13 abril 2010

Bacharelado Interdisciplinar.


Confesso que ainda não estou seguro sobre a novidade, mas, à princípio, aplaudo a iniciativa. O bacharelado interdisciplinar (BI) é a primeira iniciativa, de fato, que aproxima a universidade brasileira das necessidades do país para o século XXI. Com o BI, a estrutura de um grande conglomerado de cursos (herança dos tempos militares) se transformaria em algo mais próximo ao conceito mais amplo de universidade: interdisciplinar e crítica (adotada em quase toda a América Latina e nos Estados Unidos).

A novidade resolve rapidamente um dos primeiros grandes problemas do ensino superior brasileiro: a baixa idade dos universitários. O estudante, hoje, tende a entrar na universidade com 17 anos, e se formando por volta dos 21. Ou seja, a grande maioria desses jovens ainda não tiveram tempo para um amadurecimento crítico para exercer seu papel crítico na sociedade e uma profissão de nível superior. Outro problema que a novidade ajuda a resolver é a elevação do acesso à universidade. Ajuda a resolver, pois amplia significativamente a oferta de vagas de acordo com a estrutura geral da universidade, e não mais de acordo com a estrutura de um curso específico. Além de outros benefícios como a de se ter uma educação superior interdisciplinar, trazendo novos elementos críticos e amplos durante a formação do estudante; diminuição significativa da evasão universitária por motivo de arrependimento do curso escolhido; e assim por diante.

É claro que para cada ponto à favor há um ponto contrário. E todos os pontos devem ser analisados criteriosamente pela comunidade acadêmica e pela sociedade em geral. Mas os poucos pontos contrário a que tive acesso apenas reforçaram que a ideia do BI, na soma dos fatores, é uma excelente iniciativa.

Dos pontos contrários levantados, e dos quais mais tem sido abordados pela grande imprensa, dois me deixaram preocupado:

O primeiro, quanto à qualidade do ensino devido o aumento no número de estudantes. Isso somente é verdade na relação matemática de que para cada um estudante que se soma a uma sala de aula, as atenções do professor obrigatoriamente será dividida. Entretanto, a universidade não se resume na relação professor, aluno e sala de aula. Aliás, essa relação deveria ser uma parte muito pequena se considerarmos que estamos falando de bacharelado. A relação na univesidade deve ser muito mais pesquisador e pesquisando do que professor e aluno. E, quanto mais interdisciplinar e quanto maior for o número de pessoas contribuindo com pesquisas científicas e tecnológicas, melhor se torna a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão universitária.

O segundo, quanto à migração dos insuficientes. Não acredito que seja uma preocupação plausível, uma vez que durante os anos iniciais, o estudante vai direcionando seu curso para a área específica. Além disso, esse argumento esconde um preconceito. Quem disse que um curso é melhor ou pior que outro, quando na verdade apenas são diferentes? As exigências para se especificar em um curso como medicina apenas são diferentes do de um curso de enfermagem. O risco de uma migração dos insuficientes da medicina para a enfermagem, por exemplo, não tem o menor cabimento, uma vez que na medida em que avança no BI, o estudante tem que ir escolhendo o seu direcionamento. E, como no exemplo, enfermagem e medicina são áreas diferentes, diferentes são suas necessidades específicas. O insuficiente simplesmente não estará apto para nenhuma delas, e portanto não fará nenhuma delas, não havendo migração.

Com certeza que há inúmeras desvantagens, mas por enquanto nenhuma ainda me convenceu pela inviabilidade da proposta de BI. Mesmo que eu, conforme dito acima, não tenha ainda opinião formada sobre o assunto.

Aceito mais contribuições para melhor opinião. Ósculos e amplexos!

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Diário de um intercambista: os resultados dos exames de proeficiência idiomática saíram. E, para minha supresa, meu inglês é melhor que meu espanhol. Mas obtive a média necessária em ambas para o ingresso na universidade estrangeira. Agora, é só esperar a burocracia do lado de lá para começar a organizar as malas. Continuem me desejando sucesso, amigos e amigas.
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O peixe morre pela boca: fui fazer uma brincadeira com um amigo sãopaulino quando o Rogério Ceni perdeu aquele pênalti horroso (há dois jogos atrás, quando o goleiro do SPFC tocou a bola pro goleiro adversário, com paradinha horrorosa e tudo) pelo twitter. Mas, não acompanhei o jogo inteiro, pois outros compromissos me afastaram da televisão. Quando voltei, o SPFC havia feito cinco gols no adversário. Não deu nem tempo de apagar o tweet enviado, e com todo direito do mundo houve a tripudiada. Está aqui feita a auto-crítica: o jogo só acaba quando no apito final do árbitro.
O peixe morre pela boca (2): Após o jogo, outro amigo sãopaulino pegou carona no vacilo que eu dei pelo Twitter e disse: São Paulo vai atropelar o Santos nos dois jogos... pois é, o peixe ou melhor o Santo Paulo, morre pela boca!
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Estão abertas as inscrições para um concurso de contos mórmons. Aceito sugestões para que eu possa inscrever algo. Mais informações, em um post futuro.

3 comentários:

Raffiusk disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raffiusk disse...

Então, camarada. Abandonará a terra dos tupiniquins? Boa sorte pra você, espero que dê tudo certo...
:]

Michael Genofre disse...

Oi Raffiusk...

Então, por alguns meses, se tudo der certo, estarei com los hermanos. Mas não abandono meu país. Apenas levo um pouco dela para outros lugares.

Obrigado pelo desejo de sucesso e por ter me visitado em meu blog.

Abraços camarada!