Rio (Idem) [EUA], 2011 - 96 min, Animação Direção: Carlos Saldanha Roteiro: Don Rhymer Elenco: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Leslie Mann, Jamie Foxx, Will.i.Am, Tracy Morgan
-Atenção: contém spoiler -"Rio" é um filme que, para nós brasileiros, deve ser visto com outros olhares além do cinematográfico. Teremos duas imensas vitrines para mostrar ao mundo o quanto o Brasil melhorou, apesar de suas insistentes mazelas sociais: Copa do Mundo e Olimpíada. Muitos [e horrorosos] blockbusters já pousaram na Cidade Maravilhosa com o propósito de arrancar nacos desta visibilidade toda. E a animação "Rio", apesar de feita por uma equipe bastante brasileira, não deixa de ser um olhar gringo sobre uma das cidades mais apaixonantes do país.
Ao assistir o filme, incomodava-me com a corrupção e o contrabando se limitar à favela. Criminalizando, como sempre, o pobre. Incomodou-me um bocado os batedores de carteira serem macacos. E me incomodou muito a pesada carga ianque-ecologista que, nas entrelinhas, corrobora a perigosa internacionalização de nosso patrimônio natural. Não me lembro, por exemplo, uma ação efetiva da polícia (chegando ao absurdo dos contrabandistas serem presos e ainda assim não aparecer ninguém fardado os prendendo).
O filme se passa durante o carnaval. Como não há período mais caricato para o Rio de Janeiro que este, não podemos reclamar muito do segurança louco para cair na folia ou de tudo acabar em samba. Assim como não podemos reclamar do curtíssimo trajeto em que o filme se passa (um morro qualquer, Lapa, Copacabana, e Santa Tereza). Mas podemos reclamar do samba na Sapucaí que, no filme, não tem um terço do impacto e força do qual ele realmente possui. E o baile funk então não passa nem perto.
Por outro lado, o filme possui imagens que consegue captar aquela luz maravilhosa que há no Rio de Janeiro. Consegue, por exemplo, mostrar como a estátua do Cristo Redentor realmente "olha" para toda a cidade - e em 3d, a ponta dos dedos do Cristo chega a roçar o óculos. Para quem conhece a cidade maravilhosa o filme teletransporta com uma facilidade imensa, de maneira bem convincente. E assim, a animação consegue agradar crianças e adultos, sendo uma ótima atração em família.
Destaque para uma coisa importante para todos que forem ao Rio de Janeiro e que o filme soube explorar com precisão: se você não confiar em ninguém perderá o que o Rio tem de melhor, ou seja, a alegria e a hospitalidade carioca. Porém, se confiar em todo mundo conhecerá o que há de pior, ou seja, a corrupção e a bandidagem de uma minoria de "espertalhões" que apavora a cidade roubando e "dando a volta" nos turistas mais desprevenidos. Tal característica não irá mudar por conta de uma Copa ou Olimpíada. Portanto, confie para fazer amizades - valorosíssimas por lá - mas não vacile para não perder nada importante - seja a carteira ou mesmo a vida.
Ósculos e amplexos!
Ao assistir o filme, incomodava-me com a corrupção e o contrabando se limitar à favela. Criminalizando, como sempre, o pobre. Incomodou-me um bocado os batedores de carteira serem macacos. E me incomodou muito a pesada carga ianque-ecologista que, nas entrelinhas, corrobora a perigosa internacionalização de nosso patrimônio natural. Não me lembro, por exemplo, uma ação efetiva da polícia (chegando ao absurdo dos contrabandistas serem presos e ainda assim não aparecer ninguém fardado os prendendo).
O filme se passa durante o carnaval. Como não há período mais caricato para o Rio de Janeiro que este, não podemos reclamar muito do segurança louco para cair na folia ou de tudo acabar em samba. Assim como não podemos reclamar do curtíssimo trajeto em que o filme se passa (um morro qualquer, Lapa, Copacabana, e Santa Tereza). Mas podemos reclamar do samba na Sapucaí que, no filme, não tem um terço do impacto e força do qual ele realmente possui. E o baile funk então não passa nem perto.
Por outro lado, o filme possui imagens que consegue captar aquela luz maravilhosa que há no Rio de Janeiro. Consegue, por exemplo, mostrar como a estátua do Cristo Redentor realmente "olha" para toda a cidade - e em 3d, a ponta dos dedos do Cristo chega a roçar o óculos. Para quem conhece a cidade maravilhosa o filme teletransporta com uma facilidade imensa, de maneira bem convincente. E assim, a animação consegue agradar crianças e adultos, sendo uma ótima atração em família.
Destaque para uma coisa importante para todos que forem ao Rio de Janeiro e que o filme soube explorar com precisão: se você não confiar em ninguém perderá o que o Rio tem de melhor, ou seja, a alegria e a hospitalidade carioca. Porém, se confiar em todo mundo conhecerá o que há de pior, ou seja, a corrupção e a bandidagem de uma minoria de "espertalhões" que apavora a cidade roubando e "dando a volta" nos turistas mais desprevenidos. Tal característica não irá mudar por conta de uma Copa ou Olimpíada. Portanto, confie para fazer amizades - valorosíssimas por lá - mas não vacile para não perder nada importante - seja a carteira ou mesmo a vida.
Ósculos e amplexos!
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