14 março 2006

Papo de Cozinha - 14/03/2006

Na fulô, ou na filó! Papo de cozinha again. Internet a serviço da paranóia! É que virou onda agora o verbo “googlear”. Sabem o que é isso? É o seguinte, você está afim de uma pessoa, mas ao invés de ir até aquele ser, resolve digitar no Google o nome dele e ver o que aparece. E o mais interessante, isso não está acontecendo em nenhum outro país com tanta força quanto ao Brasil. Segundo especialistas, e acreditem, já deu tempo para encontrar algum, tudo começou por conta do Orkut. As pessoas, aos poucos, foram deixando de criar comunidades de afinidade e começou a simplesmente entrar em comunidades que acharam de bom humor. Assim foi perdendo a graça tentar descobrir como é a pessoa pelo o quê ela diz ser, mas uma angústia em procurar no Google o que a internet tem a dizer dela. É a internet a serviço da paranóia! Imagine-se sendo vigiado por milhões de pessoas que não tem nada melhor para fazer senão ficar fuçando na sua vida!

Aliás, já notaram quantas coisas estão a favor da paranóia? Acho que o quarto poder, a comunicação de massas, inventou um quinto: a psiquiatria. O Fantástico, por exemplo, festival de horrores. Fábrica de pacientes psiquiátricos. Doutor bactéria, que faz qualquer um, em questão de segundos, se tornar obsessivo compulsivo. Filósofa do Fantástico dizendo que tempo não existe, que é uma invenção do homem, para uma massa de brasileiros que não fazem a menor idéia do que seja o tempo mas que sabe que sua vida é regrada por ele. Outro exemplo, o gordo Soares. Vai um sujeito, faz uma graça no sapato dele, e o gordo desembolsa cinqüenta mangos de gorjeta! E nem um Plasil-zinho para ajudar?

E o manicômio não para por aí. Eu mesmo medearia inúmeros debates sobre o assunto. Mas, como medear debates também é coisa paranóica, afinal, apenas fornecer subsídios a duas opiniões distintas e sem dar nenhum pitaco sobre qualquer um dos dois é altamente paranóico. Mas ficamos por aqui hoje. Portanto, ósculos e amplexos a todas e todos. Para quem leu até aqui: a paranóia acabou. Comentem, se o blog não desfizer a paranóia de não deixar ninguém mais comentar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Arranjei um tempo dentre a mistura de tempos sem tempos que eu vivo com meus 3 empregos. Mas resolvi, enquanto esperava o antivirus atualizar, dar uma espiada no seu blog!
E aqui você levantou uma questão muito importante sobre uma das funções tão inesperadas do Google! Achei interessante porque não tinha me tocado que, de vez em quando eu digito meu próprio nome para saber o que pode ter saído de novo sobre mim. E isso me faz pensar que blogs não seriam necessários porque o meu já é feito com o Google!
Seria drástico se não fosse cômico!
Abraços!

Anônimo disse...

Nossa, esse negócio de paranóia me deixa paranóica, eu até igitei meu nome no orkut, só pra ver no que dava, mas não apareceu nada, acho que sou um ser inexistente hahahahahahha
Mas brincadeiras à parte, esta é uma questão importante a ser discutida, pois em uma vida tão estressante que a sociedade está acostumada, os "serás" proliferam-se em nossas mentes: será que eu realizei meu trabalho direito; será que serei assaltado na próxima esquina; será que estou doente; será que a depressão vai passar; será isso será aquilo, eu acho que um será mal resolvido pode virar uma grande paranóia, que pode levar uma pessoa à loucura, mas é o preço que pagamos pelo desenvolvimento, sim, cada dia menos tempo para nós mesmos e mais tempo para nossas funções no trabalho, ou na busca de um.
Talvez tenhamos perdido a fórmula mágica de nossos avós, de como levar uma vida tranqüila, dura, sim, com certeza, mas não ao ponto de perdemos o controle sobre nós mesmos.