, já fardado e patrulhando pela cidade, encontra um conhecido delinquente novamente rondando a vizinhança. Diversas vezes esse rapaz promoveu assaltos na região, e quase toda a companhia de polícia já o prendeu. Entretanto, nunca havia provas que o fizessem ficar na prisão, pois o resultado dos assaltos viravam drogas e essas eram imediatamente consumidas. O policial que estava com todo o livro de auto-ajuda fresquinho na memória, resolveu abordar o delinquente. Ao ver que toda a sua nova postura de abordagem deveria ser mudada por influência do livro, resolveu experimentar a "nova filosofia de vida".
Ao ver a viatura policial, o rapaz se jogou ao chão na esperança de que o policial não o tenha visto. Ao ver que a viatura parou e a sua porta se abrira, tratou de se livrar de todo e qualquer conteúdo que pudesse lhe complicar. O policial então exclamou: - Por favor, necessito revistar suas roupas, então coloque-se em posição para que o trabalho possa ser feito sem prejuízos ao seu caráter.
O rapaz olhou de um lado para outro rapidamente procurando alguma câmera para ver se não estava em uma daquelas "pegadinhas". Como não encontrou, desconsiderou o pedido do policial e simulou que estava dormindo. Novamente, o policial o adverte: - Caro cidadão, peço mais uma vez que levante-se e se coloque em posição para que meu serviço seja feito sem maiores prejuízos ao seu caráter.
Ao ver que não estava surtindo efeito nenhum a sua nova filosofia de vida, o policial então resolveu improvisar. Unir conhecimentos. Enfiou uma senhora botinada no "cóccix" do rapaz. Rapidamente o rapaz se levantou, colocou-se defronte à parede, pernas abertas e mãos atrás da nuca. E então, o policial concluiu: - realmente, um gesto de carinho faz toda a diferença!
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