A velha e boa cozinha de Michael Genofre migrou para o Blogger! Sempre uma alquimia de coisas e mais coisas, com nexo ou não!
30 março 2011
Outdoor das entidades estudantis:
Alguém deu uma oportunidade a ele. E não foi a educação pública! Por 10% do PIB para a Educação, já!
28 março 2011
O discurso do Rei: redondo, mas um pouco irritante para a história
"O Discurso do Rei", 2010 (The King's Speech) [ING] Direção: Tom Hooper Elenco: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon. Duração: 118 min Gênero: Drama
O filme é de uma plasticidade inigualável. A câmera parece tratar cada um dos personagens de maneira diferente e para cada situação de maneira diferente. E assim vamos nos angustiando com a gagueira de um nobre que está à beira de uma guerra e cujo seu papel de apaziguar nações inteiras depende de sua eloquência. E não para por aí. O filme ainda possui grandes cenas, sem cortes, que dá a medida certa para casa momento dramático.
Ao mesmo tempo, vemos na tela algumas mudanças que incomodam. O desprezo do nobre aos plebeus, que no começo é evidente, ao decorrer do filme desaparece. E não é devido a amizade ou a qualquer outro motivo. Ela simplesmente desaparece. Em um momento importante, o tema é resgatado pelos membros do clero, e o representante maior da nobreza se irrita com tudo, menos com a classe social de seu "clínico". Temos um Churchill abobalhado, exagerado. E olha que exagerar o exagerado Churchill é uma tarefa dificílima. E o "paizão" não convence mesmo! E, por fim, o trauma da chegada de mais uma guerra mundial passa longe. O medo de cortar a espinha é sublimado. E o discurso do rei, auge do filme, não passa nada da expectativa da guerra. Ah! E a renúncia à coroa do irmão do rei passa batido tão rapidamente que dá a impressão de que uma boa parte da história não foi contada para se chegar logo "ao trono".
O filme é bom, redondo, na medida certa. Tem uma boa história e o cinéfilo sai da sala se sentindo melhor. Até mesmo acredita que a família real inglesa é boazinha, que tem importância central para o mundo anglófono. Mesmo diante de um rei nervosinho, pavio curto, e até mesmo antipático para com seus súditos (pois ó superstar carismático é o irmão dele), dá para gostar dele e torcer por sua volta por cima.
Ósculos e amplexos!
22 março 2011
"Sexo sem Compromisso, 2011": amizade com privilégios.
"Sexo Sem Compromisso", 2011 (No Strings Attached) [EUA] - 111 minutos Comédia / Romance Direção: Ivan Reitman Roteiro: Elizabeth Meriwether e Michael Samonek Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline, Cary Elwes, Greta Gerwig, Lake Bell, Olivia Thirby, Ludacris
O filme provavelmente passaria batido no Brasil se o próximo trabalho de sua protagonista, a linda e sensual Natalie Portman, não lhe rendesse o Oscar que lhe rendeu. E no oportunismo dos "homens espertos demais", "Sexo sem Compromisso, 2011" chega no Brasil em ordem inversa (foi feito antes de "Cisne Negro", mas chegou aqui depois). E nos revelou, infelizmente, mais uma comédia romântica com algumas, porém poucas, sacadas inteligentes.
Não deixa de ser um fato curioso que o tema provoque tanta euforia nos Estados Unidos. O que aqui no Brasil conhecemos como "Amizade Colorida" há tempos, lá provoca a imaginação puritana e a censura dos mais conservadores. Aqui talvez fertilizaria a imaginação dos mais novos, em processo de descoberta de suas primeiras paixões. Porém, o filme é inadequado para menores de 16 anos.
Em matéria de comédia romântica, gênero surrado e frequentemente ignorado pelos críticos, infelizmente o cinema atual decretou uma fórmula do qual quase todos do gênero seguem um mesmíssimo roteiro. Um ou uma pateta, uma situação de difícil solução, inconstância no tempo do filme, e final feliz - invariavelmente com a solução do conflito. "Sexo sem Compromisso" tem um Kutcher menos pateta do que o pateta usual do gênero, mas nem por isso menos pateta. Tem a parte Non Sense, que é protagonizada pelo sempre preciso Kevin Kline - que é o pai do protagonista, um "tiozão" que se envolve com a ex-namorada de Adam (Kutcher). Tem os amigos, tanto de Adam quanto de Emma (Portman), que rasgam bordões. E a grande sacada do "Mixtape Menstruation".
O filme arranca boas gargalhadas, além de encantar casais devido o clima romântico. Mas, infelizmente é mais um do mesmo: fraquinho, sem muitas inovações, altamente previsível e de "fácil digestão". Bom até mesmo para aqueles momentos de maiores solitudes (típicas de todo cinéfilo).
Ósculos e amplexos!
Não deixa de ser um fato curioso que o tema provoque tanta euforia nos Estados Unidos. O que aqui no Brasil conhecemos como "Amizade Colorida" há tempos, lá provoca a imaginação puritana e a censura dos mais conservadores. Aqui talvez fertilizaria a imaginação dos mais novos, em processo de descoberta de suas primeiras paixões. Porém, o filme é inadequado para menores de 16 anos.
Em matéria de comédia romântica, gênero surrado e frequentemente ignorado pelos críticos, infelizmente o cinema atual decretou uma fórmula do qual quase todos do gênero seguem um mesmíssimo roteiro. Um ou uma pateta, uma situação de difícil solução, inconstância no tempo do filme, e final feliz - invariavelmente com a solução do conflito. "Sexo sem Compromisso" tem um Kutcher menos pateta do que o pateta usual do gênero, mas nem por isso menos pateta. Tem a parte Non Sense, que é protagonizada pelo sempre preciso Kevin Kline - que é o pai do protagonista, um "tiozão" que se envolve com a ex-namorada de Adam (Kutcher). Tem os amigos, tanto de Adam quanto de Emma (Portman), que rasgam bordões. E a grande sacada do "Mixtape Menstruation".
O filme arranca boas gargalhadas, além de encantar casais devido o clima romântico. Mas, infelizmente é mais um do mesmo: fraquinho, sem muitas inovações, altamente previsível e de "fácil digestão". Bom até mesmo para aqueles momentos de maiores solitudes (típicas de todo cinéfilo).
Ósculos e amplexos!
18 março 2011
Passe Livre, 2011: pastelão moralista.
Que tal receber um "passe livre" de uma semana de sua esposa? Pois é, também fiquei me perguntando: "prá quê?". Com um enredo fraco como esse, que não desafia os pudores nem mesmo de um menino de oito anos de idade, a chance do filme ser bom é nula. E como são ainda mais bobos os motivos: os maridos observam outras mulheres e grosseiramente dão bandeira, deixando as suas paranoicas.
A verborragia típica do mundo masculino é maltratada. Ela tem alguma graça somente quando os rapazes estão bêbados - e tão somente entre eles. No cinema, é chato, é cansativo, é bobo. As comédias de situação são previsíveis por demais. E os diretores não economizaram em apelar para a escatologia para arrancar algumas risadas - ou asco, como o nu frontal na cena da sauna que é de um mau gosto horripilante, além de preconceituosa ou quando se explora o sofrimento daquela que deseja parar de fumar e tem a mais grosseira de todas as cenas escatológicas que já vi no cinema.
O tom preconceituoso, o enredo moralista leva para um final sem graça, com a velha "moral da história". E o cinéfilo volta para casa com aquela sensação de tempo (e dinheiro) perdido.
Ósculos e amplexos!
A verborragia típica do mundo masculino é maltratada. Ela tem alguma graça somente quando os rapazes estão bêbados - e tão somente entre eles. No cinema, é chato, é cansativo, é bobo. As comédias de situação são previsíveis por demais. E os diretores não economizaram em apelar para a escatologia para arrancar algumas risadas - ou asco, como o nu frontal na cena da sauna que é de um mau gosto horripilante, além de preconceituosa ou quando se explora o sofrimento daquela que deseja parar de fumar e tem a mais grosseira de todas as cenas escatológicas que já vi no cinema.
O tom preconceituoso, o enredo moralista leva para um final sem graça, com a velha "moral da história". E o cinéfilo volta para casa com aquela sensação de tempo (e dinheiro) perdido.
Ósculos e amplexos!
Rango, 2011: uma homenagem de qualidade ao western.
- Atenção: contém spoilers -
Brincadeiras com atributos antropomorfos de certos animais já viraram rotina para muita coisa. No cinema, então, já estamos acostumados com um urso comilão, com gatos preguiçosos, e burros nada espertos. E que tal um camaleão com problema de identidade? E assim está composta a psiquê de um bom personagem.
O heroi surge na tela de maneira patética: dentro de um aquário onde interpreta um ator - outro trocadilho ótimo para um camaleão. Contracena com uma boneca, ou melhor, com o tronco e um braço de uma boneca, um "peixe de corda", um inseto morto, e com o cenário. A vida quadrada, outro trocadilho, tem a cara de Rango. As comparações, os trocadilhos, serão uma constante em todo o filme. E da patética vidinha em aquário, veremos um personagem crescer junto com a história. Como um excelente filme de "faroeste" deve ser.
Do "teatro" para as telas, a homenagem ao estilo "bang-bang" vai crescendo em Rango. Após o acidente, nos vemos em meio ao cenário de Win Wenders de "Paris, Texas, 1984" - que em minha opinião, definiria como o faoreste retornaria em tempos mais atuais.E assim, outra constante: a graça e o bom gosto vai sendo demonstrado a cada segundo enquanto o filme passa pelos cenários e situações comuns ao gênero western.
Não dá para falar da homenagem sem falar de suas referências. Do xerife "quase" honrado, da frágil dama que tem que ser durona em busca de justiça, pistoleiros de rápido gatilho, o índio rastreador (aliás, senti-me em meio à diligência que perseguiu Butch Cassidy e Sundance Kid), o "saloon", saqueadores, o impacto da chegada do forasteiro como em "Por um Punhado de Dólares, 1964" e o bigodinho de Lee Van Cleef em uma temerosa serpente mojave de arrepiar.
A homenagem não possui referências apenas do gênero. Ele brinca, por exemplo, com Jerry Lewis, reproduzindo a cena do encontro de Lewis com George Raft em "O Terror das Mulheres, 1969" quando, apavorado, vai se complicando a cada nova tentativa de limpar o rosto do bandido. Também com "Senhor dos Anéis" e "Star Wars" - que para muitos são "westerns" medieval e espacial, respectivamente. Aliás, chega a ser um marco a batalha à "Star Wars" com A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, tocada por banjos. Aliás, falando em trilha sonora, as corujinhas fazem uma homenagem à altura de Morricone e Tiomkim que os deixariam orgulhosos.
A dramaticidade, o crescente, as quebras repentinas de continuidade, os exageros, enfim cada coisa desprende um aroma de puro western. Mas, assim como Western não é filme apenas para "vovô", a animação não é filme apenas para os netinhos. Olhar para o filme de com um ou outro preconceito será sinônimo de decepção, com toda a certeza.
Até mesmo os pontos negativos do filme são típicos de um bom "faroeste": custa entrar na história, a ação demora para aconter, enredo irritantemente simples e dependente das expressões dos personagens. Além disso, é uma brincadeira de metalinguagem cinematográfica. Ou seja, para iniciados ao gênero. Sem isso, o filme se torna entediante, pois não tem nem piadinha fácil - daquelas que sacrificam o roteiro em busca da graça que não tem.
Ósculos e amplexos!
PS* Uma curiosidade: cada resenha ou crítica que vejo sobre o filme, noto uma criatividade dos críticos quanto ao porquê do nome "Rango". Misturam "Django", "Jivago", e tantos outros nomes de forma bastante criativa mesmo! O mais interessante é que o próprio filme dá uma pista: em uma garrafa, nosso cameleão cobre parte da palavra DURANGO ... e voilá: tem-se (Du) Rango (Kid).
Brincadeiras com atributos antropomorfos de certos animais já viraram rotina para muita coisa. No cinema, então, já estamos acostumados com um urso comilão, com gatos preguiçosos, e burros nada espertos. E que tal um camaleão com problema de identidade? E assim está composta a psiquê de um bom personagem.
O heroi surge na tela de maneira patética: dentro de um aquário onde interpreta um ator - outro trocadilho ótimo para um camaleão. Contracena com uma boneca, ou melhor, com o tronco e um braço de uma boneca, um "peixe de corda", um inseto morto, e com o cenário. A vida quadrada, outro trocadilho, tem a cara de Rango. As comparações, os trocadilhos, serão uma constante em todo o filme. E da patética vidinha em aquário, veremos um personagem crescer junto com a história. Como um excelente filme de "faroeste" deve ser.
Do "teatro" para as telas, a homenagem ao estilo "bang-bang" vai crescendo em Rango. Após o acidente, nos vemos em meio ao cenário de Win Wenders de "Paris, Texas, 1984" - que em minha opinião, definiria como o faoreste retornaria em tempos mais atuais.E assim, outra constante: a graça e o bom gosto vai sendo demonstrado a cada segundo enquanto o filme passa pelos cenários e situações comuns ao gênero western.
Não dá para falar da homenagem sem falar de suas referências. Do xerife "quase" honrado, da frágil dama que tem que ser durona em busca de justiça, pistoleiros de rápido gatilho, o índio rastreador (aliás, senti-me em meio à diligência que perseguiu Butch Cassidy e Sundance Kid), o "saloon", saqueadores, o impacto da chegada do forasteiro como em "Por um Punhado de Dólares, 1964" e o bigodinho de Lee Van Cleef em uma temerosa serpente mojave de arrepiar.
A homenagem não possui referências apenas do gênero. Ele brinca, por exemplo, com Jerry Lewis, reproduzindo a cena do encontro de Lewis com George Raft em "O Terror das Mulheres, 1969" quando, apavorado, vai se complicando a cada nova tentativa de limpar o rosto do bandido. Também com "Senhor dos Anéis" e "Star Wars" - que para muitos são "westerns" medieval e espacial, respectivamente. Aliás, chega a ser um marco a batalha à "Star Wars" com A Cavalgada das Valquírias, de Wagner, tocada por banjos. Aliás, falando em trilha sonora, as corujinhas fazem uma homenagem à altura de Morricone e Tiomkim que os deixariam orgulhosos.
A dramaticidade, o crescente, as quebras repentinas de continuidade, os exageros, enfim cada coisa desprende um aroma de puro western. Mas, assim como Western não é filme apenas para "vovô", a animação não é filme apenas para os netinhos. Olhar para o filme de com um ou outro preconceito será sinônimo de decepção, com toda a certeza.
Até mesmo os pontos negativos do filme são típicos de um bom "faroeste": custa entrar na história, a ação demora para aconter, enredo irritantemente simples e dependente das expressões dos personagens. Além disso, é uma brincadeira de metalinguagem cinematográfica. Ou seja, para iniciados ao gênero. Sem isso, o filme se torna entediante, pois não tem nem piadinha fácil - daquelas que sacrificam o roteiro em busca da graça que não tem.
Ósculos e amplexos!
PS* Uma curiosidade: cada resenha ou crítica que vejo sobre o filme, noto uma criatividade dos críticos quanto ao porquê do nome "Rango". Misturam "Django", "Jivago", e tantos outros nomes de forma bastante criativa mesmo! O mais interessante é que o próprio filme dá uma pista: em uma garrafa, nosso cameleão cobre parte da palavra DURANGO ... e voilá: tem-se (Du) Rango (Kid).
17 março 2011
Biutiful, 2010: a morte é linda!
Pensem em uma abordagem sobre a miséria de uma vida feita de maneira monótona mesmo diante de uma que possuía tudo para ser das mais agitadas. Misture com uma visita a uma Barcelona feia, suja, sem nenhum glamour: a Barcelona dos trabalhadores ilegais, das prostitutas, da malandragem. Pensem em um personagem no qual o espectador irá alimentar simultaneamente repulsa e dó por ele. Pensem em um filme do qual não dá trégua nenhum segundo sequer. Isto é Biutiful.
Gostar ou não do filme realmente não importa, ele é bom e pronto. O problema é que retratar a vida (ou a morte) tão de perto não é coisa que queremos ver no cinema. Ainda mais que estamos acostumados com a vidinha besta dos personagens hollywoodianos. Quando nos deparamos com alguém que urina sangue, vamos sentindo dores junto. E isto é o que fez tantos críticos e cinéfilos torcerem o nariz para este filme. Mas, para quem assistiu 21 gramas e Babel não esperaria outra coisa do diretor Iñarritu senão algo intenso, um capítulo de um imenso tratado sobre a morte e a miséria da vida.
Não há interrupção na obscuridade que o filme se propõe relatar. E o roteiro é solto como a vida. O drama é construído no tempo em que as coisas acontecem: desgraças em doses diárias e pequenas, que vão agudizando a dor do protagonista ou do que está vivo. Não se sabe quem é mais desgraçado. E ao fim, saímos do cinema sem saber se foi uma sessão sobre amores, morte, endermidades ou miséria. Tudo gira ao redor de Bardem, que mesmo sem maiores expressões, está pra lá de convincente. Mas os coadjuvantes estão equilibradíssimos (em seus desequilíbrios). Com destaque para as crianças.
Na medida em que vemos a vida de Uxbal (Bardem) se esvaindo, vamos vendo como a morte pode ser linda, ou Biutiful.
Ósculos e amplexos!
16 março 2011
Besouro Verde: ruim como a série.
Antes de analisar o filme, um momento de reflexão histórica. . .
"Batman, 1989" e "Batman: o cavaleiro das trevas, 2009" são exceções maravilhosas no histórico de adaptações de super-herois para o cinema. Em geral, os filmes costumam ser ora bobos, ora simplesmente horríveis de assistir. O próprio Batman padeceu desse mal nos filmes seguintes, piorando cada vez mais e mais.
Uma boa explicação é a de que a história do heroi às vezes é mais importante do que vê-lo em ação. Para os fiéis fãs de Histórias em Quadrinhos, o enredo é vital - somente a pancadaria deixa a história chata e imediatamente irrelevante. Ao mesmo tempo, na hora em que a pancadaria é inevitável, história boa é aquela em que dá para sentir medo do vilão e impressionar-se com a fúria do mocinho. E, se este frágil equilíbrio é de uma dificuldade imensa para HQs, para o cinema então é para grandes mestres.
Os citados filmes do Batman acima são produções que agradaram tanto cinéfilos quanto fãs de HQs. Possui o equilíbrio perfeito. Uma história convincente. Um enredo de qualidade. Um vilão de dar medo. E uma pancadaria de primeira categoria quando se faz necessário. E até mesmo algumas polêmicas, como a morte do Curinga no filme de 1989, contribuíram para fazer deles um marco para o estilo "super-herois" no cinema.
Se você está se perguntando qual o motivo de eu tanto falar em Batman e necas do Besouro Verde, a explicação vem agora.
Besouro Verde pertence ao imaginário dos mais antigos devido às aparições da dupla Besouro e Kato em outra série, também de uma dupla: Batman e Robin. Na época, década de 1960, a FOX resgatou um antigo sucesso do rádio para concorrer com Batman, mas que foi um fracasso de audiência. Ainda assim, devido a febre que foi a série de Batman e Robin, o primeiro ano de Besouro Verde teve 26 episódios, todos um fracasso e tanto. Insistente, a FOX começou a fazer "crossovers" de Besouro Verde em episódios de Batman. Mas, nem isso salvou o fracassado heroi.
E a comparação não pode parar por aí. Britt Reid é rico, mas talvez não tanto quanto Bruce Wayne. Possui um parceiro bom de briga, mas nem tão parceiro quanto Robin. Tinha o Beleza Negra, que era um carro muito legal, mas nem tão legal quanto o Bat-móvel. E seu filme anos depois não poderia ter outro resultado: não é tão legal quanto os do Batman.
Para os mais novos então a coisa é pior. Há um certo carinho pelo personagem graças a um outro filme: "Dragão: a história de Bruce Lee, 1993". Neste filme, há uma inverdade, há uma "mentirinha" que acabam vendendo no filme: a de que Besouro Verde foi um sucesso nos Estados Unidos antes da série se chamar Kato em Hong Kong.
Enfim, o filme Besouro Verde, 2010, tinha tudo para ser ruim e nisto não decepciona. É ruim mesmo. Britt Reid (Seth Rogen) é interpretado por um ator que somente foi convincente em sua carreira fazendo personagem de "eterno chapado". Outra dificuldade imensa é a superação do mito Bruce Lee. E não dá outra: o filme não consegue e Kato (Jay Chou) é um bobalhão bom de briga. E o filme comete outras sacanagens. Ele mata Mike Axford, personagem que distorcia as histórias do Besouro Verde, fazendo do heroi um bandido nos jornais para colocar a linda e, para o filme, desnecessária Cameron Diaz (o nome da personagem é o de menos, pois colocaram Diaz no filme para "valer" o ingresso). Isso sem falar no bandido, que não dá medo em ninguém e o próprio filme tira onda dele. Ah! E os efeitos 3D são desnecessários, não contribuindo em absolutamente nada o filme inteiro.
Ósculos e amplexos!
"Batman, 1989" e "Batman: o cavaleiro das trevas, 2009" são exceções maravilhosas no histórico de adaptações de super-herois para o cinema. Em geral, os filmes costumam ser ora bobos, ora simplesmente horríveis de assistir. O próprio Batman padeceu desse mal nos filmes seguintes, piorando cada vez mais e mais.
Uma boa explicação é a de que a história do heroi às vezes é mais importante do que vê-lo em ação. Para os fiéis fãs de Histórias em Quadrinhos, o enredo é vital - somente a pancadaria deixa a história chata e imediatamente irrelevante. Ao mesmo tempo, na hora em que a pancadaria é inevitável, história boa é aquela em que dá para sentir medo do vilão e impressionar-se com a fúria do mocinho. E, se este frágil equilíbrio é de uma dificuldade imensa para HQs, para o cinema então é para grandes mestres.
Os citados filmes do Batman acima são produções que agradaram tanto cinéfilos quanto fãs de HQs. Possui o equilíbrio perfeito. Uma história convincente. Um enredo de qualidade. Um vilão de dar medo. E uma pancadaria de primeira categoria quando se faz necessário. E até mesmo algumas polêmicas, como a morte do Curinga no filme de 1989, contribuíram para fazer deles um marco para o estilo "super-herois" no cinema.
Se você está se perguntando qual o motivo de eu tanto falar em Batman e necas do Besouro Verde, a explicação vem agora.
Besouro Verde pertence ao imaginário dos mais antigos devido às aparições da dupla Besouro e Kato em outra série, também de uma dupla: Batman e Robin. Na época, década de 1960, a FOX resgatou um antigo sucesso do rádio para concorrer com Batman, mas que foi um fracasso de audiência. Ainda assim, devido a febre que foi a série de Batman e Robin, o primeiro ano de Besouro Verde teve 26 episódios, todos um fracasso e tanto. Insistente, a FOX começou a fazer "crossovers" de Besouro Verde em episódios de Batman. Mas, nem isso salvou o fracassado heroi.
E a comparação não pode parar por aí. Britt Reid é rico, mas talvez não tanto quanto Bruce Wayne. Possui um parceiro bom de briga, mas nem tão parceiro quanto Robin. Tinha o Beleza Negra, que era um carro muito legal, mas nem tão legal quanto o Bat-móvel. E seu filme anos depois não poderia ter outro resultado: não é tão legal quanto os do Batman.
Para os mais novos então a coisa é pior. Há um certo carinho pelo personagem graças a um outro filme: "Dragão: a história de Bruce Lee, 1993". Neste filme, há uma inverdade, há uma "mentirinha" que acabam vendendo no filme: a de que Besouro Verde foi um sucesso nos Estados Unidos antes da série se chamar Kato em Hong Kong.
Enfim, o filme Besouro Verde, 2010, tinha tudo para ser ruim e nisto não decepciona. É ruim mesmo. Britt Reid (Seth Rogen) é interpretado por um ator que somente foi convincente em sua carreira fazendo personagem de "eterno chapado". Outra dificuldade imensa é a superação do mito Bruce Lee. E não dá outra: o filme não consegue e Kato (Jay Chou) é um bobalhão bom de briga. E o filme comete outras sacanagens. Ele mata Mike Axford, personagem que distorcia as histórias do Besouro Verde, fazendo do heroi um bandido nos jornais para colocar a linda e, para o filme, desnecessária Cameron Diaz (o nome da personagem é o de menos, pois colocaram Diaz no filme para "valer" o ingresso). Isso sem falar no bandido, que não dá medo em ninguém e o próprio filme tira onda dele. Ah! E os efeitos 3D são desnecessários, não contribuindo em absolutamente nada o filme inteiro.
Ósculos e amplexos!
Vamos falar de cinema: salas de Curitiba [2]
[continuando]
CINE AGUA VERDE: é um resistente no que diz respeito ao antigo conceito de cinema e justamente por isso é bastante obsoleto. A tela é pequena, o som não é dos melhores, e as poltronas são muito desconfortáveis. Apesar de ser uma sala de cinema em um shopping, ele é antigo e não soube muito bem se adaptar às mudanças. Também não é nenhum diferencial quanto ao que exibe, insistindo em passar blockbusters que estão em cartaz em todos os shoppings. E seu ingresso é caro diante de tantos pontos negativos.
CINEPLUS JARDIM DAS AMÉRICAS: O shopping parece ter sido feito para atender exclusivamente estudante universitario e da UFPR. Ao lado da cidade universitária, seu acesso é um bocado confuso, mas o cinema é suficiente para atender seu público. Salas que dificilmente lotam, mas que também dificilmente está vazia. Bastante juventude, mas que sabe se comportar. Limpeza razoável. Funcionários, explorados "até o talo" em numero suficiente. Um preço de ingresso bastante atraente e filmes que recentemente saíram de cartaz completam o quadro de um cinema excelente para dar uma relaxada depois de uma maratona de estudos. Como geralmente estudante está na pindaíba, tem pouco barulhinho irritante de pipoca.
CINESYSTEM CIDADE: Perca o preconceito de classe no Shopping Cidade. O shopping atende a população do Boqueirão, bairro que de tão populoso parece uma cidade. E a sua maioria esmagadora de clientes é a de trabalhadores e filhos de trabalhadores de classes média e média-baixa. O cinema é da rede Cinesytem, pioneira no conceito de salas de cinema em shopping. E como toda pioneiria tem cheiro de rústico, o cinema tem um pouco disso também. Mas é badalado como o Müeller, mas com uma juventude bem mais educada e não se vê muita sujeira. Peca, porém, por insistir nos blockbusters e peca ainda mais por ter um dos mais baratos sacos de pipoca da cidade.
CINESYSTEM CURITIBA: Outro cinema bastante obsoleto. Por ser um dos primeiros, mesmo após as reformas, tem tela pequena e bancos muito desconfortáveis. O ângulo de visão para a tela é péssima. E as salas costumam lotar em quase todas as sessões nos dias mais agitados. O preço do ingresso é camarada, mas há uma certa cara feia quando se apresenta carteirinha de estudante. O cinema é bastante sujinho, devido a visível insuficiência de funcionários (que também são explorados até o talo). O corredor de acesso para as salas são clautrofóbicas.
IMAX THEATRE: Chega a ser um absurdo o tamanho de sua tela. Eu, que sou daqueles que gosta de assistir a sessão bem pertinho da telona, no IMAX me rendi a sentar-me mais ao fundo. É grande mesmo! E justamente nisto é que está seu maior problema. Se um personagem senta-se em uma cadeira e dialoga com outro sentado do outro lado de uma mesa, você é obrigado a olhar para um de cada vez e virando a cabeça como se assistisse a uma partida de tênis. A acústica é de assustar e somado com um poderoso sistema de som, as cadeiras tremem a cada explosão e também a cada sussurro da mocinha da história. Mas, como são desconfortáveis! Devido a todo este exagero todo, o óculos 3D não vence e você assiste quase o filme inteiro com distorções irritantes. Ao mesmo tempo, porém, a profundidade do pouco que o óculos consegue captar é abismal. Cinema exagerado, pede filmes exagerados. E como quase sempre o exagero não é bom, seria um exagero de minha parte continuar a opiniar sobre esta sala.
UCI ESTAÇÃO: Depois da reforma, a entrada se tornou mais aconchegante, exceto pela bombonière (que de bom, só a maldita pipoca - docinhos velhos, refrigerantes "descalibrados", e tudo muito caro). Tem assento demarcado, o que faz com que a fila demore ainda mais para andar ao mesmo tempo em que dá garantias de que você não terá que se sentar na escadaria nos dias de maior movimento. Tem um público barulhento e por vezes mal educado. Muito burburinho, muita pipoca, e muita gente. Dentro do cinema, é uma sala da UCI como todas as outras. Suficiente e principal concorrente da Cinemark.
UCI PALLADIUM, CINESYSTEM TOTAL, e CINEPLUS XAXIM: ainda não tive a oportunidade de conhecê-los.
CINEPLUS JARDIM DAS AMÉRICAS: O shopping parece ter sido feito para atender exclusivamente estudante universitario e da UFPR. Ao lado da cidade universitária, seu acesso é um bocado confuso, mas o cinema é suficiente para atender seu público. Salas que dificilmente lotam, mas que também dificilmente está vazia. Bastante juventude, mas que sabe se comportar. Limpeza razoável. Funcionários, explorados "até o talo" em numero suficiente. Um preço de ingresso bastante atraente e filmes que recentemente saíram de cartaz completam o quadro de um cinema excelente para dar uma relaxada depois de uma maratona de estudos. Como geralmente estudante está na pindaíba, tem pouco barulhinho irritante de pipoca.
CINESYSTEM CIDADE: Perca o preconceito de classe no Shopping Cidade. O shopping atende a população do Boqueirão, bairro que de tão populoso parece uma cidade. E a sua maioria esmagadora de clientes é a de trabalhadores e filhos de trabalhadores de classes média e média-baixa. O cinema é da rede Cinesytem, pioneira no conceito de salas de cinema em shopping. E como toda pioneiria tem cheiro de rústico, o cinema tem um pouco disso também. Mas é badalado como o Müeller, mas com uma juventude bem mais educada e não se vê muita sujeira. Peca, porém, por insistir nos blockbusters e peca ainda mais por ter um dos mais baratos sacos de pipoca da cidade.
CINESYSTEM CURITIBA: Outro cinema bastante obsoleto. Por ser um dos primeiros, mesmo após as reformas, tem tela pequena e bancos muito desconfortáveis. O ângulo de visão para a tela é péssima. E as salas costumam lotar em quase todas as sessões nos dias mais agitados. O preço do ingresso é camarada, mas há uma certa cara feia quando se apresenta carteirinha de estudante. O cinema é bastante sujinho, devido a visível insuficiência de funcionários (que também são explorados até o talo). O corredor de acesso para as salas são clautrofóbicas.
IMAX THEATRE: Chega a ser um absurdo o tamanho de sua tela. Eu, que sou daqueles que gosta de assistir a sessão bem pertinho da telona, no IMAX me rendi a sentar-me mais ao fundo. É grande mesmo! E justamente nisto é que está seu maior problema. Se um personagem senta-se em uma cadeira e dialoga com outro sentado do outro lado de uma mesa, você é obrigado a olhar para um de cada vez e virando a cabeça como se assistisse a uma partida de tênis. A acústica é de assustar e somado com um poderoso sistema de som, as cadeiras tremem a cada explosão e também a cada sussurro da mocinha da história. Mas, como são desconfortáveis! Devido a todo este exagero todo, o óculos 3D não vence e você assiste quase o filme inteiro com distorções irritantes. Ao mesmo tempo, porém, a profundidade do pouco que o óculos consegue captar é abismal. Cinema exagerado, pede filmes exagerados. E como quase sempre o exagero não é bom, seria um exagero de minha parte continuar a opiniar sobre esta sala.
UCI ESTAÇÃO: Depois da reforma, a entrada se tornou mais aconchegante, exceto pela bombonière (que de bom, só a maldita pipoca - docinhos velhos, refrigerantes "descalibrados", e tudo muito caro). Tem assento demarcado, o que faz com que a fila demore ainda mais para andar ao mesmo tempo em que dá garantias de que você não terá que se sentar na escadaria nos dias de maior movimento. Tem um público barulhento e por vezes mal educado. Muito burburinho, muita pipoca, e muita gente. Dentro do cinema, é uma sala da UCI como todas as outras. Suficiente e principal concorrente da Cinemark.
UCI PALLADIUM, CINESYSTEM TOTAL, e CINEPLUS XAXIM: ainda não tive a oportunidade de conhecê-los.
Vamos falar de cinema: salas de Curitiba [1]
Não há como passar em frente e não lastimar que alí havia um cinema. No gigante Cine São João assisti meu primeiro filme (A História sem Fim, 1984) e que desde então só tenho alimentado essa paixão pelo cinema. Hoje, o antigo gigante é uma minúscula portinha de um cineminha pixulé e que só passa filme pornô - e que me recuso a entrar, apesar da curiosidade em saber se lá dentro as coisas também sofreram maiores intervenções. O mesmo rumo teve os cines Lido1 e Lido2, onde passavam os blockbusters que marcaram a geração "coca-cola" dos anos 90. Quando não se entregaram para a exibição de pornografias, os cinemas curitibanos se transformaram em igrejas. Até mesmo os "cabeças", da Fundação Cultural de Curitiba, como o cine Luz e o Ritz hoje são passado.
Meu pai muito me falava da Cinelândia Curitibana, que conheci na década de 1980 já em decadência. Era composta pelos "cines" São João, Astor (que naufragou junto com o Titanic, 1997), Condor, Lido(s), Plaza, Bristol, e Avenida. Ao longo da década de 1990 o glamour das salas de cinema foi se perdendo de vez: aos poucos iam se transformando em bingos. E com a chegada do Shopping Curitiba, veio a modernidade: as salas de cinema em Shopping.
Na verdade, as salas de cinema em shopping não foi bem assim uma novidade, pois no Shopping Itália havia o cine Itália e o Palace Itália (que ficava na cobertura do arranha-céu do CCI, e que passavam os melhores filmes de terror e à meia-noite), e no Shopping Água Verde até hoje sobrevivem os cines Água Verde (1 e 2). Mas o conceito de sala de cinema que virou coqueluche no Brasil veio com o Shopping Curitiba e logo após com o Crystal e o atual Estação. Depois disso, nunca mais o cinema curitibano foi o mesmo.
Perdemos muito em glamour, ganhamos em qualidade e rotatividade de filmes. Perdemos o ritual que se era necessário para assistir a um filme, ganhamos em segurança (somos assaltados agora pelo preço dos ingressos, mas não mais por punguistas na fila). Entre ônus e bônus, segue abaixo minha avaliação das salas de cinema de Curitiba.
CINEMARK MÜELLER: apesar desse shopping ter perdido seu título de mais luxuoso de Curitiba, continua sendo o principal shopping da juventude curitibana. Talvez somente o Estação consegue reunir tamanha juventude. E isso faz com que você assista em uma sala da rede Cinemark (que é idêntica em qualquer lugar) com um montão de joves sempre. E, talvez pela agitação da idade e da necessidade de auto-afirmação de alguns mais empolgados, paz e tranquilidade é coisa impossível. Tem também uma limpeza que deixa bastante a desejar, assim como o atendimento - fruto de um visível número insuficiente de funcionários explorados "até o talo".
CINEMARK BARIGÜI: como todo Cinemark, é idêntico ao do Müeller inclusive na visível insuficiência de funcionários. Porém, por ser no atual shopping mais luxuoso da cidade, tem-se um público bastante complicado e com "tipinhos" cansativos de se aturar. Explico: não houve uma vez sequer que eu fui lá e não vi alguém dando escândalo na fila do ingresso por algum motivo bobo sequer. Não houve uma vez sequer que eu fui lá e não vi pelo menos uma vez alguém em um poderoso telefone no meio da sessão. E tive que me render ao barulho enlouquecedor da pipoca, pois o pessoal lá come pipoca como se não houvesse o amanhã. Por outro lado, a rotatividade de filmes lá é interessante, e muito do que já saiu de cartaz ainda resiste por lá.
Unibanco Crystal: não é o mais luxuoso, mas é o shopping mais requintado no que diz respeito ao seu público. É o shopping da semana de moda de Curitiba e está localizado em um dos bairros mais charmosos de Curitiba. Seu cinema tem um público mais "cabeça" e sua estrutura é suficiente para os mais cinéfilos. Mas, por ser antigo, peca na estrutura em diversos pontos. A tela não é das maiores e os bancos são um pouco desconfortáveis, ambos comparados, por exemplo, ao cinemark (que possui a melhor relação Tela e Poltrona das salas de cinema). Seu ingresso possui um precinho justo e o número de funcionários, também explorados "até o talo" pelo menos é suficiente.
Shopping Novo Batel - Creio que está para nascer shopping mais charmoso que o NovoBatel. Ao lado do Crystal, possui porém um público consideravelmente diferente: a ausência de público. Você se sente um pouco solitário lá dentro. E a depressão se aprofunda na medida em que vai descendo as escadas rumo a bilheteria. E termina por ser enterrado em uma sala com estrutura fraquinha e bastante insuficiente até mesmo para os poucos exigentes. O lado bom é que o irritante barulhinho da pipoca inexiste.
[continua]
Meu pai muito me falava da Cinelândia Curitibana, que conheci na década de 1980 já em decadência. Era composta pelos "cines" São João, Astor (que naufragou junto com o Titanic, 1997), Condor, Lido(s), Plaza, Bristol, e Avenida. Ao longo da década de 1990 o glamour das salas de cinema foi se perdendo de vez: aos poucos iam se transformando em bingos. E com a chegada do Shopping Curitiba, veio a modernidade: as salas de cinema em Shopping.
Na verdade, as salas de cinema em shopping não foi bem assim uma novidade, pois no Shopping Itália havia o cine Itália e o Palace Itália (que ficava na cobertura do arranha-céu do CCI, e que passavam os melhores filmes de terror e à meia-noite), e no Shopping Água Verde até hoje sobrevivem os cines Água Verde (1 e 2). Mas o conceito de sala de cinema que virou coqueluche no Brasil veio com o Shopping Curitiba e logo após com o Crystal e o atual Estação. Depois disso, nunca mais o cinema curitibano foi o mesmo.
Perdemos muito em glamour, ganhamos em qualidade e rotatividade de filmes. Perdemos o ritual que se era necessário para assistir a um filme, ganhamos em segurança (somos assaltados agora pelo preço dos ingressos, mas não mais por punguistas na fila). Entre ônus e bônus, segue abaixo minha avaliação das salas de cinema de Curitiba.
CINEMARK MÜELLER: apesar desse shopping ter perdido seu título de mais luxuoso de Curitiba, continua sendo o principal shopping da juventude curitibana. Talvez somente o Estação consegue reunir tamanha juventude. E isso faz com que você assista em uma sala da rede Cinemark (que é idêntica em qualquer lugar) com um montão de joves sempre. E, talvez pela agitação da idade e da necessidade de auto-afirmação de alguns mais empolgados, paz e tranquilidade é coisa impossível. Tem também uma limpeza que deixa bastante a desejar, assim como o atendimento - fruto de um visível número insuficiente de funcionários explorados "até o talo".
CINEMARK BARIGÜI: como todo Cinemark, é idêntico ao do Müeller inclusive na visível insuficiência de funcionários. Porém, por ser no atual shopping mais luxuoso da cidade, tem-se um público bastante complicado e com "tipinhos" cansativos de se aturar. Explico: não houve uma vez sequer que eu fui lá e não vi alguém dando escândalo na fila do ingresso por algum motivo bobo sequer. Não houve uma vez sequer que eu fui lá e não vi pelo menos uma vez alguém em um poderoso telefone no meio da sessão. E tive que me render ao barulho enlouquecedor da pipoca, pois o pessoal lá come pipoca como se não houvesse o amanhã. Por outro lado, a rotatividade de filmes lá é interessante, e muito do que já saiu de cartaz ainda resiste por lá.
Unibanco Crystal: não é o mais luxuoso, mas é o shopping mais requintado no que diz respeito ao seu público. É o shopping da semana de moda de Curitiba e está localizado em um dos bairros mais charmosos de Curitiba. Seu cinema tem um público mais "cabeça" e sua estrutura é suficiente para os mais cinéfilos. Mas, por ser antigo, peca na estrutura em diversos pontos. A tela não é das maiores e os bancos são um pouco desconfortáveis, ambos comparados, por exemplo, ao cinemark (que possui a melhor relação Tela e Poltrona das salas de cinema). Seu ingresso possui um precinho justo e o número de funcionários, também explorados "até o talo" pelo menos é suficiente.
Shopping Novo Batel - Creio que está para nascer shopping mais charmoso que o NovoBatel. Ao lado do Crystal, possui porém um público consideravelmente diferente: a ausência de público. Você se sente um pouco solitário lá dentro. E a depressão se aprofunda na medida em que vai descendo as escadas rumo a bilheteria. E termina por ser enterrado em uma sala com estrutura fraquinha e bastante insuficiente até mesmo para os poucos exigentes. O lado bom é que o irritante barulhinho da pipoca inexiste.
[continua]
14 março 2011
Partido e Juventude (acerca dos itens 16 e 21 do Documento-Base) - Michael Genofre*
Segundo texto, publicado na tribuna de debates do PCdoB-PR, acerca da entidade de massas que contribuí ao longo de quase duas décadas de minha vida.
A crise que fez o PCdoB do Paraná caminhar por tantos caminhos equivocados formaram gerações de militantes, no mínimo, sacrificadas e sem grandes perspectivas sobre seu futuro. A ausência de uma direção em questões importantes fez dela irresponsável para com um grande número de jovens que, por muitas vezes, sacrificaram saúde, família, vida profissional, vida acadêmica e tantas outras coisas em nome de um projeto que, cada vez mais, revelava-se inexistente. Sua entidade de juventude, criada para ser ampla, porém sem deixar de ser a entidade de juventude do PCdoB, foi, no Paraná, violentamente desamparada. E não há ou houve um militante de juventude sequer que não conheça a dor, a fome, o preconceito, o julgamento depreciativo e o desrespeito vindos não de seu inimigo social, mas de sua própria direção.
A crise que fez o PCdoB do Paraná caminhar por tantos caminhos equivocados formaram gerações de militantes, no mínimo, sacrificadas e sem grandes perspectivas sobre seu futuro. A ausência de uma direção em questões importantes fez dela irresponsável para com um grande número de jovens que, por muitas vezes, sacrificaram saúde, família, vida profissional, vida acadêmica e tantas outras coisas em nome de um projeto que, cada vez mais, revelava-se inexistente. Sua entidade de juventude, criada para ser ampla, porém sem deixar de ser a entidade de juventude do PCdoB, foi, no Paraná, violentamente desamparada. E não há ou houve um militante de juventude sequer que não conheça a dor, a fome, o preconceito, o julgamento depreciativo e o desrespeito vindos não de seu inimigo social, mas de sua própria direção.
Sem comprometimento para com a luta revolucionária não há como compreender a importância da atuação de uma juventude socialista. Os militantes da UJS serão vistos enquanto “comunistas de calças curtas” enquanto um projeto claro de construção de lideranças não for levado a sério pelo partido no Paraná. Isto quando não são vistos enquanto problema, pois aumentam rapidamente a demanda por decisões políticas em suas direções partidárias e seu retorno é impossível de mensurar no curto prazo.
O trabalho de juventude deve ser sempre considerado importante. Ao mesmo tempo, todos os membros do Partido precisam compreender com nitidez e profundidade o significado estratégico que a UJS possui para o movimento revolucionário e para a própria organização partidária. A União da Juventude Socialista não é igual a outras organizações partidárias de juventude. Ela é mais do que uma forma de sobrevivência de jovens partidários, que ainda não se desenvolveram politicamente ou tampouco acumularam forças o bastante para enfrentar os ardores da batalha política. A UJS é fruto de um processo histórico de construção e acúmulo de forças protagonizado pelo Partido do Socialismo entre a juventude brasileira. Ela elabora, questiona, organiza-se com linguagem própria e forma uma militância de altíssima qualidade. Boa parte, se não uma grande maioria, dos principais quadros do PCdoB tiveram sua formação política ainda em tenra idade, pois vieram das fileiras da União da Juventude Socialista.
A autonomia organizativa da UJS não implica em desamparo político e estrutural do PCdoB à sua juventude. Ainda que se tenha melhorado em inúmeros aspectos - em dias atuais não se tem cizânias entre a juventude, há um Secretário de Juventude de qualidade e há um segundo militante na Presidência da UJS, e outros elementos que demonstram essa melhoria – aumentaram-se dificuldades orgânicas (houve uma redução drástica no número de militantes e filiados, imensa dificuldade em se construir núcleos, indisposição da militância em valorizar o trabalho cotidiano de conscientização e atuação de base, e assim por diante).
O aumento de tamanhas dificuldades é fruto da ausência da organização partidária em meio à juventude. Ainda que autônoma, a UJS é uma organização do PCdoB, e justamente por isso deve ser fonte de preocupação diuturna de todos os seus dirigentes e militantes. Os comunistas devem reforçar a direção política e ideológica do Partido entre seus filiados com atuação na juventude, ao mesmo tempo em que deverá respeitar a autonomia orgânica e apoiar a liberdade de iniciativa da UJS.
Um dos problemas recorrentes da atuação de juventude é que, como qualquer atividade política, ela necessita de recursos financeiros. E, uma vez que seus membros, em sua quase totalidade, são militantes do movimento estudantil, eles não possuem sequer salário que garanta seu sustento diário, quanto menos de meios próprios para sua atuação política. O PCdoB paranaense deve tratar em sua política de finanças, de maneira permanente, as finanças da UJS enquanto uma atividade política. O Partido deve construir formas para que a UJS tenha suas próprias fontes de recursos. E até que a UJS consiga se sustentar, o Partido deve assumir a responsabilidade de financiar a existência de sua juventude ou buscar fontes para essa existência.
No que diz respeito à organização de juventude, o Partido não deve fazer experimentos, mas inovações. Aumentar o apoio aos secretários municipais de juventude – devendo ser uma tarefa exclusiva para o militante que a assume. As secretarias de juventude devem ser construídas, sempre que possível, em todos os organismos do Partido, sejam eles direções municipais, comitês distritais, Comitês de Macrorregiões ou Organismos de Base. Serão responsáveis, em sua área de atuação, de orientar a política, dando respaldo ideológico, às atividades da UJS – sempre respeitando sua autonomia organizativa e liberdade de iniciativa; planejar e acompanhar a atuação dos jovens comunistas (filiados ao Partido) nas lutas da juventude em que sua militância se envolva; gestar o conhecimento historicamente acumulado a fim de proporcionar à juventude uma atuação mais sólida e evitando cometer erros ou equívocos previsíveis; interagir com as demais secretarias e tarefas executivas do Partido e inserir nos comitês de atuação governamental e parlamentar propostas de Políticas Públicas de Juventude elaboradas pela União da Juventude Socialista.
Compreender a atualidade dos movimentos sociais de juventude, principalmente o estudantil, de maneira a aumentar a presença dos comunistas qualitativamente e quantitativamente. Dar apoio na construção dos núcleos da UJS, bem como voltar a formar e acompanhar as bases partidárias onde haja a presença da juventude de maneira especial. São tarefas mínimas para todo aquele que assumir a tarefa de Secretário de Juventude. Esse militante deverá ser membro da Comissão Política de seu nível de organização partidária, ter capacidade política e de elaboração para a juventude – além de paciência e trato com a juventude. Não ser militante da UJS, ter preferencialmente mais de 30 anos (idade limite para atuação na UJS).
A formação dos jovens comunistas, que deve ser uma prioridade para o PCdoB, deve possuir um plano anual composto de prazos, metas e textos de elaboração ou base sobre acontecimentos paranaenses. Além de apoiar o programa de formação próprio que a UJS possui, deve o Partido inserir em seu processo de formação a juventude, sempre respeitando os mais variados graus de compreensão partidária que cada militante possui.
Por fim, o PCdoB paranaense deve se acostumar com a condição especial que o militante de juventude possui. O jovem comunista, que deve ter sua atuação política realizada através da UJS, deve participar de uma Base do PCdoB – ainda que não se recomende nenhuma tarefa executiva de partido para ele ou ela. Simultaneamente, deve o Partido também definir sua política de quadros para sua juventude, especialmente para seus jovens comunistas dirigentes da UJS e àqueles que já encerraram sua contribuição nesta entidade pelo avançar da idade – criando perspectivas enquanto experiente quadro intermediário do partido.
* Michael Genofre é filiado ao PCdoB de Curitiba. Analista internacional especializado em internacionalização de cidades; ex-secretário estadual de organização da UJS-PR, integrante da executiva da UPE (2001-2005).
Recomeçar, desta vez do jeito certo - Michael Genofre*
Uma vez que a Tribuna de Debates da Conferência Extraordinária do PCdoB do Paraná é pública, reproduzo aqui o meu primeiro texto aprovado. Ela é a primeira de uma serie que pretendo contribuir para esta organização. Aguardo comentários de meus camaradas , amigos e amigas.
A fim de se obter êxito aos pontos 4 e 5 do documento-base, retornando para uma espécie de “bê-á-bá” do marxismo-leninismo, é possível identificar alguns dos terríveis equívocos do partido neste Estado – que o desconfigura de sua principal diferenciação para os demais partidos: o de ser um partido de orientação e organização marxista-lenista com um projeto nacional claro e de objetivo socialista. O primeiro passo para um recomeço, desta vez do jeito certo, é recuperar tais elementos.
A fim de se obter êxito aos pontos 4 e 5 do documento-base, retornando para uma espécie de “bê-á-bá” do marxismo-leninismo, é possível identificar alguns dos terríveis equívocos do partido neste Estado – que o desconfigura de sua principal diferenciação para os demais partidos: o de ser um partido de orientação e organização marxista-lenista com um projeto nacional claro e de objetivo socialista. O primeiro passo para um recomeço, desta vez do jeito certo, é recuperar tais elementos.
Primeiramente, sem a menor disposição de ser outra coisa, trata-se da construção de um partido de vanguarda. Não negar jamais a teoria marxista enquanto base de fundação de todas as organizações internas e o próprio partido. Considerar que, independentemente das urgências da atuação partidária, “Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário” capaz de superar a sociedade capitalista.
O PCdoB paranaense, em nome de uma urgência ou mesmo da impaciência intelectual – aqui, ignorando-se propositalmente eventuais outros motivos tão ou ainda menos aceitáveis -, passou a negar sistematicamente a análise marxista da realidade. Partiu para um avesso caminho que tantos outros partidos caminharam e erraram ao longo da história. Passou a ignorar seu papel de orientador de novas formações econômico-social, socialista, formador de indivíduos conscientes e convictos, organizador de bases estruturadas e motivadas.
Um primeiro passo firme é trazer para a realidade estadual, inclusive em cada segmento do próprio partido, a importância do papel da consciência, suas limitações e seus avanços. Sem ela, a existência de um partido do proletariado no Paraná será negligenciada sistematicamente em nome das mais diversas, e torpes, argumentações. Convencidos disto, torna-se, então, possível enfrentar a dificuldade de se ter uma teoria revolucionária em crise no Estado resultante de seu insuficiente desenvolvimento ao longo de sua história local. Enfrentar conscientemente que não se tem, ainda, elaboração constante e minimamente suficiente para uma crítica da sociedade capitalista em suas manifestações e contradições em terras paranaenses. Saber fazer as perguntas certas e buscar respostas com adequado método, eis o caminho para superar a crise programática e orgânica que o PCdoB possui no Paraná.
Simultaneamente, voltar a construir o que Lênin chama de “um partido de novo tipo”, elaborador e implementador da teoria revolucionária na realidade paranaense. O PCdoB paranaense perdeu seu desejo de buscar essa construção e partiu para a estruturação de mais um partido de esquerda – inclusive, numa questionável concepção do que seja essa esquerda. Perdeu a sua capacidade de análise que deveria buscar observar todos os aspectos da vida social, todos aspectos da vida política, e voltar-se para falar com todo o povo, todas as classes da população, e apresentar à sociedade a importância histórica de se emancipar o trabalhador. Tornou-se corporativa para alguns, funcionalista para tantos. Tornou-se ferramenta para projetos alheios à busca por autonomia da classe operária, além de ter perdido completamente a capacidade de ser intérprete, quiçá protagonista, da classe operária perante o conjunto social.
Sem uma direção comprometida com a construção deste partido de novo tipo, alguns de seus mais importantes militantes se perderam também na via do sectarismo, fatalista e irracional. Buscou-se valorizar o militante “de ferro”, inexistente, baseado em concepções morais, beirando ser quase como uma religião, para se definir um militante e para reconhecer seus dirigentes. Criou-se uma cultura de intolerância ao erro individual, de obediência acrítica como critério de avaliação do comprometimento do militante, e um sistemático desarme ideológico ao se eliminar o debate e a avaliação das ações partidária devido ao medo de críticas ou revelações de eventuais tropeços na condução partidária.
Outros, ainda mais irracionalmente, mantém-se na velha discussão – e que já deveria ter sido superada há tempos – de concepção de ser ou não um partido fechado, composto tão somente de quadros, de atuação análoga aos tempos de clandestinidade, “de poucos, mas bons”, de “puros”. Voltando as costas para uma realidade que exige um partido grande, capaz de se infiltrar em todos os elementos da vida social a fim de cumprir seu imprescindível papel de vanguarda operária.
Isso quando não se curvava para outros motivos, ao gosto do oportunista.
Não há como ser um partido comunista sem ser de uma classe determinada: o proletariado. Não dá para ser um partido de novo tipo sem buscar a ser a representação política e social dessa classe e encarnando seus valores e aspirações. Urge entender o proletariado paranaense. Urge produzir política a partir da análise de suas necessidades e realidades. Entender que ele não desenvolverá consciência de classe sozinho – aliás, tende a ficar preso na alienação que provoca o trabalho. Estudar esse proletariado, abordando a realidade da sua vida e da sua história de luta, buscando infundir nele identidade e consciência de classe – enfim, exercer o papel de Partido Comunista.
Todos estes elementos devem estar contidos em um sistema organizativo e normativo. Para este sistema: o centralismo democrático enquanto princípio fundamental organizativo. Que, até sobre este aspecto, o PCdoB-PR errou por estranhas práticas.
Mais que um método, é o centralismo democrático um ajustamento da política aos conteúdos ideológicos. É a prática da capacidade de analisar as exigências de cada situação, o nível de consciência, as possibilidades reais, e a construção de iniciativas e tomada de ação com passos firmes, criadoras de consensos ou maiorias, à base de políticas justas e cotidianamente debatida pelo coletivo partidário.
O PCdoB do Paraná abriu mão do correto centralismo democrático. Quando não desmotivava o debate - e assim favorecendo a apatia ou a obediência acrítica -, temia-se ele enquanto causador de cisões. Perdeu-se, devido a este equívoco, a construção de objetivos unitários – que, quando isto acontece, no mínimo, quadros deixam de somar em torno de uma mesma linha política para se tornar rivais em nome de seus projetos particulares.
Não se deve temer o crescimento partidário se nele há o centralismo democrático, pois ele dá conta de conciliar o debate necessário com a ação política unitária. Não se deve temer o debate, pois somente há a possibilidade da minoria acatar a decisão da maioria nele. Uma maioria deve ser construída em todos os temas, a fim de que uma ação unitária seja construída. Caso contrário, tem-se apenas o centralismo – nada democrático, de culto à personalidade, parasitário, e que fatalmente leva a organização de grupos ou de deformações na atuação política (quando não acaba afastando militantes e quadros em potencial). Não se deve tratar qualquer movimentação em torno de polarizações de opinião como uma ameaça à estrutura partidária ou prática de grupo. Pois, se há centralismo democrático, há os movimentos dialéticos capazes de polarizar e até mesmo organizar fluxos de opinião – extremamente saudável em um partido comunista. Enfim, ser instrumento de construção da unidade de ação de todo o partido, jamais um instrumento da imposição unilateral de vontades de uma direção sobre todo o coletivo partidário como tem sido.
* Michael Genofre é filiado ao PCdoB de Curitiba. Analista internacional especializado em internacionalização de cidades; ex-secretário estadual de organização da UJS-PR, integrante da executiva da UPE (2001-2005).
11 março 2011
Bruna Surfistinha: boa produção menos fraca biografia é igual a um filminho bom
Alguém se lembra de "Cristiane F. ...13 anos, drogada, prostituída"? Fez um alvoroço danado quando foi lançado. Teve um destaque profundo principalmente nas escolas devido às zelosas professoras que buscavam a todo custo mostrar aos seus aluninhos que a contra-cultura, por tantos endeusada, possui contra-indicações. E a linguagem do cinema era ideal para essas zelosas professorinhas, pois presumiam que seus aluninhos tinham uma certa aversão à leitura. Pois é, o problema é que as melhores e mais interessantes partes da história ficam no livro.
Bruna Surfistinha tem um pouco disso. Baseado em "O Veneno do Escorpião", livro de Bruna Surfistinha/Raquel Pacheco que se tornou um senhor best seller. Afinal, tinha a receita certa: apesar de limitações sérias tanto na narrativa quanto nos aspectos literários, trata-se de alguém do submundo, do mundo paralelo da prostituição, conversando com os ditos normais do mundo real. E a sua mensagem era: o que lhes chocam, aqui é cotidiano. O mundo paralelo é mais real do que se imagina. E ao longo de histórias, por vezes cômicas e por vezes capazes de provocar ânsias de vômito. O livro provoca o imaginário ao mesmo tempo que apresenta, em variadas e descontroladas doses, o mundo de muitas mulheres.
Estamos falando, porém, de cinema. E, infelizmente, nada disso, ou talvez apenas um pouco disso, aparece no filme. A boa produção e os aspectos técnicos surpreendem. Certas limitações na interpretação de Secco, principalmente na parte pré-surfistinha, são corrigidas com inteligentes ângulos de câmera. E as partes em que Secco demonstra que de uma longa carreira televisa sai excelentes momentos interpretativos ganham um tratamento mais do que especial da composição de luzes, câmeras e fotografias. Mas, quem vai ao cinema querendo ver como "nasce" uma meretriz, decepciona-se. Quem vai para ver a empreendedora, decepciona-se. E quem vai para ver uma versão brasileira de Cristiane F. se arrepende da infeliz ideia.
Enumerando o que o filme tem de bom, na pole position se encontra a publicidade. Assim como o seu blog, Bruna Surfistinha se vende muito fácil. Segundo, temos uma produção de qualidade. Terceiro, temos as curvas e seios de Secco. E, lá no fim, em último lugar, a história.
Há sérios problemas em se dar tratamento de heroina a uma prostituta. E o filme carrega este drama o tempo todo. Faz de Bruna uma heroina, sem querer fazer isso. Aliás, o "morde e assopra" está presente ao longo de toda a narrativa. Ao mesmo tempo em que cuspir o que um cliente ejaculou foi pesado, foi leve demais a personagem ter apenas olheiras profundas quando estava internada no pó. Ao mesmo tempo em que o filme tenta apresentar um drama, não perde o jeitão de documentário auto-biográfico. E quando finalmente o corpo cobra a fatura e acontece uma overdose, ainda assim a personagem vende o clichê de vencedora da contra-cultura, que conseguiu tudo o que queria por esforços próprios. É ou não uma heroína?Bruna Surfistinha tem um pouco disso. Baseado em "O Veneno do Escorpião", livro de Bruna Surfistinha/Raquel Pacheco que se tornou um senhor best seller. Afinal, tinha a receita certa: apesar de limitações sérias tanto na narrativa quanto nos aspectos literários, trata-se de alguém do submundo, do mundo paralelo da prostituição, conversando com os ditos normais do mundo real. E a sua mensagem era: o que lhes chocam, aqui é cotidiano. O mundo paralelo é mais real do que se imagina. E ao longo de histórias, por vezes cômicas e por vezes capazes de provocar ânsias de vômito. O livro provoca o imaginário ao mesmo tempo que apresenta, em variadas e descontroladas doses, o mundo de muitas mulheres.
Estamos falando, porém, de cinema. E, infelizmente, nada disso, ou talvez apenas um pouco disso, aparece no filme. A boa produção e os aspectos técnicos surpreendem. Certas limitações na interpretação de Secco, principalmente na parte pré-surfistinha, são corrigidas com inteligentes ângulos de câmera. E as partes em que Secco demonstra que de uma longa carreira televisa sai excelentes momentos interpretativos ganham um tratamento mais do que especial da composição de luzes, câmeras e fotografias. Mas, quem vai ao cinema querendo ver como "nasce" uma meretriz, decepciona-se. Quem vai para ver a empreendedora, decepciona-se. E quem vai para ver uma versão brasileira de Cristiane F. se arrepende da infeliz ideia.
Enumerando o que o filme tem de bom, na pole position se encontra a publicidade. Assim como o seu blog, Bruna Surfistinha se vende muito fácil. Segundo, temos uma produção de qualidade. Terceiro, temos as curvas e seios de Secco. E, lá no fim, em último lugar, a história.
O filme opta por pegar o que há de mais fraco na biografia de Bruna Surfistinha. E peca em uma série de abreviações. Agrada para quem quer apenas se entreter, irrita cinéfilos. É um filme bonzinho, nada mais do que isso, porém muito, mas muito comentado.
Ósculos e amplexos!
10 março 2011
Gnomeu e Julieta: o desafio de se contar a mesma história.
Logo no começo do filme se reconhece a grande dificuldade de Romeu e Julieta: contar uma história que já foi contada um montão de vezes. E também que já foi contada de forma diferente um montão de vezes. "Além de um epílogo chatinho, longo, porém necessário".
No que diz respeito em apresentar para as crianças a tragédia de todos os tempos, do qual há descaradamente ou disfarçadamente semelhanças em quase todas as tragédias românticas que elas verão em suas vidas, o filme é eficiente. Na crítica sobre a obra de Shakespeare, obviamente voltado aos pais que levarão suas crianças, inocentemente, o filme brinca com o xarope epílogo e com a necessidade de um fim trágico aos protagonistas (afinal, é uma tragédia, não é?), o filme também cumpre seu papel. E acabam aqui os elogios.
O que se vê entre o começo e o fim é uma obra bem mais ou menos. De visível orçamento reduzido. E com somente cópias dubladas para o Brasil (que faz com que percamos a graça de ter a voz de Ozzy, por exemplo - sem desmerecer os nossos brazucas globais que emprestam suas vozes aos personagens). Os efeitos 3D servem, infelizmente, para que o ingresso seja mais caro, pois não influencia em nada no filme - os melhores efeitos são os barulhinhos de porcelana batendo.
Enfim, como na maioria das vezes, a tentativa de se contar Romeu e Julieta acaba sendo mais do mesmo. Não espere, portanto, muito do filme. Levem as crianças, no máximo, para que seja apresentado a elas o interessante Shakespeare. Assim mesmo, com fins bastante pedagógicos. Nada mais do que isso.
Ósculos e amplexos!
No que diz respeito em apresentar para as crianças a tragédia de todos os tempos, do qual há descaradamente ou disfarçadamente semelhanças em quase todas as tragédias românticas que elas verão em suas vidas, o filme é eficiente. Na crítica sobre a obra de Shakespeare, obviamente voltado aos pais que levarão suas crianças, inocentemente, o filme brinca com o xarope epílogo e com a necessidade de um fim trágico aos protagonistas (afinal, é uma tragédia, não é?), o filme também cumpre seu papel. E acabam aqui os elogios.
O que se vê entre o começo e o fim é uma obra bem mais ou menos. De visível orçamento reduzido. E com somente cópias dubladas para o Brasil (que faz com que percamos a graça de ter a voz de Ozzy, por exemplo - sem desmerecer os nossos brazucas globais que emprestam suas vozes aos personagens). Os efeitos 3D servem, infelizmente, para que o ingresso seja mais caro, pois não influencia em nada no filme - os melhores efeitos são os barulhinhos de porcelana batendo.
Enfim, como na maioria das vezes, a tentativa de se contar Romeu e Julieta acaba sendo mais do mesmo. Não espere, portanto, muito do filme. Levem as crianças, no máximo, para que seja apresentado a elas o interessante Shakespeare. Assim mesmo, com fins bastante pedagógicos. Nada mais do que isso.
Ósculos e amplexos!
03 março 2011
"Mãos que Ajudam - SUD" em Nova Friburgo: mais de mil voluntarios.
Fonte: The Newsroom Blog, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Tradução livre (Michael Genofre).
"Foi um grande projeto, que exigiu grande quantidade de pessoas", disse o líder da Igreja Élder Roger Cruz. "A sensação ao se prestar serviço foi uma experiência espiritual para muitos participantes".
O Prefeito de Nova Friburgo, Demerval Moreira Barbosa Neto, ficou impressionado com todo o trabalho que os voluntários fizeram. "O que nós vimos aqui foi o puro amor de Jesus Cristo", disse ele. Ao final do dia, o prefeito agradeceu os voluntários por seus esforços.
Membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias foram para a região montanhosa de Nova Friburgo, um município do Estado do Rio de Janeiro, Sudoeste do Brasil, para limpar a cidade no sábado, 19 de fevereiro de 2011.
Mais de mil Santos dos Últimos dias, Missionários Mórmons, e amigos da Igreja usaram vassouras, pás e carrinhos da mão para limpar as ruas da cidades, hospitais e escolas depois das chuvas arrasadoras e deslizamentos ocorridos em janeiro. A Igreja trabalhou com líderes do governo local que providenciaram as ferramentas para a limpeza e doaram estes para a cidade. Os voluntários estavam vestidos do conhecido colete amarelo brilhante do "Mãos que Ajudam".
"Foi um grande projeto, que exigiu grande quantidade de pessoas", disse o líder da Igreja Élder Roger Cruz. "A sensação ao se prestar serviço foi uma experiência espiritual para muitos participantes".
O Prefeito de Nova Friburgo, Demerval Moreira Barbosa Neto, ficou impressionado com todo o trabalho que os voluntários fizeram. "O que nós vimos aqui foi o puro amor de Jesus Cristo", disse ele. Ao final do dia, o prefeito agradeceu os voluntários por seus esforços.
Prefeito de Nova Friburgo agradecendo aos Santos dos Últimos Dias e Amigos da Igreja pelo trabalho realizado.
O projeto mórmon "Mãos que Ajudam" realizado em Nova Friburgo é um de vários já realizados desde 1998 em outros lugares no Brasil e em outras partes do mundo onde ocorreram desastres naturais. Através do projeto mórmon "Maos que Ajudam", Santos dos Últimos Dias tem contribuído em outros momentos e em muitas áreas do mundo para com a limpeza e o embelezamento de comunidades. Milhares de voluntários doaram milhões de horas de serviço.
01 março 2011
Oscar 2011: os melhores do ano estão entre "O Discurso do Rei" x "A Rede Social"?
Concordo com a Gazeta do Povo quando diz que venceu o academicismo formal. O problema é que o duelo entre os favoritos não se dá pela qualidade dos filmes. Analisando os indicados ao Oscar de melhor filme (A Rede Social, 127 horas, Cisne Negro, Toy Story 3, O Discurso do Rei, O Vencedor, A Origem, Bravura Indômita, Minhas Mães e Meu Pai, e Inverno da Alma) a maioria dos jornais brasileiros seguiram um apanhado do que os jornais americanos diziam ser os favoritos sem muitas críticas. Afinal, fácil critério, pois os membros da Academia são justamente os maiores colunistas de muitos destes jornais e a princípio eles deveriam saber do que estavam falando.
Acontece que não é de hoje que os critérios para o Oscar são muito mais financeiros do que artisticos - mesmo que haja um esforço oficial, mas ainda não real, de se tornar uma premiação artística. Se o Brasil quiser uma estatueta dourada, basta consumir menos Hollywood que ela virá com toda certeza. Quem duvida, olhe para a quantidade de premiações para filmes argentinos e europeus. Eles consomem bem Hollywood, são portanto clientes fortes. Mas, consomem também muitas produções iranianas e locais e isso faz com que o cinema estadunidense fature menos. Um Oscar faz de um filme completamente desconhecido um fenômeno de vendas. Isso quando um fenômeno de vendas não faz um Oscar.
O suposto duelo entre "A Rede Social" e "O Discurso do Rei" reflete bem a noção de que as vendas ainda fazem o Oscar muito mais do que um bom filme. A crítica se acostumou a bajular "A Rede Social". Natural, pois desde sua estreia ele tem sido avassalador em praticamente todas as premiações pelas quais ele concorreu. Tornou-se portanto, o filme mais falado e comentado do ano. Uma re-invenção do "sonho americano" sob a persona de um vilão, ou talvez não segundo a lógica da grana. É um filme verborrágico, para quem não tem sequer noção de inglês certamente irá perder mais da metade do filme, pois a legendagem sofreu para acompanha-lo. Aliás, linguagem é tudo neste filme, o que o torna difícil de ser digerido. E se uma pessoa não estiver ambientado com o "Facebook" então, não terá noção do tamanho que a coisa ganhou - e que faz a comemoração do milhonésimo usuário algo risível. Mas, chegando ao fim do filme, fica na memória do espectador a reflexão: não há o que faça esse filme ser tão premiado senão pelo sucesso do objeto que foi tratado no longa. E na minha, ficou ainda a sensação de esnobismo estadunidense em considerar o Facebook a invenção do século mesmo tendo sido lançado um tempão depois do Orkut já ter sido uma febre aqui no Brasil. Ficou aquela sensação de Irmãos Wright ganhando a fama de inventores do avião quando o primeiro por propulsão própria foi o 14 Bis do nosso Dumont.
O suposto duelo entre "A Rede Social" e "O Discurso do Rei" reflete bem a noção de que as vendas ainda fazem o Oscar muito mais do que um bom filme. A crítica se acostumou a bajular "A Rede Social". Natural, pois desde sua estreia ele tem sido avassalador em praticamente todas as premiações pelas quais ele concorreu. Tornou-se portanto, o filme mais falado e comentado do ano. Uma re-invenção do "sonho americano" sob a persona de um vilão, ou talvez não segundo a lógica da grana. É um filme verborrágico, para quem não tem sequer noção de inglês certamente irá perder mais da metade do filme, pois a legendagem sofreu para acompanha-lo. Aliás, linguagem é tudo neste filme, o que o torna difícil de ser digerido. E se uma pessoa não estiver ambientado com o "Facebook" então, não terá noção do tamanho que a coisa ganhou - e que faz a comemoração do milhonésimo usuário algo risível. Mas, chegando ao fim do filme, fica na memória do espectador a reflexão: não há o que faça esse filme ser tão premiado senão pelo sucesso do objeto que foi tratado no longa. E na minha, ficou ainda a sensação de esnobismo estadunidense em considerar o Facebook a invenção do século mesmo tendo sido lançado um tempão depois do Orkut já ter sido uma febre aqui no Brasil. Ficou aquela sensação de Irmãos Wright ganhando a fama de inventores do avião quando o primeiro por propulsão própria foi o 14 Bis do nosso Dumont.
"O Discurso do Rei" é um ótimo filme, não há dúvidas. Mas sobre ele ser o melhor do ano tenho as minhas. Passa-se na tela grande um filme com excelência em todos os aspectos técnicos, mas assim, plasticamente, sem arriscar o pescoço em absolutamente nada. Perfeito como uma redação nota dez de algum concurso vestibular: tecnicamente exata, mas sem qualquer espaço para genialidades. Até mesmo para o coup de cinéma o filme não arrisca e dá uma solução humorada e rápida. É realmente um filme, como diria Rubens Edwald Filho, bom para ganhar prêmio. Em seu enredo, encontramos uma aproximação plebeia para acompanhar as transformações que a família real inglesa começou a passar ao longo dos 20 anos de crise, como diria Carr. O filme faz com que o público ganhe simpatias na medida em que o súdito vai se tornando amigo do rei. E, por consequência, sai do cinema sentindo-se parte da nobreza dos York.
Diante de tantas questões que fazem o Oscar objeto de ironia até mesmo dos Simpsons (lembram-se do Homer jurado de um festival de cinema, votando justamente no que mais tarde seria o vencedor do Oscar?). Infelizmente, em Curitiba, vários indicados ao Oscar somente chegarão aqui, e se chegarem, a partir da notoriedade recebida após a premiação gringa. Mas, dentre os poucos que chegaram, esbanja intensidade e outras qualidades os filmes Toy Story 3 e Cisne Negro. Em se tratando à arte de se contar uma história, deveria ser deles a disputa. São filmes "cheios". Você sai farto do cinema. Carrega na memória durante um tempão. Se impressiona, vibra, torce, enfim, vários elementos que a técnica e a plástica apenas seriam irrelevantes diante de tanta informação bem distribuida e bem contada. Coisa que não acontece nem com "A Rede Social" e nem com "O Discurso do Rei".
Dentro em breve tanto "Cisne Negro" e "Toy Story 3" serão reverenciados pelos cinéfilos de todo mundo, passando a pertencer à seleta lista dos memoráveis de todos os tempos. Já "A Rede Social" e "O Discurso do Rei" fatalmente cairão no esquecimento imediatamente após não mais render cifras para a multimilionária indústria do entretenimento do qual o Oscar costuma consagrar anualmente.
Ósculos e amplexos!
Diante de tantas questões que fazem o Oscar objeto de ironia até mesmo dos Simpsons (lembram-se do Homer jurado de um festival de cinema, votando justamente no que mais tarde seria o vencedor do Oscar?). Infelizmente, em Curitiba, vários indicados ao Oscar somente chegarão aqui, e se chegarem, a partir da notoriedade recebida após a premiação gringa. Mas, dentre os poucos que chegaram, esbanja intensidade e outras qualidades os filmes Toy Story 3 e Cisne Negro. Em se tratando à arte de se contar uma história, deveria ser deles a disputa. São filmes "cheios". Você sai farto do cinema. Carrega na memória durante um tempão. Se impressiona, vibra, torce, enfim, vários elementos que a técnica e a plástica apenas seriam irrelevantes diante de tanta informação bem distribuida e bem contada. Coisa que não acontece nem com "A Rede Social" e nem com "O Discurso do Rei".
Dentro em breve tanto "Cisne Negro" e "Toy Story 3" serão reverenciados pelos cinéfilos de todo mundo, passando a pertencer à seleta lista dos memoráveis de todos os tempos. Já "A Rede Social" e "O Discurso do Rei" fatalmente cairão no esquecimento imediatamente após não mais render cifras para a multimilionária indústria do entretenimento do qual o Oscar costuma consagrar anualmente.
Ósculos e amplexos!
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