29 outubro 2009

Validação de diplomas e Requião: rapidinhas.

Segundo o deputado federal Nilson Mourão (PT/AC - que convocou audiência pública para debater sobre a validação automática dos diplomas estrangeiros), cerca de 300 brasileiros formados em medicina em Cuba não podem exercer a profissão no Brasil. Essa é a realidade de outros brasileiros formados, principalmente em medicina, em países como Argentina, Bolívia e Peru. O motivo: não há uma regra geral para o processo de validação dos diplomas no Brasil. Cada universidade pública cria seu próprio processo, e esse é feito de tal forma que nenhum formado consiga passar. Não se trata de uma preocupação acadêmica, mas de uma espécie de reserva de mercado. Em um país onde mais de duas mil cidades não possuem sequer um médico, tanto a bancada médica na Câmara (segunda maior bancada), quanto o próprio Conselho Federal de Medicina, beneficiam-se das longas filas em seus consultórios. Em boa parte dos países do mundo, os diplomas de medicina em Cuba são validados automaticamente. Não se descarta também a posição política, uma espécie de prorrogação da guerra fria, onde os maus e os bons se engalfinham em todos os possíveis ringues que a sociedade pode criar.

O comentário, no mínimo infeliz, do governador Roberto Requião sobre o câncer de mama em homens por uma influência da parada da diversidade tomou conta de inúmeros espaços na imprensa e nos protestos dos mais variados grupos políticos e movimentos sociais. E a coisa piorou quando o governador tentou se explicar. Diz o governador que foi lúdico, pois queria alertar sobre os problemas que o uso de hormônios podem provocar.

Quem assistiu a "escolinha" viu que foi de imenso preconceito por parte do governador. E a emenda saiu pior que o soneto. E, quem acompanha o PMDB (o que espero eu, ser uma minoria), sabe do imenso preconceito por parte de alguns militantes e caciques desse partido contra GLBT. O governador tentou fazer uma graça sobre assunto sério, e acabou sem graça. Aliás, importante lembrar que estudantes ligados ao PSDB e DEM, do movimento Oxigênio, compartilham da mesma visão quando afirmam que: movimento GLBT não é relevante para o movimento estudantil (...) e que eles gozam de mais direitos do que deveriam ter.
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Em tempo: alguém sentiu alguma paulada mais forte no secretário de segurança durante a sua sabatina na Assembleia Legislativa? A oposição gritava: saia; a situação gritava: tá ruim, mas é o possível. Enquanto isso, não há um dia sequer no Paraná que não haja pelo menos uma manifestação popular exigindo o fim da impunidade e mais segurança pública. Ou há descaso, ou há incompetência. E enquanto isso, quem vai sofrendo é o povo do Paraná.

Ósculos e amplexos!

Um comentário:

Jonivan Carlos de Oliveira 'Tim' disse...

Sobre a questão do diploma em Cuba, eu só teria a acrescentar que a medicina cubana está mais evoluída que a brasileira. Não é só reserva de mercado, como também tem um toque de inveja.
Sobre Requião sem comentários.