22 maio 2010

The sex and the city 2: elas estão de volta!


Elas estão de volta! O segundo filme sobre Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda chegará nas telonas dia 28 de maio. E, por melhor ou pior que seja, irá contar um pouco mais sobre as quatro amigas que revolucionaram o modelo sitcom (comédia de situação) e se tornaram referências para se observar o complexo universo feminino.

Para quem não sabe do que se trata - provavelmente por ter passado os últimos 12 anos em Marte -, o filme é a continuação das histórias da série (saga) homônima que foi exibida pela HBO entre 1998 e 2004 (no Brasil entre 2002 e 2004, com cortes das cenas mais picantes e episódios mais polêmicos - um "The Sex and the City" light). Ao todo, são mais de 45 horas de programa, divididos em 94 episódios, exibidos em seis temporadas e um filme para o cinema. Trazia a história de quatro mulheres solteiras, bonitas, inteligentes, sexualmente bastante ativas, e com idades entre 30 e 40 anos. Sem nenhum exagero, um Balzac contemporâneo e multimidiático.

A série revolucionou o sitcom com o assassinato das insurportáveis claques - as risadas e aplausos de fundo, que simulava uma "interação" com o público; e com a saída do estúdio e explorando toda a cidade para o cenário das histórias. Mas, foi mais além, soube partir de uma estereotipação de seus personagens, mas foi com o decorrer do tempo amadurecendo-os. Ao invés de fixos estereótipos, as personagens foram construídas à partir dos anseios e características típicas do imaginário feminino, e na medida em que iam vivendo suas aventuras, agregavam novas características e inovando seus personagens.

Ainda que tenha revolucionado o sitcom, não é esse elemento o que provocou tanta paixão tanto por mulheres quanto homens pela série, mas todo um conjunto que apresentou o novo universo feminino do século XXI. Definitivamente não é um olhar feminista, inclusive há uma certa rejeição ao complexo e multifacetado movimento de mulheres. É uma nova balzaquiana, ou melhor, quatro diferentes "balzacas" apresentando diferentes pontos de vista para os mesmos temas. São mulheres solteiras, emancipadas, de classe média, com suas virtudes, vícios e muitos impulsos consumistas. São mulheres que lidam com seus problemas sozinhas ou somente com o apoio de suas amigas. Que vivem na charmosa Nova York, que desfrutam de todas as vantagens de se viver na metrópole mais cosmopolita do mundo. Mas que ao mesmo tempo buscam um amor para que tudo isso torne suas vidas completas e mais feliz. E fundamentalmente: é uma série divertida e inteligente!

Outra coisa que me chama bastante a atenção em The Sex and the City é que, ao mesmo tempo em que pode ser resumido em sexo, comportamento e consumismo, é também uma grande injustiça em resumir a série de tal forma. É uma série sobre mulheres que compram o que querem, fazem sexo com quem querem, alcançam os objetivos profissionais que traçam, frequentam lugares concorridos ou simples que desejam, e enfrentam e superam doenças e decepções, mas que temem ficar sozinhas. A instabilidade feminina é demonstrada com um humor incrível, ao mesmo tempo em que manda um recado para os homens: se quer ter uma mulher de verdade em sua vida, deve simplesmente aceitar suas instabilidades e aprender a conviver com elas. São mulheres que condenam o patriarcalismo tradicional, ainda que não consigam se desprender dele (elas são por diversas vezes patriarcalistas radicais, por vezes bastante preconceituosas, ainda que condenem ambos com veemência). São mulheres desprovidas de pudores sexuais e afetivos, mas que se tornam infelizes e neuróticas sem a presença de um parceiro.

Por fim, a série e o primeiro filme deu um final feliz para as quatro amigas. Não deu para todas o casamento enquanto desfecho para o "felizes para sempre", mas trouxe o parceiro para cada uma delas. O segundo filme irá explorar o que acontece depois do "felizes para sempre". Irá explorar a vida após o casamento. Irá explorar outro lugares, e o olhar feminino sobre o diferente (inclusive a espinhosa abordagem sobre a cultura árabe). Uma série que virou filme, um filme que fechou a saga, uma continuação que promete pelo menos matarmos as saudades das quatro amigas que se tornaram referência tanto para a linguagem do sitcom quanto para a mulher do século XXI.

Ainda que eu me irritasse com algumas futilidades e outras coisas, no geral, adorava a série e estou ansioso para ver o resultado do segundo filme.

Ósculos e amplexos!

========================================================
Dedico esse post para minha querida amiga, verdadeira irmã, Priscila (fã incondicional de The Sex and The City).
========================================================
Diário de um intercambista: infelizmente, o projeto teve que ser adiado para o ano que vem. Aos que torceram por mim, meu mais sincero muito obrigado. Mas, a vida é assim mesmo. Nem sempre tudo dá certo. Viva a resiliência!

7 comentários:

Anônimo disse...

Opa! Não consigo imaginar muito bem como pode ficar essa continuação, mas para quem pegou gosto pelas personagens (como eu) será bacana para matar a saudade. Fora o desfile de moda que promete vir a cena, como de praxe *-* (aliás, excelente essa foto do quarteto). Agora, confesso: fico só imaginando qual será a próxima grande caca do Mr. Big, omg! hehehe
Obrigada querido, e claro... Esse temos de assistir juntos! Bora combinar =)
Beijão!!

Leonardo de Araújo disse...

Micha,
Deve ter um monte de intelectuais críticos que descem a ripa no seriado. Você sabe se a galera da Academia tem muitas restrições ou não?
Eu assistia a todos os episódios da primeira e da segunda temporada. Depois, cansei um pouco.
Tenho minhas restrições a livros que viram filme, imagine o tamanho delas a séries que vão para a telona.
Não sei, portanto, se verei o filme ou não.
Em minha opinião, a série era razoavelmente inteligente e a miríade de possíveis comportamentos femininos ficou bem representada no quarteto, destacando que eram CARICATURAS DO COMPORTAMENTO FEMININO.
Gostaria de pontuar uma certa generalização: "São mulheres desprovidas de pudores sexuais e afetivos, mas que se tornam infelizes e neuróticas sem a presença de um parceiro."
A desprovida de pudores é a Samantha e a casamenteira BEM PUDICA é a Charlotte. Concordo que todas sentem a falta de um relacionamento hétero mais profundo, porém é na Charlotte que isso ganha ares de "esposa feliz" da década de 60.
A tímida que tenta ser ousada, a devoradora de homens, a casamenteira (frustrada) e a intelectualizada seguro-insegura.
A mulher perfeita talvez fosse a união das qualidades de todas, mas essa mulher poderia exigir que fôssemos perfeitos também, aí, honestamente, eu não topo.
Fiquemos com a belíssima imperfeção, a grossos traços caricatos representada no agradável e divertido seriado.
Mais um voto em defesa do "Sex and the city".

Michael Genofre disse...

@pririoli: Olha, para o Mr. Big superar a própria ausência em seu casamento, terá que ser uma caca daquelas... E considere combinado... assim que estrear (sem enrolações, senão perderemos de ver outro filme pela nossa eterna "amanhã eu faço" ... beijos!

Leonardo: que bom que temos mais afinidades ainda, The Sex and the City é por vezes perturbador para nós, homens e heteros.. mas a série é fenomenal.

Quanto à academia, como sempre, há inúmeras restrições. Mas mais por ser uma série americana (mais um enlatado) do que qualquer outra coisa. E as reações são múltiplas. Mas há monografias e teses de mestrado em que é unânime a preferência pela série, divergindo somente enquanto linguagem.

A série teve seis anos de duração, e as próprias atrizes cansaram um pouco e decidiram por terminar com as gravações. Mas, dado o sucesso, os filmes tendem a ser a tônica do momento. Mas muita coisa aconteceu nos anos seguintes. A Charlotte conheceu pessoas novas, brinquedos novos, e até religião nova (tornando-se uma judia ainda mais ortodoxa do que o marido... completamente aquém do seu idealizado pretendente). Além de impagáveis cenas, como a do "ménage", em que ela acaba sendo "ignorada" pelo parceiro. Enfim, todas as generalizações cabem nelas, ao mesmo tempo em que são construídos quatro bem distintas personagens entre si. (Sim, mulheres apenas aparentam ser iguais, mas basta gostar de uma para descobrir que são completamente diferentes).

Por fim, vale a crítica que elas mesmo fazem aos chamados homens perfeitos: não presta justamente por ser perfeito (a Carrie dispensa um de seus namorados justamente por ser ele um cara perfeito, na generalização, óbvio. Optando pelo obtuso Mr. Big).

Samantha é uma personagem interessante. Ela possui todas as virtudes que uma mulher deseja, mas é a mais odiada justamente por motivos patriarcais. Em minha opinião, mais por fazer o que toda mulher gostaria do que por qualquer outra coisa.

Enfim... recomendo assistir todos os episódios (mas, de ante-mão, saiba do quão perturbador que pode ser kkkk).

Amplexos!

Queisse disse...

Micha virou crítico de cinema???
Hehehe
Gosto da idéia da série, sim... mas sou uma daquelas que "esteve em marte" e não viu (eu não vejo TV! Huahuahua).
A Pri mandou um joguinho pelo twitter (o twitter denuncia tudo o que a gente faz, twittando como se fossemos nós contando! Sabe? Aff!).
Era o seguinte: vc respondia a um questionário e ele dizia de que série de TV vc "saiu".
De acordo com ele, eu saí de "Sex and the City"... claaaaro que fiquei curiosa!
Pena que não disseram qual personagem eu seria! Hehehe
Agora quero ir ver o filme!
Saudades...

Leonardo de Araújo disse...

MIcha, vou arregaçar a área de comentários, mas é que achei este artigo no infomoney com as opções de investimento para cada uma delas.

Vejam aí:
http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=1869147&path=/suasfinancas/


Sex and the City: qual o perfil de investimento de Carrie Bradshaw e cia?

Recomendar!
Por: Patricia Alves
28/05/10 - 14h05
InfoMoney


SÃO PAULO – Em meio a críticas, mas com muito luxo e glamour, Sex and the City 2 chega nesta sexta-feira (28) às telonas do Brasil. Problemas de relacionamento, finanças e ataques consumistas de quatro amigas nortearam as seis temporadas da série televisiva e não ficaram de fora dos dois longas-metragens que sucederam o sitcom.

Mas, como Carrie Bradshaw e suas fiéis companheiras se comportariam no mundo dos investimentos? No Brasil, onde elas investiriam de acordo com o perfil e objetivos de cada uma? Confira e, se for o caso, identifique-se!

Carrie Bradshaw
Carrie, a colunista do jornal e amante de sapatos, tem um perfil tipicamente consumista e de quem não se preocupa com o futuro financeiro.

Gasta o que ganha, com o bom e o melhor, e não tem o menor controle sobre seus gastos. Seu principal companheiro? O cartão de crédito!

Não tem perfil de quem guarda nada, mas, quando perceber que investindo poderia conseguir muito mais dinheiro, talvez comece a rever seus conceitos.

Modalidades indicadas: até que ela consiga se programar melhor e não gaste mais por impulso, o ideal é que ela opte por aplicações de curto prazo, como fundos DI, por exemplo, ou até mesmo a caderneta de poupança.

Samantha Jones
Bem resolvida e sem nenhuma aversão ao risco – em todos os sentidos. Solteira, Samantha é relações públicas e vive cercada de celebridades, festas e badalações.

Modalidades indicadas: como tem um apetite maior ao risco, pode ter boa parte da carteira alocada em ações, de preferência sob a assessoria de um bom (e bonito) consultor de investimentos.

Charlotte York
Romântica, Charlotte sempre desejou casar e ter filhos e realizou esse sonho. Inteligente, mas insegura e dependente, a bela tende a deixar tudo nas mãos do marido, pensando apenas no bem estar da família, das filhas e do lar.

Modalidades indicadas: para não correr riscos, renda fixa seria o ideal, de preferência assessorada por alguém de inteira confiança, já que ela não tem afinidade, nem interesse, em se envolver nesses assuntos.

Miranda Hobbes
A advogada Miranda é, das quatro personagens, a mais séria e responsável, principalmente em relação às finanças. Mãe e bem sucedida profissional, está sempre envolvida no dilema de grande parte das mulheres da atualidade: a dupla jornada.

Modalidades indicadas: com mais conhecimento, Miranda pode se aventurar em modalidades mais arriscadas, como ações, e diversificar investindo em fundos de multimercado e títulos do governo. Prática, pode abusar do homebroker e de ferramentas que lhe permitam a autogestão de seu dinheiro.





*Imagens de divulgação do site oficial da série

Michael Genofre disse...

QIC: vira e mexe eu dou pitacos em um pouco de tudo. Eis a vantagem de se ter um blog: o pleno usufruto do livre exercício da crítica (Frase linda essa, não?). Mas, com o inverno se instalando em Curitiba, meu grande hobby ultimamente tem sido ficar sob a coberta, e com a Carol "degustarmos" novidades (e nem tão novidades assim) da sétima arte. A tendência é a de eu postar mais um tiquinho, até eu me enjoar de falar sobre filmes hehehehe.

Quanto à the Sex and the city, bom, no fundo, no fundo, toda mulher tem um pouco das quatro personagens. Ainda que sejam beeeem estereotipadas, é possível se reconhecer um pouco nas quatro. Não me arrisco a dizer quem você mais se parece. Mas quando voltar de Marte, sugiro que assista alguns episódios e volte aqui para dizer qual mais você se identificou.

Momento maldade: A Pri eu fiquei anos na dúvida se ela era mais Carrie ou Samantha... mas conclui que ela é a Carrie em pessoa (graças ao Mr. Big! kkkk)

Ósculos imensos e saudosos!

Michael Genofre disse...

Leonardo: Que maravilha! Com direito à pesquisa! Eita, que tô com o ego que não tá cabendo! kkkkk

Excelente texto do Infomoney. Vai para minha coleção de "coisas divertidas que conversam com coisas extremamente complexas". Por exemplo, o Big Mac Index, do The Economist, onde possuem a brilhante ideia de se calcular o custo de vida das cidades pelo preço do Big Mac (e para nosso desespero, as cidades brasileiras estão os Big Mac entre os mais caros da América).

Quanto à série... as quatro bem que poderiam abrir uma loja de "coisas de NY e sapatos"... pensando bem... creio que não... ou detonariam o estoque vorazmente, ou acabariam com a suas amizades.

Amplexos!