17 setembro 2007

O que pensam os candidatáveis à presidência dos EUA!

O Cozinha irá acompanhar, à partir de hoje, passo a passo a corrida presidencial estadunidense e, na medida do possível, explicar como funcionam, por lá, as coisas. É claro que para se fazer análises e comparações mais aprofundadas serão necessárias contribuições, que espero que tanto leitores quanto colunistas pesquisados resolvam essa necessidade.


Questão Iraque

Analisando as propostas dos candidatáveis, tanto os republicanos quanto os democratas, nenhum responsabiliza os Estados Unidos pela intervenção no Iraque. Todas as propostas, sejam elas de manutenção ou de retirada das tropas, atribuem a responsabilidade aos países aliados de financiar a reconstrução do Iraque. E mesmo as propostas mais radicais no que diz respeito ao fim da guerra, coloca os Estados Unidos enquanto fornecedora de preparação e material bélico para a região. A questão de manutenção de bases dos Estados Unidos no Iraque é debatida por pouquíssimos candidatáveis, o que demonstra uma grande preocupação no que diz respeito à possível perda de votos se tocar nesse assunto. Os dois principais concorrentes à Casa Branca, Hillary e Giuliani, são diametralmente opostos no que diz respeito à guerra. Ela, defende o fim imediato e ele defende a manutenção.







Partido Democrata

De uma maneira geral, os candidatáveis do Partido Democrata são contra a Guerra do Iraque, mas se dividem no que diz respeito ao processo de desocupação militar. As posições mais radicais são de Biden e Kucinich, o primeiro defende a manutenção da guerra, porém com um replanejamento; e o segundo defende uma reforma nas políticas militares dos Estados Unidos.

Joseph R. Biden Jr (Joe Biden).: advogado, Senador por Delaware. Considera que a Guerra do Iraque segue numa linha confusa, atrapalhada. Propõe um Plano Real para a Guerra no Iraque que consiste em: 1) focar a guerra numa caçada aos grupos principais resistentes e que ainda controlam suas regiões, e criar uma agência do governo com o interesse de deliberar sobre assuntos comuns como defender as fronteiras e distribuir os rendimentos do petróleo; 2) criar uma política de sustentação dos Sunitas, os sem-petróleo, garantindo que uma parte proporcional do rendimento petrolífero; 3) aumentar o auxílio para a reconstrução do Iraque, porém com uma pressão nos demais países do Golfo ricos em petróleo financiem a reconstrução, e criando um programa de geração de trabalho e proteção dos direitos das minorias; 4) iniciar uma ofensiva diplomática para a sustentação do novo poder iraquiano e de seus vizinhos, criando um bloco político para reforçar os compromissos regionais; 5) Iniciar um novo recrutamento de soldados estadunidenses, retirando as tropas antigas, e criando uma ofensiva ainda mais agressiva em conjunto com os países vizinhos "honestos" para golpear de vez toda a concentração terrorista.

Hillary Rodham Clinton (Hillary Clinton): Empresária, ex-Primeira Dama, e atual Senadora por Nova Iorque, é apontada pela maioria dos cientistas políticos como a favorita para a corrida presidencial pelo Partido Democrata. Defende o fim da Guerra do Iraque, por considerar que a guerra promoveu um custo demasiadamente caro tanto financeiramente quanto moralmente. Propõe a imediata retirada das tropas estadunidenses e é contra a manutenção de bases permanentes, optando por um treinamento de elite às tropas iraquianas e uma política de suporte logístico ao Iraque no que diz respeito à luta contra o terrorismo.


Christopher John Dodd (Chris Dodd): Ex-voluntário na missão de paz na República Dominicana em 1966, Senador por Connecticut. Defende a retirada das tropas estadunidenses em um processo que não dure mais que um ano, atribuindo a responsabilidade pela defesa do Iraque ao exército iraquiano. Porém, defende três exceções: proteção do pessoal de infraestrutura dos Estados Unidos no Iraque, operações contraterroristas, e auxílio financeiro e treinamento das tropas iraquianas. Propõe uma reunião com as nações do Oriente Médio para debater assuntos de caráter regional como uma ofensiva contra Al-Qaeda, colocando a diplomacia e o exército dos EUA à disposição dos resultados dessa reunião.

John Reid Edwards (John Edwards): Empresário, ex-Senador pela Carolina do Norte. Defende uma política de retirada progressiva das tropas estadunidenses do Iraque, promovendo o fim da guerra e atribuindo a responsabilidade de conduzir o Iraque aos iraquianos. Corte do orçamento para financiar a guerra, e denúncia por crimes de guerra à Bush por considerar que houve abuso de poder no momento em que o exército dos EUA foi autorizado intervir na guerra civil iraquiana. É contra a instalação de bases permanentes, porém defende operações especiais para defesa das fronteiras iraquianas para que a instabilidade não afete outros países. Defende o treinamento das topas iraquianas, com o financiamento e apoio dos países da região, e a instalação de uma conferência de paz.

Maurice Robert Gravel (Mike Gravel): Aposentado, ex-Senador pelo Alasca. Foi contra a Guerra do Iraque desde seu início. Defende o fim imediato da guerra, redirecionando os recursos para a educação e saúde. Porém, não se pronuncia no como se dará a retirada das tropas, e nem como se dará o comportamento dos Estados Unidos sobre o Iraque após o fim da guerra.



Dennis Kucinich: Representante do Estado de Ohio. Não apenas defende a imediata retirada das tropas estadunidenses do Iraque como também defende uma reforma na política militar dos Estados Unidos. Ousado no discurso, orgulha-se em dizer que é o único candidato à Presidência dos Estados Unidos que, em 2002, foi contra e votou contra a autorização da entrada militar no Iraque. Porém, não se encontra propostas mais práticas.


Barack Hussein Obama Jr (Barack Obama): Advogado, Senador pelo Ilinois. É contra a guerra, e defende retirada progessiva das tropas estadunidenses no Iraque. Defende a criação de um prazo para o início da retirada, bem como o fim da guerra. Propõe que o Governo Iraquiano passe a defender sozinho seus interesses e a formação de uma comunidade internacional para a solução dos conflitos no Oriente Médio, bem como a criação de uma política internacional anti-terrorista.

William Blaine Richardson III (Bill Richardson): Governador do Novo México. É contra a guerra, e defende que o Congresso retire os poderes de intervenção de Bush e retire as tropas estadunidenses num prazo de seis meses. Defende também que não hajam tropas residuais e nem bases permanentes no Iraque após a retirada das tropas. Deseja a promoção de uma conferência internacional de reconciliação do Iraque, onde debaterá as medidas necessárias para dar um fim á guerra civil. Nessa conferência, que deverá ser arbitrada pela ONU, deverão ser estudadas as medidas militares dentro de uma política de não interferência e que capte recursos internacionais para a reconstrução do Iraque. Porém, defende a manutenção de tropas e bases estadunidenses em países vizinhos e aliados dos Estados Unidos para manutenção da ofensiva anti-terrorista.









Partido Republicano

De uma maneira geral, os republicanos são favoráveis pela manutenção da guerra do Iraque. Acreditam que não há condições favoráveis para a retirada das tropas dos Estados Unidos. Os mais radicais são Romney e Tancredo, o primeiro defende a doutrina Bush, e o segundo é contra a guerra, mas não acredita numa solução imediata.

Sam Brownback: Fazendeiro, Senador pelo Kansas. Não se manifesta sobre possíveis retiradas, pelo contrário, se diz esperançoso pelos resultados que a guerra surtiu no Iraque. Segundo o senador "vi que a situação lá é precária, mas esperançosa" (www.brownback.com). Defende o debate de novas políticas para manutenção da política de "democratização iraquiana".



Rudolph Willian Giuliani (Rudy Giuliani): Ex-prefeito de Nova Iorque, é apontado pelos especialistas e cientistas políticos como favorito à corrida presidencial pelo Partido Republicano. Como ele mesmo diz: "reza pelo sucesso das tropas no Iraque e pelo repouso do retorno seguro dos soldados". Mas defende que qualquer prazo para retirada das tropas em dias atuais é artificial, e portanto um erro terrível. Acredita que a guerra no Iraque é apenas a linha de frente de uma guerra contra o terrorismo, e a retirada das tropas nesse momento iria favorecer os inimigos. A retirada dos Estados Unidos tem que ser operada tão somente após transformar o Iraque num País democrático e sustentável.

Duncan Hunter: representante da California. Acredita que a guerra foi necessária, ainda que polêmica. Que os Estados Unidos ganhou diversas batalhas contra o terrorismo graças a sua intervenção no Iraque. Defende a inserção de tropas vizinhas ao Iraque, enquanto aliadas dos Estados Unidos interfiram na reconstrução do Iraque, e assim, transmitindo gradativamente a responsabilidade pelo Iraque para o Governo iraquiano.


John Sidney McCain III (John MacCain): Senador pelo Arizona. Defende a manutenção das tropas no Iraque por acreditar que não existam planos de contingência que evitem um caos e um genocídio ainda maior na região.






Ronald Ernest Paul (Ron Paul): Médico, Representante do Estado do Texas. É contra a guerra do Iraque e acredita que existam medidas seguras que podem ser tomadas para a retirada das tropas estadunidenses do Iraque. Coisa que não aconteceu ainda, na opinião de Dr. Paul, por causa da política de segurança internacional equivocada de Bush. Portanto, defende uma reforma na política de segurança dos Estados Unidos.




Willard Mitt Romney (Mitt Romney): Ex-governador de Massachusetts. Considerado o mais conservador dos republicanos candidatáveis. Defende a manutenção da política de Bush no que diz respeito à intervenção iraquiana. Acredita que as tropas estadunidenses deverão ser renovadas, e que os Estados Unidos deve fazer uma ofensiva diplomática para envolver mais países na política contra o terrorismo.





Tom Tancredo: Representante do Estado do Colorado. Se opõe à guerra do Iraque, porém não acredita que haja uma solução pacífica para a retirada das tropas americanas. Defende que haja um maior suporte aos soldados estadunidenses por parte do governo dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, acredita que os Estados Unidos deve treinar as tropas iraquianas e permanecer em território estrangeiro até que o governo do Iraque tenha condições de governabilidade.




Michael Dale Huckabee (Mike Huckabee): Ex-governador do Arkansas. É crítico sobre a manutenção dos Estados Unidos no Iraque, porém não é contra a guerra. Acredita que seu maior resultado foi ter capturado Saddam Hussein, mas os Estados Unidos não pode se retirar ainda por ter a responsabilidade de reconstruir o Iraque. Defende que a retirada das tropas estadunidenses se dê na mesma proporção em que o governo iraquiano vá conquistando governabilidade e condições de se responsabilizar pelo País.



Fred Dalton Thompson (Fred Thompson): Ator e ex-Senado pelo Tennessee. Não se manifesta sobre a guerra do Iraque propriamente dita. Mas defende uma ampliação dos poderes dos Estado Unidos na guerra contra o terrorismo, através da ampliação e capacitação do sistema de segurança e mísseis. Defende a criação de um sistema jurídico específico para julgar combatentes inimigos.

Nenhum comentário: