Mais uma vez a solução dada foi castigar os mais humildes e privilegiar os mais abastados. A vergonhosa atuação de alguns supostos torcedores do Coritiba após o jogo contra o Fluminense, na última rodada do brasileirão acabou desconsiderando os milhares de torcedores que se comportaram e que não tiveram nada a ver com as trapalhadas da diretoria do alviverde paranaense.
Relembremos. O clube, que precisava de três pontos em quatro jogos para não ser rebaixado, fez uma campanha simplesmente medíocre: apenas dois pontos, e goleados duas vezes! Isso mexe com o mais pacato dos cidadãos. E, aquele que não tem lá muita estrutura psicológica, acabou invadindo o campo, atacando árbitros e logo após abringo guerra contra uam reduzida tropa de soldados da PM (que abriu fogo contra a torcida com balas de borracha de dentro do campo para o "paredão" do estádio). E a violência policial continuou após a saída do estádio, quando chegou um número compatível de policiais, não importando se as pessoas estavam com seus filhos pequenos, esposas ou mesmo de cadeira de rodas. Se estivesse vestido de verde, seria alvo de cacetetes, coices de cavalo, e muita pancadaria.
Se há um culpado, esse é o Coritiba F. C., ou melhor dizendo, sua diretoria. Foi ela que não reforçou o time de maneira eficaz e eficiente para o segundo turno do campeonato. Foi ela que promoveu a paixão dos torcedores baixando o ingresso para cinco reais na última partida. Foi ela que convocou um número de policiais e seguranças ínfimos para quarenta mil torcedores. Enfim, segundo o próprio estatuto do torcedor, o responsável por tudo que acontece no estádio é a diretoria do clube.
E o que aconteceu? Absolutamente nada com a diretoria. Ela foi, inclusive re-eleita. A torcida foi escolhida enquanto bode expiatório. E a organizada Império Alviverde foi escolhida como inimiga pública número 1 da sociedade coxa-branca e militar. As primeiras medidas contra a torcida foi: proibir organizadas e subir para R$ 50,00 o setor mais popular do estádio. A solução foi elitizar. Não queremos pobres no esporte do povo. Esse foi o recado nas entrelinhas de Jair Cirino, presidente re-eleito com esse discurso.
Todos nós sabemos que há nas organizadas pequenas milícias. Que ainda é status dentro delas o confronto com outras torcidas. Que há bandidos que se infliltram nas torcidas para fazerem de tudo o que for possível amparado na impunidade. Mas, sabemos também que a festa que fazem no estádio só é possível com elas. Lembro-me quando da proibição das organizadas em São Paulo. O resultado foi pior: o quebra-quebra fora dos estádios fez com que a violência (que sempre é medida em homicídios) disparasse em dia de jogos na capital paulista.
O clube foi punido com a perda de mando em casa por 30 jogos. Uma multa proporcional ao tamanho do clube. Essa foi a punição da justiça. Mas, que foi transferida justamente para aquele que sempre é convocado para salvar o clube em épocas de dificuldades: a torcida. O Coritiba poderia aprender com o Corinthians. Quando o Timão foi rebaixado, vimos uma das maiores campanhas publicitárias que já foi visto por um time de futebol. E o grande alvo? A torcida. Não era uma campanha de ânimo aos jogadores, mas uma chamada para que a torcida não a abandone. E, o resultado, um aumento de quase 30% de sua torcida. E a Fiel? Estava em todas.
Mesmo quando arranjava briga, o Corinthians fazia o certo: punia os delinquentes e não sua tão requisitada torcida. Coisa de encher os olhos! Completamente oposto ao que a diretoria do Coxa fez e está fazendo.
Torcedor Coxa-Branca, diga não a elitização do esporte do povo!
Ósculos e amplexos.
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