Meu camarada Marc, em seu blog “Anexos”, fez um texto muito interessante chamado “A crise da aviação no Brasil”. Como o espaço para comentários no blog é sempre bastante limitado, resolvi comentar o artigo em questão pela Cozinha, onde terei o espaço que eu quiser. Aliás, para aqueles que interessam por textos inteligentes, e com certo grau de sarcasmo, “Anexos” promete ser um blog presente entre os Favoritos.
Francamente, sustento o posicionamento dos mais incrédulos: de que a imprensa, junto com as camadas mais conservadoras da sociedade, buscam, de imediato, um bode espiatório para o caso do maior desastre aéreo na história do país do pai da aviação. Qualquer um que já assistiu um programa chamado “Desastres aéreos”, da Discovery, pode afirmar o quanto se demora, em uma investigação detalhada como a que se exige de um acidente deste porte, obtenha resultados, ao menos, satisfatórios. E, além disso, existe uma regra para os especialistas em aviação de que “é mais fácil um raio cair duas vezes num mesmo lugar que dois acidentes aéreos possuírem o mesmo motivo”.
Deixemos por um momento de lado a discussão técnica, que definitivamente, para mim, é super limitado. Analisemos o comportamento dos formadores de opinião. Primeiramente, o número de atrasos nos vôos domésticos em dias atuais estão dentro da normalidade para esse período do ano, aliás, esse é um período em que é costumas aviões atrasarem, em média, cerca de uma hora, e até duas em horário de pico. As conexões passam a ser mais elásticas, prevendo possíveis atrasos. Por exemplo, um vôo Curitiba-Belo Horizonte, com conexão em Guarulhos, fora de temporada, costuma ter vinte minutos entre o horário de chegada de um e o embarque de outro. Nessa época do ano, esse tempo de espera se dilata em mais de uma hora. Quem sabe o inferno que é uma espera por conexão sabe também que não é de hoje que viajar em temporada alta é sinônimo de atrasos, aborrecimentos, e ainda por cima de tarifas mais caras.
Porém, a busca de um bode espiatório é também tão costumas quanto as milhares de explicações fajutas que as comissárias de bordo dão quando o cafezinho acaba. A chamada “crise” no sistema aéreo brasileiro vai afetar o preço das passagens de ônibus. O que antes foram forçadas a se manterem baixas devido a concorrência com os meios aéreos de transporte, encontraram seu argumento ideal para elevar e muito seus valores. A privatização do espaço aéreo brasileiro já encontra fortes argumentos. E por aí vai. Já há economistas calculando milhares de dólares de prejuízo, elegendo tal crise como o apagão do “bode” predileto do pensamento conservador: Lula.
E o mais interessante: a solidariedade para com as famílias das vítimas do maior desastre aéreo do país desapareceu. Só, claro, sendo lembrada para argumentos aos bodes dos mais conservadores. Santos Dumont deve estar se remoendo de ódio em seu túmulo.
Francamente, sustento o posicionamento dos mais incrédulos: de que a imprensa, junto com as camadas mais conservadoras da sociedade, buscam, de imediato, um bode espiatório para o caso do maior desastre aéreo na história do país do pai da aviação. Qualquer um que já assistiu um programa chamado “Desastres aéreos”, da Discovery, pode afirmar o quanto se demora, em uma investigação detalhada como a que se exige de um acidente deste porte, obtenha resultados, ao menos, satisfatórios. E, além disso, existe uma regra para os especialistas em aviação de que “é mais fácil um raio cair duas vezes num mesmo lugar que dois acidentes aéreos possuírem o mesmo motivo”.
Deixemos por um momento de lado a discussão técnica, que definitivamente, para mim, é super limitado. Analisemos o comportamento dos formadores de opinião. Primeiramente, o número de atrasos nos vôos domésticos em dias atuais estão dentro da normalidade para esse período do ano, aliás, esse é um período em que é costumas aviões atrasarem, em média, cerca de uma hora, e até duas em horário de pico. As conexões passam a ser mais elásticas, prevendo possíveis atrasos. Por exemplo, um vôo Curitiba-Belo Horizonte, com conexão em Guarulhos, fora de temporada, costuma ter vinte minutos entre o horário de chegada de um e o embarque de outro. Nessa época do ano, esse tempo de espera se dilata em mais de uma hora. Quem sabe o inferno que é uma espera por conexão sabe também que não é de hoje que viajar em temporada alta é sinônimo de atrasos, aborrecimentos, e ainda por cima de tarifas mais caras.
Porém, a busca de um bode espiatório é também tão costumas quanto as milhares de explicações fajutas que as comissárias de bordo dão quando o cafezinho acaba. A chamada “crise” no sistema aéreo brasileiro vai afetar o preço das passagens de ônibus. O que antes foram forçadas a se manterem baixas devido a concorrência com os meios aéreos de transporte, encontraram seu argumento ideal para elevar e muito seus valores. A privatização do espaço aéreo brasileiro já encontra fortes argumentos. E por aí vai. Já há economistas calculando milhares de dólares de prejuízo, elegendo tal crise como o apagão do “bode” predileto do pensamento conservador: Lula.
E o mais interessante: a solidariedade para com as famílias das vítimas do maior desastre aéreo do país desapareceu. Só, claro, sendo lembrada para argumentos aos bodes dos mais conservadores. Santos Dumont deve estar se remoendo de ódio em seu túmulo.
2 comentários:
Como sempre brilhante Michael
Abraço
Engraçado como as coisas funcionam neste mundo....
Primeiro de tudo, um acidente terrível onde 150 pessoas morreram em meio à mata amazônica. Talvez este deveria ser o foco das discussões, porém, isso já virou notícia atrasada, já passou, já era!!
O grande "Q" da questão voltou-se para a "demora" dos resultados nas investigações!! Porém, como tão sabidamente comentado por ti em seu texto, tal demora se faz necessária para se garantir a seriedade das investigações!!
Depois a polêmica, manda os pilotos do outro avião pra casa ou não, mas esta notícia não rendeu grandes resultados para os veículos de comunicação brasileiros, pois tratam-se de dois norte americanos, então melhor deixar quieto, não comentar!!!
Então qual seria a melhor forma de continuar atacando o atual governo?? claro, ressaltando a total ineficiência e a suposta falta de investimento governamental ao administrar o espaço aéreo brasileiro, agora costumeiros atrasos, que sempre existiram, passaram a fazer parte de um dramalhão que se repete am todos os jornais brasileiros, de fazer qualquer mexicano sentir inveja.
Gostaria apenas de levantar uma questão, qual é a classe que costumeiramente lotam os aeroportos? com certeza não estamos tratando da maioria da população brasileira, não, o que observamos em aeroportos diariamente são empresários, industriais, ou seja componentes da elite brasileira..
Por que não encontramos uma equipe de reportagem cobrindo os imensos atrasos nas rodoviárias, onde encontramos a maior parte da população brasileira?? Pelo fato de que o atraso da elite vale muito mais do que o atraso dos trabalhadores brasileiros....
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