13 dezembro 2010

O problema é que não foi apenas jogo de equipe.


Stefano Domenicali, chefe da Ferrari, comemorou o fim da suspensão por "anti-jogo" que recebeu quando Massa recebeu ordens para deixar Alonso passar (igualmente quando Barrichelo estava na equipe) e ganhar o Grande Prêmio da Alemanha. Ao comemorar, Stefano tripudiou dizendo ser o fim de uma "hipocrisia inútil". Segundo ele, todas as equipes fazem jogo de equipe e continuarão fazendo, pois se trata de um esporte de equipe.

O que provoca imensa indignação nos amantes deste esporte não é o motivo, mas a forma. Os fins não justificam os meios. Cada corrida é um desafio. Vence quem demonstrar superioridade em relação aos demais, além de errar o mínimo. Quando uma escuderia possui dois competitivos pilotos, eles devem trabalhar em conjunto. Sendo parte de uma estratégia onde ambos façam bastante pontos, tendo o campeonato mundial enquanto consequência da superioridade da equipe em relação com as demais.

Este jogo de equipe pode ser uma facilitada na hora de um ultrapassar o outro (e dessa forma evitando a perda de tempo ou mesmo um acidente mais sério entre ambos pilotos). Pode ser até mesmo um honroso acerto de carro para que um segure a tropa enquanto o outro decola rumo ao pódium. Agora, tirar a vitória retumbante de um piloto alegando jogo de equipe é desconsiderar a história daquela corrida. É fazer o que o torcedor de qualquer esporte odeia: a "marmelada".

Se o resultado final de uma corrida é o segundo sendo o primeiro, demonstra erro de estratégia e não jogo de equipe. Ao piloto cabe ser apenas obediente, jogando fora toda sua competitividade. e seu talento. No caso da Ferrari não se trata de apenas jogo de equipe. Trata-se de uma trapaça, do anti-jogo, e do desrespeito ao torcedor (inclusive aos ferraristas). A FIA encerrou, de fato, uma hipocrisia inútil: a de que a Federação se preocupa com o esporte.

Ósculos e amplexos!

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