Em minha aula de sexta-feira, tive contato com uma parte da administração que muito me chamou a atenção: Administração por Objetivos. Trata-se de um método no qual metas são definidas em conjunto, principalmente entre administrador e seu superior, e as responsabilidades são especificadas para cada função de acordo com os resultados esperados. Porém, o que ganhou minha especial atenção foi a relação Estratégia e Tática que a APO exige. E, foi justamente pensando nas diferenças entre tática e estratégia que cheguei ao questionamento: estaria o Partido dos Trabalhadores invertendo estratégia com tática?
Há muito tempo que a esquerda social-democrata anda atordoada com a necessidade de uma renovação de sua estratégia e, consequentemente, suas táticas. O Partido dos Trabalhadores, PT, após assumir a Presidência do país, perdeu completamente seu senso estratégico em prol de uma diretiva tática. Essa inversão de objetivos é preocupante, e ao mesmo tempo, nociva para os trabalhadores.
Reza a cartilha das teorias de esquerda que a estratégia política, assim como suas táticas, devem-se ocupar unicamente da ascensão do pensamento operário. Ou seja, um partido de esquerda que se preze, ainda que não seja socialista, deve embasar todas as suas táticas na consecução de um objetivo estratégico para a classe trabalhadora. Coisa que não vem acontecendo no PT. Ele se perde na defensiva dos interesses de gestão da máquina federal, e não no contraponto necessário para que se torne menos favorável para a classe dominante a balança da luta de classes. Quando deveria somar-se, junto com outros segmentos de esquerda, enquanto mais importante tarefa política, na determinação da direção principal da classe trabalhadora brasileira rumo aos objetivos estratégicos para essa classe, o PT opta unicamente pelas táticas de manutenção do governo. Ora, uma vez que a tática é uma parte da estratégia, na qual se subordina, a estratégia do maior partido de esquerda do país não pode ser unicamente sua permanência no governo. Pois, ser governo, significa, para um partido político, ter alcançado objetivos táticos fundamentais para execução de uma estratégia maior. No caso do trabalhador brasileiro, não existe estratégia mais importante que a sua liberdade.
A forma de condução da Central Única dos Trabalhadores, a principal central sindical da esquerda brasileira, pelo PT, seu mantenedor hegemônico, hoje segue a orientação única de cumprir objetivos operacionais para a tática governamental. Ora, se a estratégia é o avanço das camadas trabalhadoras na condução dos rumos do país, se a tática é ser governo para garantir a máquina do estado nas mãos trabalhadoras, logo a função operacional da Central Única dos Trabalhadores deveria ser engajar os trabalhadores para que pautem os rumos táticos para êxito nos estratégicos, e não o contrário. Colocar o aparato sindical para ser base de governo, e não do pensamento de esquerda, é de uma insensatez tamanha equivalente contratar um juiz de futebol para arbitrar um jogo de basquete. Equivalente a convocar um comando de greve para obtenção de redução salarial e demissão em massa.
Por necessária ordem de prioridades, tática subordinada à estratégia, a base sindical do Partido Comunista do Brasil, que tem sua estratégia bem clara, uma vez continuando a CUT como está, tende a romper com esse instrumento de luta. Tende a somar-se com uma outra central sindical que tenha suas táticas comprometidas com as estratégias operárias, e não, portanto, com a tática, agora estratégia para o PT, de se manter a máquina do estado para o PT.
Ósculos e amplexos.
Um comentário:
Texto ótimo, como sempre, mas tenho uma coisa a falar:
Atualiza, atualiza, atualiza......
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