29 abril 2010

Papo Universitário: Diários Secretos e Apatia Juvenil.


Foto: Gazeta do Povo - Pedro Serapio

Um excelente debate entre os Professores Doutores Adriano Codato; Ana Luisa Fauet Saad; o jornalista André Gonçalves; e meu amigo e Presidente da UPE Paulo Moreira da Rosa Júnior. O evento organizado pela Gazeta do Povo e pelo Instituto RPC, realizado no teatro do Paiol, foi bastante participativo e chegou a lembrar o extinto programa de televisão "Programa Livre".

Praticamente não se falou dos diários secretos da Assembleia Legislativa. Em seu lugar, uma reflexão muito me chamou a atenção: o fato de que os grandes veículos tradicionais da imprensa foram questionados pelos presentes. O baixo prestígio dos veículos tradicionais de comunicação ajudam na apatia pela qual tantas pessoas se queixam ao ver os movimentos sociais arrastarem tão poucas pessoas diante de um escândalo como o dos Diários Secretos.

Por outro lado, houve também algumas manifestações bastante interessantes analisando o outro lado, o dos movimentos sociais. Há uma espécie de descontentamento geral com a política, que somada a anos de criminalização dos movimentos políticos, o resultado é a baixa mobilização na hora de se lutar por direitos e pelo fim da impunidade.

Tirando a desastrosa opinião do professor Codato - que ele acha que os estudantes se tornam vanguarda dos movimentos devido ao tempo disponível que possuem - todos consensualizaram que o que há, na verdade, é uma soma de fatores que contribuem para que não se tenha mais grandes passeatas semelhantes ao do Fora Collor.

Em minha opinião, e que também foi levantada por alguns estudantes presentes, é que a manifestação política acontece em maior volume, porém não da forma tradicional. Aliás, se analisarmos historicamente, a juventude envolvida diretamente com o movimento estudantil nunca foi maioria. Para se ter uma ideia, nos tempos da ditadura militar, o medo fazia com que alguns poucos corajosos se arriscassem lutar por qualquer coisa. Medo mais do que justificável diante das torturas e coisas piores da época. Durante o Fora Collor, até que o movimento tomasse corpo, foram inúmeras atividades que não reuniam mais do que algumas dúzias de pessoas. O Reage Paraná (Em Defesa da Copel) demorou para dar certo e parar dentro da Assembleia. E todos eles, em nenhum momento a liderança da juventude, o movimento estudantil, era a maioria entre os estudantes. Muitos dos que estavam lá sequer ouviram falar em UPE ou mesmo em grêmio estudantil, quiçá o nome do presidente dessas entidades. Mas o movimento estudantil cumpriu o seu papel de vanguarda, de olhar mais à frente. E liderou todos esses movimentos.

E onde há a apatia juvenil se o que existem são juventudes, no plural, e das mais diversificadas? Basta um evento religioso para se reunir milhares de jovens que são lideranças em suas igrejas. Isso também é uma forma de se fazer política. E os inúmeros movimentos ambientais, hip hop, de negros, de mulheres, e culturais? São formas e mais formas diferentes de se fazer política. Definitivamente a juventude não está apática, e talvez nunca esteve no Brasil.

Como eu disse em minha breve intervenção no evento: temos a cultura de analisar tudo com os requintes exagerados de um jogo de futebol. Acreditamos que os tempos passados são melhores e foram melhores que os nossos tempos atuais, quando na verdade apenas são tempos diferentes. E o movimento estudantil sabe disso, e tenta diariamente organizar espaços em todas as escolas e universidades para que todas as manifestações de juventude aconteçam. Mas, esbarra não em uma juventude apática. Mas esbarra em direções, donos de instituições, e inúmeros professores retrógados, parados no tempo, e altamente castradores da manifestação estudantil.

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Diário de um intercambista: a universidade gringa aceitou o meu pedido. Agora é correria para acertar os últimos detalhes documentais para comprar a passagem. Doravante irei dar mais detalhes de minhas preparação. Basta eu receber o "OK" definitivo para começar a me preparar.
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Parabéns Rafinha pela carteira de motorista. Agora é relaxar e perder o medo. Sempre defendi e continuo defendendo que toda mulher deveria aprender a dirigir e assim ganhar mais um passo para sua autonomia. E esse passo finalmente está concretizado! Agora é juntar dinheiro para comprar seu próprio carrão. Beijos.
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Ósculos e amplexos!

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