18 outubro 2010

Curitiba e suas estátuas.


Curitiba tem estátuas aos montes. Mas não são grandes como em outros lugares, como em outras capitais. A cidade reconhece a existência de grandes personalidades, de até mesmo grandes brasileiros. Mas, teme proporcionar uma grandeza maior do que merecem. Temos Tiradentes, ao lado do Paço, perto da XV. E a semelhança com Rio de Janeiro para por aí. Nosso Tiradentes é pequeno, apenas não imperceptível por ter uma praça para ele em partilha com o Generoso Marques. Temos, igual a Porto Alegre, uma Justiça em pedra. Porém, de grande, somente a curvatura de suas coxas e o enorme desconhecimento do povo curitibano sobre quem é ela.

Curitiba não exalta nem mesmo seus fundadores, tampouco seus amados prefeitos. O baiano Zacarias, designado pessoalmente por Sua Alteza para elevar Curitiba à Capital de Província, ironicamente tem seu marco encravado entre o republicano Marechal Deodoro e o abolicionista e poeta Emiliano Perneta. O amado prefeito Erasto Gaertner, que morreu durante o mandato, possui um hospital em seu nome e uma imensa avenida; porém, não tem estátua.

Herois nacionais? Mártires curitibanos? No máximo uma pracinha ou uma viela. Os voluntários da Pátria, uma viela; os pracinhas, uma pracinha com museu - mas com um torpedo apontado para a porta do Instituto alemão, em via das dúvidas. A própria entrada do paraíso é um bizarro portal na entrada lateral do Parque Bacacheri.

Curitiba é assim, ironica, austera, amada por mim, cinza para mim, cinza para quem quiser colori-la!

Ósculos e amplexos!

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