Alguém se lembra de "Cristiane F. ...13 anos, drogada, prostituída"? Fez um alvoroço danado quando foi lançado. Teve um destaque profundo principalmente nas escolas devido às zelosas professoras que buscavam a todo custo mostrar aos seus aluninhos que a contra-cultura, por tantos endeusada, possui contra-indicações. E a linguagem do cinema era ideal para essas zelosas professorinhas, pois presumiam que seus aluninhos tinham uma certa aversão à leitura. Pois é, o problema é que as melhores e mais interessantes partes da história ficam no livro.
Bruna Surfistinha tem um pouco disso. Baseado em "O Veneno do Escorpião", livro de Bruna Surfistinha/Raquel Pacheco que se tornou um senhor best seller. Afinal, tinha a receita certa: apesar de limitações sérias tanto na narrativa quanto nos aspectos literários, trata-se de alguém do submundo, do mundo paralelo da prostituição, conversando com os ditos normais do mundo real. E a sua mensagem era: o que lhes chocam, aqui é cotidiano. O mundo paralelo é mais real do que se imagina. E ao longo de histórias, por vezes cômicas e por vezes capazes de provocar ânsias de vômito. O livro provoca o imaginário ao mesmo tempo que apresenta, em variadas e descontroladas doses, o mundo de muitas mulheres.
Estamos falando, porém, de cinema. E, infelizmente, nada disso, ou talvez apenas um pouco disso, aparece no filme. A boa produção e os aspectos técnicos surpreendem. Certas limitações na interpretação de Secco, principalmente na parte pré-surfistinha, são corrigidas com inteligentes ângulos de câmera. E as partes em que Secco demonstra que de uma longa carreira televisa sai excelentes momentos interpretativos ganham um tratamento mais do que especial da composição de luzes, câmeras e fotografias. Mas, quem vai ao cinema querendo ver como "nasce" uma meretriz, decepciona-se. Quem vai para ver a empreendedora, decepciona-se. E quem vai para ver uma versão brasileira de Cristiane F. se arrepende da infeliz ideia.
Enumerando o que o filme tem de bom, na pole position se encontra a publicidade. Assim como o seu blog, Bruna Surfistinha se vende muito fácil. Segundo, temos uma produção de qualidade. Terceiro, temos as curvas e seios de Secco. E, lá no fim, em último lugar, a história.
Há sérios problemas em se dar tratamento de heroina a uma prostituta. E o filme carrega este drama o tempo todo. Faz de Bruna uma heroina, sem querer fazer isso. Aliás, o "morde e assopra" está presente ao longo de toda a narrativa. Ao mesmo tempo em que cuspir o que um cliente ejaculou foi pesado, foi leve demais a personagem ter apenas olheiras profundas quando estava internada no pó. Ao mesmo tempo em que o filme tenta apresentar um drama, não perde o jeitão de documentário auto-biográfico. E quando finalmente o corpo cobra a fatura e acontece uma overdose, ainda assim a personagem vende o clichê de vencedora da contra-cultura, que conseguiu tudo o que queria por esforços próprios. É ou não uma heroína?Bruna Surfistinha tem um pouco disso. Baseado em "O Veneno do Escorpião", livro de Bruna Surfistinha/Raquel Pacheco que se tornou um senhor best seller. Afinal, tinha a receita certa: apesar de limitações sérias tanto na narrativa quanto nos aspectos literários, trata-se de alguém do submundo, do mundo paralelo da prostituição, conversando com os ditos normais do mundo real. E a sua mensagem era: o que lhes chocam, aqui é cotidiano. O mundo paralelo é mais real do que se imagina. E ao longo de histórias, por vezes cômicas e por vezes capazes de provocar ânsias de vômito. O livro provoca o imaginário ao mesmo tempo que apresenta, em variadas e descontroladas doses, o mundo de muitas mulheres.
Estamos falando, porém, de cinema. E, infelizmente, nada disso, ou talvez apenas um pouco disso, aparece no filme. A boa produção e os aspectos técnicos surpreendem. Certas limitações na interpretação de Secco, principalmente na parte pré-surfistinha, são corrigidas com inteligentes ângulos de câmera. E as partes em que Secco demonstra que de uma longa carreira televisa sai excelentes momentos interpretativos ganham um tratamento mais do que especial da composição de luzes, câmeras e fotografias. Mas, quem vai ao cinema querendo ver como "nasce" uma meretriz, decepciona-se. Quem vai para ver a empreendedora, decepciona-se. E quem vai para ver uma versão brasileira de Cristiane F. se arrepende da infeliz ideia.
Enumerando o que o filme tem de bom, na pole position se encontra a publicidade. Assim como o seu blog, Bruna Surfistinha se vende muito fácil. Segundo, temos uma produção de qualidade. Terceiro, temos as curvas e seios de Secco. E, lá no fim, em último lugar, a história.
O filme opta por pegar o que há de mais fraco na biografia de Bruna Surfistinha. E peca em uma série de abreviações. Agrada para quem quer apenas se entreter, irrita cinéfilos. É um filme bonzinho, nada mais do que isso, porém muito, mas muito comentado.
Ósculos e amplexos!
2 comentários:
Afinal? quem é aquele cara q vive no pé dela....é o homem com quem ela é casada hoje? o fim do filme mostra q ela continua a fazer programas....
Olá, Anônimo...
Um pouco antes de subirem os créditos recebemos a informação de que ele é o marido dela e que ela não mais faz programa. No livro, é ele também, mas muito mais humano e real.
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