22 julho 2009

Paulo Moreira: Presidente da UPE!


Foto: (Blog do Esmael) Ocupação da Assembleia Legislativa do PR em contra a privatização da COPEL.

O atual presidente da UPE herdou uma entidade em sérias dificuldades financeiras e políticas. Financeiras, pois o apoio para as atividades estudantis no Paraná ainda é um dilema na vida das lutas acadêmicas. A entidade não recebe contribuição deduzida em folha salarial, pois a UPE não é sindicato e nem estudante recebe salário para estudar. A renda oriunda das carteirinhas estudantis são sempre insuficientes para uma entidade que representa mais de 400 mil estudantes, sendo apenas a garantia de independência da entidade na captação de recursos. E mesmo assim, a entidade não desenvolveu ainda um eficiente sistema de arrecadação, confecção e distribuição dessas carteirinhas. Soma-se ainda a dificuldade em se captar recursos que a própria luta estudantil provoca, afinal estudante no Paraná ainda é visto como um problema e não como parte da solução dos problemas que afetam a juventude. Isso faz com que parte dos recursos captados venham por meio de contribuições pessoais, e na maioria dos casos de ex-dirigentes do próprio movimento estudantil e que hoje ocupam algum lugar de destaque na política paranaense.


Entre as dificuldades políticas, Paulo recebe uma entidade do qual sua diretoria não é composta de acordo com a representação atual do movimento estudantil do Estado. Disputa-se a política no movimento estudantil paranaense da seguinte forma: internamente são duas forças gigantes, que são PCdoB e PMDB, um PT que tangencia a grandiosidade somente se juntar suas tendências internas, e uma boa quantidade de forças minúsculas, dentre elas, DEM, PSDB e PSOL. Porém, o PMDB se retirou do congresso, desfalcando significativamente a entidade.


A maior dificuldade política não reside, porém, na difícil composição da diretoria. Reside em um movimento estudantil que possui poucos centros acadêmicos organizados e em funcionamento, em um número enorme de universidades que não possuem o menor interesse em contribuir com a democracia e ouvir a voz dos estudantes, e uma descrença generalizada na política que a maioria dos universitários nutrem diariamente. Além de ser essa gestão a que terá a missão de obter o compromisso por parte de todos os candidatos ao Governo do Estado e Parlamentares com as lutas estudantis.

Diante de tamanhos desafios, a gestão de meu grande amigo Paulo será, provavelmente, de extremos: ou será um grande fracasso ou entrará para história como a melhor de todos os tempos. Aposto na habilidade do meu amigo em re-estruturar o movimento estudantil pela base, investir principalmente na construção e fortalecimento dos centros acadêmicos, contribuir para o fortalecimento das forças políticas do próprio movimento, e solucionar as dificuldades financeiras que a entidade enfrenta e que não é segredo para ninguém.

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