Seleção brasileira na Copa, somente em 2014. A campanha para o hexacampeonato teve de ser adiada por pelo menos mais quatro anos. Como diriam os colegas fãs da bola: a seleção "pipocou". Mas, o que aconteceu?
Aconteceu uma Copa do Mundo em um país onde há pouco tempo eliminou a segregação racial institucionalizada que possuía. Em um continente arrasado pela cobiça das chamadas nações poderosas. Em meio a um povo alegre, porém sofrido, que nunca perdeu as esperanças de um dia as coisas melhorarem. Entre estádios monumentais e alta tecnologia das televisões, vivem os trabalhadores sul-africanos com todas as desigualdades sociais que sempre tiveram.
Aconteceu um futebol pequeno, mas com grandes "bodes expiatórios". Primeiro, culparam a bola. Depois, culparam as variações de temperatura e clima entre as cidades-sede. Culparam o gramado, culparam juízes, culparam quem coloca a culpa em outras pessoas. Não culparam o país, pois seria escancarado o preconceito para com os países pobres e sua maioria étnica negra - mas que não se furtaram de dar indícios de que isto ocorreu.
Aconteceu uma nivelação entre as equipes. A falta de espetáculo incomodou os torcedores, que declararam que se tratou de um nivelamento "por baixo" - [sabe-se lá como é que se nivela algo dessa maneira]. Mas o fato é que aconteceu um crescimento do nível esportivo dos países mais pobres, que passaram a ter políticas de Estado para o esporte e desenvolvimento físico de seus povos. Coisa que não foi acompanhada pelos países ricos, que tem seu futebol marcado pelos jogadores "importados" e a grande distância entre o esporte de base e o de alto rendimento.
Por fim, aconteceu uma Copa. Uma etapa final onde 64 seleções disputam para ver qual delas, mas apenas uma, se sagra campeã. Um momento em que mexe com o coração de bilhões de pessoas no mundo inteiro. Que faz com que trabalhadores brasileiros sejam dispensados de seus trabalhos, mas que terão que pagar ao patrão de seus salários - e obviamente que o patrão terá um prejuízo insignificante se comparado aos rios de lucros que já ganhou explorando os seus trabalhadores.
Ah! Houve um técnico que não era técnico comandando a seleção dele, e não a brasileira. Um técnico que peitou a Globo, mas que esqueceu da magia que os seus comandados provocam no povo brasileiro. Fez treinos e mais treinos em regime de internato. Não levou os ídolos do povo. E o resultado foi a seleção ter "pipocado" tanto na Olimpíada de Pequim quanto na Copa da África.
Sorte da Holanda, que soube explorar todos os defeitos do Brasil, com um futebol feio mas eficiente. Venceu um time que depende de três jogadores, contra uma seleção que abriu mão de criativos jogadores justamente no setor de criação e meio campo (Ronaldo Gaúcho e Ganso).
Sorte da Argentina, que tem uma grande seleção e um técnico que sabe dar espetáculo e elevar o moral da tropa. E que, muito provavelmente enfrentará a Holanda na final.
Azar nosso!
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