01 julho 2006

A expectativa é a mãe de todas as cagadas!

"Não entendi o enredoDesse samba amor
Já desfilei na passarela do teu Coração
Gastei a subvenção Do amor que você me entregou
Passei pro segundo grupo e com razão
Passei pro segundo grupo e com razão
Meu coração carnavalesco não foi mais que um adereço
Teve um dez em fantasia
Mas perdeu em harmonia
Sei que atravessei um mar
De alegorias
Desclassifiquei o amor de tantas alegrias
Agora sei
Desfilei sob aplausos da ilusão
E hoje tenho esse samba de amor, por comissão
Findo o carnaval
Nas cinzas pude perceber
Na apuração perdi você"

(Jorge Aragão: "O enredo do meu samba")



O valor da hora extra que teima em não entrar na conta bancária. O CPMF que teima em não te deixar ter o dinheiro que possui. As reformas que o povo necessita que não sai. A oposição que sempre fez o que fez e agora quer voltar a todo custo. A classe média e seu sonho americano em terras tupiniquins. E é claro: a seleção! Como diria o sábio Raulzito: "Vê se tem kung-fu na outra estação".

Se me pergutarem sobre o que aconteceu na bendita Deutschland FIFA's CUP tenho as melhores e mais sábias respostas, mas certamente não acalentarei corações partidos. Trata-se de um campeonato extremamente curto, onde o melhor time não significa que seja a melhor competidora. Não se trata de desfile de craques, mas de um campeonato que, em míseros sete jogos, sagra-se um campeão. Trata-se de um torneio em que é o campeão o time que melhor souber jogar cada jogo. E, nesse caso o Brasil não soube. A Espanha não soube, e tantos e tantos outros também não souberam.

A França, que não possuia 1/3 da qualidade da seleção brasileira, jogou três vezes mais. Mostrou competência, esbanjou passes, chutes e dribles. Dribles! Numa Copa que quase não se viu dribles, no fatídico jogo tivemos jogadas de Zidane e Henry de encher os olhos. Mas queríamos que fossem não aqueles pés, mas os nossos pés. Pés de Ronaldos, Zé Roberto, Roberto Carlos, Zizinho, Kaká, Robinho, Adriano, enfim, de tão somente de quem vestia a canarinho.
Galvão acertou em raro momento de sapiência: "A vida continua!" E Portugal? Oras pois, claro! Viva os Patrícios! Viva Felipão, oxalá, o único brasileiro campeão esse ano!