Até agora, foram decididos 174 delegados Democratas e 211 Republicanos. No total são 4046 delegados Democratas e 2348 Republicanos. Só na Superterça são escolhidos 2075 Democratas e 1081 Republicanos.
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Se eu pudesse escrever um anexo ao "Imperialismo, fase superior do capitalismo", de Lênin, certamente eu escreveria sobre a forma latino-americana de conceber o imperialismo ianque. Certamente colocaria nesse anexo a brilhante contribuição de Martí, que, na minha opinião, foi o primeiro a liderar uma ofensiva concreta contra o expansionismo dos Estados Unidos. José Martí compreendeu que a tomada da Flórida, do Texas, e da Califórnia, era a práxis imperialista para sua expansão e dominação da América, e elegeu na defesa de Cuba o freio capaz de parar o gigante Tio Sam. Cuba conseguiu, a sua maneira, frear o gigante. E, de lá para cá, a política imperial dos EUA tem passado por diversos períodos de transformações, porém sempre com uma lógica central expansionista que muda muito pouco independente se Democrata ou Republicano. De um lado, os Democratas dominam a expansão pela interferência econômica, acesso irrestrito a mercados, e usando de força armada quando o resultado não é satisfatório. Do lado Republicano, a interferência sempre parte do domínio das fontes de energia, e também se lançam em armas para defender o que acham certo.
Se eu pudesse escrever um anexo ao "Imperialismo, fase superior do capitalismo", de Lênin, certamente eu escreveria sobre a forma latino-americana de conceber o imperialismo ianque. Certamente colocaria nesse anexo a brilhante contribuição de Martí, que, na minha opinião, foi o primeiro a liderar uma ofensiva concreta contra o expansionismo dos Estados Unidos. José Martí compreendeu que a tomada da Flórida, do Texas, e da Califórnia, era a práxis imperialista para sua expansão e dominação da América, e elegeu na defesa de Cuba o freio capaz de parar o gigante Tio Sam. Cuba conseguiu, a sua maneira, frear o gigante. E, de lá para cá, a política imperial dos EUA tem passado por diversos períodos de transformações, porém sempre com uma lógica central expansionista que muda muito pouco independente se Democrata ou Republicano. De um lado, os Democratas dominam a expansão pela interferência econômica, acesso irrestrito a mercados, e usando de força armada quando o resultado não é satisfatório. Do lado Republicano, a interferência sempre parte do domínio das fontes de energia, e também se lançam em armas para defender o que acham certo.
Por diversas vezes ignorada por pura arrogância acadêmica, a crítica latino-americana ao gigante Tio Sam acaba sendo uma das mais acertadas, pois os impactos sociais dos mais suaves aos mais brutos da expansão estado-unidense acabam sendo aqui, já outrora classificado enquanto quintal ianque. Cientistas políticos, filósofos e sociólogos da América Latina já alertavam, lá atrás no tempo, que Bush identificava a vulnerabilidade dos EUA para proteger seus interesses e investimentos, e adotou a política de defesa antecipada, ataque antes de ser atacado. A novidade dessa política se encontra no período histórico pós-guerra fria, pois desde Carter que essa política é doutrina bastante difundida na Casa Branca, e aceita por diversos países europeus.
A reviravolta política estado-unidense veio antes ainda que das atuais prévias dos Partidos Democrata e Republicano. Esboçou-se na eleição presidencial passada, quando Bush perdeu no conjunto dos votos, mas venceu graças a uma polêmica contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Veio se confirmando na sonora derrota republicana nas eleições do ano retrasado, onde Casa dos Representantes e Senado ganharam maioria democrata. E nas atuais prévias, tudo indica que o próximo ou próxima presidente dos EUA será um Democrata. Tudo indica que o eleitorado de lá não aceita mais a atual doutrina de expansão, optando por outra, mais engajada, menos protecionista, mais ousada econômicamente, que saia da defensiva agressiva bélica e parta para uma ofensiva de intervenção econômica nos países que disputam a hegemonia mundial com o Tio Sam.
O Partido Republicano tem na sua história o mérito de ter se posicionado contra a escravidão, ao passo que os Democratas eram favoráveis. Afinal, naquela época, a maioria democrata se encontrava nos estados do sul, ao passo que os republicanos se situavam ao norte. Ao mesmo tempo, foi durante governo Republicano que os EUA obtiveram o Texas, Flórida, e Novo México. Durante o governo Bush pai, Republicano, a expansão foi para o Oriente Médio. Durante o governo Clinton, voltou-se para as Américas. E, durante Bush filho, voltou para o Oriente Médio. De acordo com essa lógica, deveríamos nos preocupar, certo? Em partes, pois o ciclo econômico virtuoso está dando provas de finalização, o gigante não dorme mais tranquilo. Logo, não importa se Democrata ou Republicano, o mundo deverá dormir com um olho fechado e o outro aberto. Ou melhor, não dormir.
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A importância da Superterça, ou melhor, das prévias anteriores a ela.
Não se deve subestimar as prévias antes da Superterça. O poder de influência que possuem os Estados que antecedem a primeira grande data da corrida presidencial estadunidense já se demonstrou claramente derrubando antigos favoritos e colocando como incerto o resultado final. Mas, para quê tanto faniquito? Flórida, Carolina do Sul, Nevada, Michigan, Iowa, New Hampshire, Wyoming, enfim, todos os Estados onde já tiveram suas prévias, não representam nem 3% do total da Superterça, que por sua vez representa a metade do total das prévias em números de delegados.
A resposta é bastante simples: as prévias que antecedem a Superterça influenciam a própria Superterça, além de evitar que azarões surjam da noite para o dia. A Superterça será a definição de quem concorre de fato, quem terá que amarrar delegados até a Convenção. Elimina concorrentes, e afunila a escolha final em sempre dois candidatos. Do lado Republicano, é dado como certo que seja entre Romney e McCain. Por mais que Huckabee tenha tido seus momentos de glória, é ainda o grande azarão do lado do elefante. Já, do lado do burrico, Obama e Clinton há tempos são os reais candidatos, a saída de Edwards apenas confirmou o que já era uma realidade.
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Superterça
Democratas
Alabama Primárias 60 delegados
Alaska Caucus 18 delegados
Arizona Primárias 67 delegados
Arkansas Primárias 47 delegados
Califórnia Primárias 441 delegados
Colorado Caucus 71 delegados
Connecticut Primárias 60 delegados
Delaware Primárias 23 delegados
Georgia Primárias 103 delegados
Idaho Caucus 23 delegados
Illinois Primárias 185 delegados
Kansas Caucus 41 delegados
Massachusetts Primárias 121 delegados
Minnesota Caucus 88 delegados
Missouri Primárias 88 delegados
Nova Jersey Primárias 127 delegados
Novo Mexico Caucus 38 delegados
Nova York Primárias 281 delegados
Dakota do Norte Caucus 21 delegados
Oklahoma Primárias 47 delegados
Tennessee Primárias 85 delegados
Utah Primárias 29 delegados
Democratas Estrangeiros Primárias 11 delegados
Total: 2075 delegados
Republicanos
Alabama Primárias 48 delegados
Alaska Caucus 29 delegados
Arizona Primárias 53 delegados
Arkansas Primárias 34 delegados
Califórina Primárias 173 delegados
Colorado Caucus 46 delegados
Connecticut Primárias 30 delegados
Delaware Primárias 18 delegados
Georgia Primárias 72 delegados
Illinois Primárias 70 delegados
Massachusetts Primárias 43 delegados
Minnesota Caucus 41 delegados
Missouri Primárias 58 delegados
Montana Caucus 25 delegados
New Jersey Primárias 52 delegados
Nova York Primárias 101 delegados
Dakota do Norte Caucus 26 delegados
Oklahoma Primárias 41 delegados
Tennessee Primárias 55 delegados
Utah Primárias 36 delegados
Virgínia do Oeste Caucus 30 delegados
Total: 1081
2 comentários:
O grande escritor brasileiro Monteiro Lobato escreveu em três semanas, no ano de 1926, antes de sua partida para os Estados Unidos, "O Presidente Negro ou O Choque das Raças". (Editora Brasiliense). Em síntese, prevê ele que a disputa presidencial norte-americana se daria entre três forças: As mulheres, os brancos e os negros.
Além da emancipação feminista, algumas de sua previsões já se concretizaram, como a destruição da pigmentação (lembrei-me do Michael Jackson): "....visto como esse negro de raça puríssima, sem uma só gora de sangue branco nas veias, era, apesar de ter o cabelo carapinha, horrivelmente esbranquiçado." (pág.218).
A urna eletrônica e até mesmo a internet: "Os eleitores não saiam de casa - radiavam simplesmente os seus votos com destino à estação central receptora de Washington. Um aparelho engenhosíssimo os recebia e apurava automática e instantaneamente, imprimindo os totais definitivos na fachada do Capitólio. De há muito se haviam eliminado as hipóteses de fraude, não só porque a seleção elevara fortemente o nível moral do povo, como ainda porque a mecanização dos trâmites entregava todo o processo eleitoral às ondas hertzianas e à eletricidade, elementos estranhos à política e da mais perfeita incorruptibilidade.
Não só os habitantes de Washington gosavam do privilégio de ler no Capitólio os números decisivos.
O resto da população americana também os lia e na mesma hora, mas em suas próprias casas." (pág.243).
Outras previsões: A esterilização em massa, o controle de natalidade pelo estado, etc.
O momento é mais que propício à leitura (ou releitura).
Um abraço e se puder da uma passada no meu blog que tem texto novo.
Monteiro Lobato possui todos os méritos no que diz respeito a ser pai do gênero chamado literatura infanto-juvenil; além de ser considerado o primeiro que "escreveu" um livro-marketing, ou uma história para o uso de Biotônico Fontoura. Mas, nas previsões de Monteiro Lobato, no fim das contas havia um suicídio coletivo por ter eleito um presidente preto. Incrível escritor, preconceituoso até a espinha, mais ainda que os preconceituosos de época.
Agora, havia na época também uma gostosa brincadeira entre os intelectuais de adivinhar o futuro. Nessas, surgiu na América Latina o gênero do Realismo Mágico, ou Realismo Fantástico. Gabriel Garcia Marques, expoente desse gênero, também brincou com a possibilidade de um negro assumir a presidência dos Estados Unidos. Pena que não me lembro o nome desse conto, mas vale a pena dar uma procurada. Narra a visita desse presidente dos EUA a Cartagena, Colômbia...
Abraços camarada, tô indo ver o seu blog.
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