20 novembro 2009

"Se a vida só lhe deu limões: faça uma limonada!"

Não estou incentivando a prática de esportes em córregos urbanos (vulgo valetão), mas essa merece a máxima título desse post: "se a vida só lhe deu limões: faça uma limonada". Para quem conhece Porto Alegre, a façanha se deu na Avenida Ipiranga, bem no arroio Dilúvio. Os autores da façanha disseram ser os primeiros a conseguirem surfar em Porto Alegre (que para a prática do esporte, é necessário uma viagem de uma hora pelo menos).



Que tal um campeonato para o Surf Urbano? Próxima etapa Canal Belém, Curitiba; etapa final na Marginal Tietê, São Paulo. E meus amigos do Rio já aproveitaram para tirar uma casquinha (ê, praia de paulista é o rio Tietê, e de gaúcho é o arrio Dilúvio).

Ósculos e amplexos!

18 novembro 2009

Qual o motivo da minha insistência em ir ao McDonald's?


Não sei o porquê da minha insistência em ir ao McDonald's. Sei que vou ser mal atendido, que a pessoa que me atende é mal paga e robotizada, e a comida não é boa. Aliás, a comida é, a cada dia, mais terrível. O pão parece isopor. O queijo parece lâmina de PVC. O hambúrguer ainda tenho minhas dúvidas se é mesmo feito 100% de carne de boi. E a batata frita é puro sal. E, para completar, o papel informativo que fica na bandeja não dá uma dentro, concorre com a VEJA em matéria de credibilidade (desinforma... confundem arqueologia com paleontologia, e rebatizaram o motivo pelo qual Chopinzinho-PR recebeu esse nome, etc).

Ontem, entretanto, a lanchonete do palhaço se superou. Na unidade que fica próxima a minha casa e que, portanto, passo em frente todos os dias, deixou-me refletindo: afinal de contas, qual o motivo de eu insistir nesse erro?

Quando cheguei, a fila estava monstruosa. Curiosamente, não era a fila do caixa. Era a fila para pegar a comida depois de pago. Entretanto, as filas se misturaram e a confusão ficou imensa. O segurança então teve uma brilhante ideia: tirar de uma vez as fitas que separavam as filas. O que é, o que é: o que acontece quando um monte de pessoas com fome acaba tendo que esperar mais do que o de costume? Resposta: bate-boca. Vinham as reclamações e a moça do caixa nem piscava. Apenas ignorava, e ia atendendo a outra fila: "faça o seu pedido!" "Gostaria de levar duas tortinhas pelo preço de uma?"

Então, chegou a minha vez. Sabia que pedir qualquer sanduíche que não esteja na gôndola pronto significaria meia-hora de espera. Sabia que pedir qualquer coisa que não fosse o trio sanduba-batata-refri, mais uma hora na fila dos descontentes.

- Então, moça: um quarteirão, sem batata, só o sanduíche, e um guaraná sem gelo.

[Ou seja, pegue o sanduba que está na gôndola provavelmente há um tempão, depois pegue o copo e simplesmente encha de refrigerante, sem perder tempo catando gelo e pondo no copo.]

- Desculpe senhor, o refrigerante já vem gelado.

[Por isso que peço sem gelo. Ele já vem gelado, e o tempo que demora para começar a comer faz com que o gelo derreta e o refrigerante fique aguado]

- Eu sei, moça. Eu quero o refrigerente sem adição de pedras de gelo.
- São cubos de gelo, senhor.
[Ela estava falando com uma cara de interesse público que vocês não imaginam]
- Tá, refrigerante, sem os cubos de gelo, por favor.
- E vai querer batata? Estamos com promoção.
- Não obrigado, somente o quarteirão.
- Então confirmando o pedido: uma promoção do quarteirão, com guaraná médio.
- Não, moça, apenas o sanduíche e o guaraná e sem gelo.
- Mas o refrigerante já vem gelado senhor.

[Aaaahhhh!]

- Moça, é só o sanduíche e o refrigerante. Sem batatas, sem gelo, cubo de gelo, ou qualquer coisa que lembre água congelada.
- Então, confirmando o pedido: apenas o quarteirão e um guaraná sem gelo?
- Finalmente! É isso!
- Vai querer tortinha? Estamos em promoção.

[Preciso dizer onde eu queria que ela enfiasse a tortinha?]

- Não moça, apenas o meu pedido.

Meia-hora depois, meu pedido chegou. Fui para a mesa. Comi a sola de sapato que é o quarteirão. E no copo: coca-cola com gelo!

Ósculos e amplexos!

17 novembro 2009

"O instruído então dirá: Não o posso ler." (2Ne27:18)



Caros amigos,

Há tempos que não escrevo. E nem tenho um bom motivo dessa vez. Apenas estava relendo os meus escritos e percebi que o bom humor da minha Cozinha havia sumido. Aquele lado Non Sense do qual sempre admiro no caos insólito que é a vida, simplesmente deu lugar ao carrancudo texto crítico sobre coisas sérias. E, definitivamente, o propósito de meu blog não era esse.

Quando desenvolvi minha primeira página, a primeira Cozinha do NoSense, ela era bastante formal. Versava única e exclusivamente sobre música, mais especificamente sobre a história da música. Comecei pela música medieval e por lá fiquei. Ao estudar a música Moderna, percebi que não tinha o conhecimento todo que pensava que tivesse. Então, abandonei o projeto, e nem me lembro mais sequer onde está a página nesse oceano infinito que é a internet. (parafraseando Einstein: só existem duas coisas infinitas - a internet e a estupidez humana... mas tenho dúvidas sobre a primeira).

E outras inspirações vieram, outras páginas, outros blogs. Mas apenas a Cozinha vingou, venceu a casca e pode nascer. Aqui, publiquei lamentos, poesias, críticas, sátiras, piadas, apelos de socorro, enfim, um pouco de tudo. Afinal, esse era o objetivo do blog: não ter objetivo. Mas, confesso que recentemente, quase que lanço meu último "post". O ânimo para escrever continuava, mas a paciência para escrever algo que eu mesmo achasse bom diminuía. Mas, veio a redenção.

Passei a olhar meu próprio blog, meus mais de 150 "posts". Comecei a acompanhar os blogs de meus amigos, porém sem comentar. Apenas divertindo-me com seus bem elaborados (às vezes nem tão bem elaborados assim) textos e sentimentos. No noticiário, material não faltava: apagão, vestido curto e UNIBAN, encontro de vítimas da impunidade, show ao vivo do U2 pelo youtube, enfim, passei a curtir um pouco mais quieto. Enfim, encontrei em um blog, de uma pessoa que eu não conheço, um pouco do espírito que eu sempre desejei que houvesse nessa minha caótica Cozinha.

1nefi1322.wordpress.com Blog de uma irmã de fé e que me chamou a atenção pela passagem mais non sense, se lida sem o contexto, do Livro de Mórmon (1 Nefi 13:22 - "E eu respondi: não sei"). Imediatamente me lembrei do que eu considero o segundo mais non sense (importante lembrar que fica assim sem o devido contexto) "O instruído então dirá: Não o posso ler. 2 Ne 27:18). Ao discorrer (ou melhor, dissecar) os textos, encontrei um humor despreocupado, uma boa ironia (daquelas que não faz mal a ninguém, e nem se propõe a isso), mas que não deixa de falar com bom humor sobre coisas sérias. Um blog que faz valer meu lema: "Não é preciso ser chato para ser sério" - e que ela mesma diz: "Porque ser cristão não é ser tapado"). Então, só tenho que agradecer aos estudos do Livro de Mórmon (que me fez jogar no google a passagem 1Ne13:22 e encontrar o blog da Taty Sputnik), e ao blog referido, por me animar a escrever novamente.

Então, coloquei a última coisa que me fez rir como um bobo frente ao computador: a reporter estressada.

Ósculos e amplexos, e lembrem-se: Não precisa ser chato para ser sério!